domingo, 22 de setembro de 2024

 Crónica da sociedade

Sentimos qualquer coisa de indefinido, larvar, na atmosfera que se respira nacional e internacionalmente.

Duas guerras absolutamente sujas  ofuscam a situação internacional, além de outras pequenas guerras de que quase ninguém fala porque ficam longe, lá para o centro de África ou pelo empobrecido território da Eritreia e Sudão, e na Birmânia contra minorias étnicas sempre perseguidas.

Na Europa estamos frente a frente com os ímpetos imperiais de um novo czar da Russia, rodeado pelos seus cúmplices oligarcas que saíram da URSS podres de ricos - de onde  lhes veio tanto dinheiro? Como ousam apoiar um desígnio tão grave como a invasão de uma nação independente só pelo interesse espúrio de querer aumentar o seu poderio e reconstruir o antigo império soviético - mesmo que isso custe o sacrifício de povos que lutam há séculos pela sua independência?

Estive uns dias na Geórgia e senti o temor em que vive a maioria da população só porque nas eleições de Outubro próximo pode ganhar, por falcatrua eleitoral, o Partido russófilo "Sonho Georgiano"- eles que sofreram ao longo dos séculos sob a pata russa a esmagar a sua cultura, a sua civilização,  a sua independência . 

No Próximo Oriente vemos o Estado de Israel praticar uma guerra com actos de verdadeiro terrorismo. Se não podemos desculpar o terrorismo islâmico, que um pouco por todo o mundo causa as suas vítimas inocentes e compromete os regimes democráticos, muito menos poderemos aceitar e desculpar que um Estado aparentemente  democrático se comporte como Estado terrorista.

Os judeus estão a tornar-se num dos povos mais odiados internacionalmente, desperdiçando o capital de simpatia que tinham conseguido obter desde que ocorreu o infame Holocausto praticado pelos nazis. Mas as suas características verdadeiras, que estiveram sempre na base da sua dispersão pelo mundo porque se tornavam insuportáveis entre as sociedades em que viviam, vêm acima nestes dias e de forma repugnante. Essa sua faceta imperialista traduzida  no sionismo arrogante e dominador, está a vir ao de cima com os actuais governantes que representam o mais insuportável da extrema direita, ainda por cima com uma base religiosa fanática.

E muito grave é o que estas guerras estão a contribuir para um desagregar das democracias, cada vez mais vítimas da sua virtude que é a liberdade; os grupos agora apelidados de populistas (uma forma de não lhes chamar neofascistas que é o que eles são)  aproveitam-se dela para alcançar o poder e depois servirem-se dele para impor a suas estratégias.





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