segunda-feira, 1 de julho de 2019

 A CGD  de um  governo "socialista"... e o dinheiro debaixo do colchão
A Caixa Geral de Depósitos é o banco público cuja finalidade principal é ter um papel social na vida dos portugueses, não é propriamente um Banco privado que, lógica e naturalmente, busca o lucro a qualquer preço ( e mesmo assim se os Governos  neo liberais  deixarem ). Mas com Governos duma esquerda democrática que se posicionem  como garantes do Estado Social, como sua primeira obrigação, mesmo a Banca privada se submete a regras e a mecanismos de controle e supervisão  ( já ouvimos falar disto recentemente e não pelas melhores razões..).
A comunicação social anuncia que a CGD está a empurrar os pensionistas para investimentos de risco ( parece que o Banco de Ricardo Salgado fazia o mesmo, não ?) e agora vai deixar de conceder juros - até agora juros de miséria - às pequenas contas a prazo.  É o que se pode dizer de um bom banco público que, se é certo que deve ser gerido com seriedade e eficiência, não deve esquecer que é um banco do Estado a quem cabe sobretudo uma função social na economia. E isto passa-se com um Governo socialista ? Deve ser brincadeira...
A CGD também desde há muitos anos que deixou de pagar juros nos depósitos à ordem, embora os muitos milhões de depósitos de pensões e de outras proveniências continuem a servir os propósitos estritamente bancários da Caixa. Mas ainda sucede pior do que isso.
Se por exemplo tiver 2 ou  3000 € na CGD, sem receber um centavo e mesmo que eu não efectue qualquer movimento na conta, todos os meses será descontada uma comissão de "gestão de conta"; no final do ano são uma boa maquia de euros que saiem da conta à ordem.  Ora se tiver os mesmos euros debaixo do colchão, no final do ano eles ainda lá estão intactos.
Portanto, se eu para ter o dinheiro à ordem na Caixa, não só não ganho nada com isso como ainda saio prejudicado,  voltamos a defender o dinheiro debaixo do colchão, pois posso movimentá-lo sempre que for preciso sem ter que me deslocar a uma agência, longe de casa...
A hipocrisia da UE
A crise dos emigrantes e refugiados que atravessam e morrem no Mediterrâneo, em fluxos contínuos e incessantes, não cessa de trazer à nossa lembrança a hipocrisia da UE, que se preocupa com tudo menos com o conseguir uma política comum que seja capaz de  travar essa invasão  pacífica mas impossível de continuar para sempre.
Podemos e devemos condenar as atitudes fascistas e xenófobas de Governos como o da Hungria, de outros países da Europa Central e sobretudo de Itália - Itália que se esquece que foi sempre um país de emigrantes para toda a Europa e América .
A prisão do jovem voluntário português que abnegadamente  andou a salvar vidas, e agora da intrépida Comandante do navio que salvou mais de 40 pessoas da morte certa, são exemplos de duas coisas : por um lado a frieza do governo italiano perante actos de solidariedade levados ao extremo, por outro o silêncio e a inacção da UE, que do alto da sua hipocrisia, nem sequer dá sinais de tentar encontrar saídas para esta crise.
Porque uma coisa porém temos de concordar ; não podem ser a Grécia e a Itália, lá porque estão na linha da frente da chegada das vagas migratórias, a aguentarem sozinhas a responsabilidade de resolver o problema.  Estamos perante mais uma situação que demonstra a fraqueza das instituições comunitárias europeias quanto ao ter ou não ter políticas comuns,  a falha completa da defesa dos valores humanistas, democráticos e solidários que fizeram da Europa o que eu continuo a considerar o grande Continente civilizado do mundo.









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