quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

AINDA  TANCOS

Já na altura do "roubo" creio que falei do caso neste blogue.Agora que o assunto de Tancos volta à ribalta, dá-me para divagar um pouco,  mais uma vez, sobre esse assunto, porque nada se sabe sobre o que de concreto se passou e talvez nunca se venha a saber. E nunca se virá a saber porque talvez não interesse a quem engendrou o caso e a quem o teve que aguentar na opinião pública.
Por isso sem tirar conclusões, nem fazer uma teoria, vou andar ao sabor do que se foi sabendo ao longo dos primeiros tempos e quem quiser que tire a conclusão que achar mais acertada...
Primeiro ninguém acredita que o volume do material "roubado" - entre " "- tivesse saído pelo buraco que foi mostrado na rede; portanto teve de sair num carro, carregado no local, e carro esse que passou pela (in)segurança normal num quartel...
Depois, sendo o material desaparecido velho e, ao que foi dito, preparado para ser abatido, pergunta-se quem é que ia roubar um material desses se o objectivo da "operação" fosse mesmo roubar?
Ou era um ignorante - e como é que um  ignorante em matéria militar se introduz num quartel sem ser notado e pode depois efectuar todo aquele trabalho: ou quem roubou sabia o que estava a roubar de acordo com o seu objectivo, fosse ele qual fosse menos, claramente , a sua venda a terceiros.
Vem depois a forma como foi dada notícia, não apareceu num órgão de comunicação social português ou estrangeiro de grande audiência, como seria expectável, mas num jornal espanhol de que já nem sei o nome, de pequena divulgação e - falou-se na altura -ligado à direita mais extremista espanhola ( vendo isto como o comprei). Dá para perguntar : porquê ? A quem interessava que uma notícia bombástica como esta saísse sem quase se dar por ela  naquelas condições ?
Por fim, que o objectivo da "operação" não era roubar fica claro com a entrega do material num descampado "anunciado" por alguém, ainda por cima com um brinde de mais munições ( estas obtidas onde ?) E quem fez o roubo afinal sabia o que queria -  não quis roubar material moderno e eficaz que seria o mais indicado para posterior venda.
Uma bronca destas em pleno período de agitação política dos opositores da geringonça e  que contrariava o grande sucesso que o Governo estava a ter nos planos económico e social. interessa a alguém. Foi logo pedida a demissão do Ministro da Defesa que não brilha pela sagacidade política - e a  propósito das responsabilidade vou contar o meu caso (creio que o referi na altura). e que é o seguinte, também dando para tirar conclusões.
Comandei em Angola uma Companhia Independente, não tinha batalhão, dependia directamente do Brigadeiro do Sector Militar e do General Comandante Chefe da Região - era uma Companhia de intervenção. Por este motivo tinha um paiol bem carregado, Pergunto então :  se houvesse qualquer incidente com o paiol ( incêndio, assalto, roubo, etc -  o responsável pela segurança do paiol e pelo que lá acontecesse eram o Brigadeiro ou o General ( ou o Ministro de Defesa) ? Ou era eu, o Comandante da unidade a que o paiol estava entregue?
Acho que isto indicia que há mal-estar no exército, que há sectores da vida política portuguesa interessados em explorar todas as fendas, etc, etc...

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