segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

As redes sociais e a democracia

Deram esta designação a estas tecnologias de comunicação que hoje dominam ao mundo. E como todas as tecnologias sobretudo as que utilizam suportes e meios de acção sofisticados, têm vantagens e desvantagens, sempre foi assim desde que o homo sapiens começou a engendrar e a manipular a sua própria evolução.  Mas o desenrolar das civilizações foi ensinando que qualquer sociedade só  se mantém, avança e progride se conseguir a regulamentação,  se quisermos, o controle,   do comportamento  social, pois a psicologia do grupo é por vezes contraditória à psicologia individual.  Durante séculos todos os governantes foram ditando leis e regras de convivência, de que é um bom testemunho  o velho  código de Hamurabi. Formas monárquicas e republicanas, ditadores e  imperadores, foram surgindo em todo os povos e em todas as culturas ; no Ocidente  usa-se a baliza dos gregos para o início das primeiras formas  de democracia e de governo da maioria, se bem que como todos sabemos, era uma democracia elitista - mas foi o começo, essa é que é essa!

Eu não pertenço a nenhuma rede social, costumo dizer que as minhas relações de amizade são reais e não virtuais, mas chegam-me com frequência os ecos de algumas das mais lamentáveis  ocorrências, com uso e abuso de ofensas, de mentiras, de invenção de teorias de conspiração, com plágio e apropriação indevida de opiniões de quem nem sabe que está a ser usado, enfim, um universo de poucas vergonhas, a coberto do  anonimato e das faldas identificações. Quanto a mim podem dizer o que quiserem e chamar o que entenderem que eu não tomo conhecimento sequer, os meus amigos já sabem que não me dão notícias sobre ocorrências dessas. Quem quiser dirigir-se a mim que o faça directamente através do meu mail e do telemóvel - tecnologias que utilizo e são hoje indispensáveis, como é um grande  avanço poder dispor deste meio do blogue para deixar escrito o que entender.  Quando a civilidade dominar esse universo das redes sociais e houver regulamentação e responsabilização como existe em toda a comunicação social, nessa altura poderei pensar em aderir, ate isso acontecer, não!

Estas reflexões vêm a propósito  das redes sociais dos EUA terem fechado as contas a Trump - claro que todos ficamos aliviados por deixar de ler as aleivosias daquele tratante. Mas então como é ? Ficamos sempre chocados quando a China ou a Rússia encerram as redes sociais para evitar que os oposicionistas manifestem as suas opiniões, e agora na "grande  democracia" americana há uns sujeitos, que ganham milhões e milhões sendo donos das redes sociais, resolvem por si sós calar uma voz incómoda ? Ou as tecnologias e os seus mentores já escapam ao poder dos governos democráticos? Não deviam ser as autoridades democraticamente eleitas de cada  país a determinar, com legalidade, aquilo que pode ou não ser permitido mesmo a um estupor como o Trump que, caso inédito ou raro, é ele sendo Presidente da Republica que instiga ao assalto ao Poder Legislativo, numa autêntica sublevação ou insurreição ?

Fico agora por aqui...





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