terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Um país dum qualquer 3º mundo...
Moro no Algarve,  na periferia de Faro. Não é propriamente um recanto remoto de um interior mais remoto, é numa região turística e  nos arredores da "capital" da região, que até tem uma Universidade. Pois estive quase duas semanas sem internet, devido a uma avaria na zona. Todos os dias telefonava para o apoio ao cliente da MEO e a resposta era sempre a mesma : identificamos uma avaria na sua zona e estamos a tratar de resolver no mais curto espaço de tempo. Depois de contactar a opção automática de atendimento lá continuava a voz robótica a dizer que seria contactado  dentro das próximas 48 horas - o que, obviamente,  nunca aconteceu. Escrevi uma carta zangada para a Administração da MEO em que explicava que há vários anos se sucedem avarias destas porque a empresa não investe nem no tal "quadro" que distribui para toda a rede da zona, assim como não investe na substituição dos cabos que cá existem há 30 anos, cabos de um tipo que já deixou de ser usado, quebradiço e proporcionando cortes frequentes. Recebi então um telefonema de Lisboa a perguntar se eu  estaria em casa nessa tarde para atender os mecânicos que vinham resolver o assunto. E nessa tarde, tendo finalmente  substituído o tal cabo ( 200 m...), o problema ficou resolvido, o que podia ter sido feito um ror de dias antes e até  vários anos atrás.  Então isto não é tratar a nossa gente como se  estivéssemos num  qualquer 3º mundo ?!!

A espuma dos dias
Retomei a escrita do blogue, e não faltam assuntos que bradam aos céus. Mas só abordo hoje dois assuntos.
1- As greves  - Nunca houve, que me lembre, qualquer Governo que tivesse  congregado contra si tanta greve em tão curto espaço de tempo. E seria bom que o Governo reflectisse neste facto, mas também quem está por trás das greves.
Os partidos da esquerda, em especial o PCP e o BE, que movimentam a maioria dos sindicatos, deveriam pensar no seguinte aspecto :  se o direito à greve é indiscutível, e toda a gente o está sempre a reafirmar, o facto de ocorrerem greves em praticamente todos os sectores da vida nacional,  por tanto tempo e causando prejuízos graves  não só à economia como ao dia-a-dia das pessoas, começa a gerar um sentimento de estarmos todos  fartos deste clima de instabilidade. É que no Governo anterior de direita houve greves mas nada que se compare  com o que acontece agora - então um Governo que se apoia nos partidos da esquerda é mais contestado que o anterior? Pode ser que isto acabe por uma boa parte da população de eleitores que não são fixos partidariamente possa ficar realmente farta e nas próximas eleições vote maioritariamente na direita.  É que há limites para tudo e a estratégia eleitoral dos partidos da esquerda não deveria toldar a capacidade de ver em frente e perspectivar o que pode acontecer...
Também há greves de sindicatos de direita, caso dos enfermeiros dos blocos operatórios públicos, pequenos sindicatos formados apenas há para aí um ano ou pouco mais, quando já estava em função a geringonça de esquerda... E a Ordem dos Enfermeiros, que estimula as greves destes dois sindicatos, tem como Bastonária uma  activa militante do PSD, contrariando a posição que as Ordens devem ter em não se misturarem com os sindicatos. Em democracia nada demais que haja sindicatos de direita ou de esquerda e que  todos possam exercer os mesmos direitos, incluindo o de greve, mas até este aspecto merece noutra altura uma reflexão.
Já na Ordem dos Médicos o Bastonário, que não sei a que grupo partidário pertence, aparece normalmente em conluio com o Sindicato Independente dos Médicos, que é de direita, embora também lá tenha, ao que parece, médicos do lado do PS. Não me lembro de o ver aparecer ao lado de sindicalistas de esquerda...
O mais grave na greve dos enfermeiros é que estão  a manter a greve sem perderem pagamento dos dias, graças não a um legal  Fundo de Greve que alguns sindicatos possuem, mas a um peditório na Internet mantido  por anónimos - isto abre a porta a todas as suspeitas, até que hospitais privados estejam a contribuir para a greve nos hospitais públicos, porque as cirurgias que não se realizam têm de ser reenviadas para os privados. Pode ser um negócio. O peditório é aceitável mas com a clareza de quem é que está a dar aquele dinheiro para que os enfermeiros se aguentem  em greve sem perderem o pagamento. Estranho, não é?

2 - Queda de helicóptero do INEM -  Merece um profunda reflexão o que aconteceu com a queda deste aparelho e a morte dos ocupantes. Como é que um piloto muito experiente voa tão baixo, com tão mau tempo e embate numa antena ?  Se a antena estivesse iluminada. e quem é que agora vai garantir que estava ou que não estava -  custa a crer que o aparelho fosse embater nela.
Quantos mais casos destes haverá por este país fora?