segunda-feira, 3 de junho de 2019

Ainda a Europa
O canal Mezzo acabou de nos transmitir o espectáculo da comemoração do 14 de Julho de 201\7 em Paris.  Em frente à Torre Eiffel assistiu-se a um deslumbrante serão com a mais bela música europeia e algumas  das vozes mais espectaculares com o fundo musical  da Orquestra Nacional de França. Terminou com a Marselhesa cantada em coro pelos muitos milhares de pessoas, muitos milhares mesmo, que enchiam todos aqueles espaços,  com um magnifico jogo de luzes que  preencheu aquela noite  parisiense. E os valores da Marselhesa são eternamente europeus!!

E eu dei comigo a pensar que só a Europa pode fazer coisas destas e transmitir a todo o Mundo até onde pode ir a sensibilidade e a grandeza do espírito humano. Paris ou Berlim ou Viena ou Roma  ou Bruxelas, com diferentes grandiosidades e sentido universal também Lisboa ou Madrid - quer se queira quer não foi desta Europa que se iluminou o resto da Humanidade, mesmo quando o não querem reconhecer e tentam impor valores seus que pensam apagam ou ofuscam os valores europeus.
Foram as sociedades europeias que conseguiram pela sua organização, pela  sucessivamente mais evoluída consciência social, pela ultrapassagem das peias impostas pelas religiões ( impostas e de que maneira !!) conseguiram dizia eu criar os valores civilizacionais do Tempo Moderno.  Imagine-se o negrume dos primeiros séculos da Idade Média, onde um Cristianismo expansionista e de propósitos totalitários para a vida dos povos e dos países comandava toda a vida, desde submeter os reis de todos os países  até fomentar as guerras santas contra os infiéis e dando as regras para o comportamento diário, laboral e familiar de todos os seres humanos que estavam sob a sua alçada.
Pense-se como foi arrojado o Renascimento, nascido dos impulsos inovadores da burguesia mercantil e dos nobres iluminados que com eles partilhavam ideias, anseios, desígnios de arte e de mentalidades... Foi graças a uma economia florescente e a uma população onde medravam elites pensadoras e de ambições universais, que a Europa deu novo impulso à Humanidade; e da barra do Tejo saíram os primeiros navios renascentistas  que iriam abrir o mundo aos olhos dos europeus os quais.  para além do Mare Nostrum,  pouco mais conheciam do que as costas atlânticas do norte.
Mais tarde o Iluminismo e a Revolução Francesa foi quem fez nascer o Estado Moderno, primeiro europeu e depois em todo o resto do mundo.
Digam o que disserem, foi com a Europa que o destino da Humanidade sempre se decidiu, e quando hoje outros polos de crescente importância, no Ocidente e no Oriente, ameaçam polarizar a vida planetária, eu continuo a acreditar que será da Europa que ainda vai sair o modelo de nova sociedade para o século XXI e para os séculos que aí virão,..
Alguns assustam-se com a subida de importância de alguns neo fascistas e neo nazis, eivados de nacionalismo espúrio e ódio racial ao estranho que lhe bate à porta, que se verifica agora nas eleições europeias; sem retirar a necessidade de se estar atento, eu creio que a grande massa dos povos europeus - não há um povo europeu, há povos europeus que souberam construir ao longo dos séculos uma ideia de civilização. Isso é ser europeu. Mas a grande massa dos povos vai querer  justiça social, vais querer de novo cortar as cabeças da hidra do liberalismo que está por trás, como sempre esteve,  das vicissitudes dos últimos séculos que passaram.
Eu acredito na Europa, desde que a união saiba respeitar as diferenças que a História atribuiu a cada povo - a diversidade na unidade global não é o mesmo que qualquer forma de perda de soberania ou de federalismo, não senhor. Mas seremos capazes se, respeitando as diferenças de cada um, construir de novo uma Europa que imponha novos valores ao mundo - e sobretudo ao mundo islâmico, o que merece outra reflexões porque estas já vão muito longas.








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