sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

 Fim de ano

31 de Dezembro de 2021

Que belo dia hoje, e ao mesmo tempo que péssimo dia| - conforme a óptica de quem o aprecia. E eu aprecio nas suas ópticas...

Fui á praia, como faço desde que me recordo  há um ror de anos, nos Açores, na Madeira e aqui pelo Algarve, e fui tomar o meu banho de mar que serve para "limpar as misérias" do ano que acaba. Amanhã tomarei o primeiro banho do novo ano, faça sol  ou chovam picaretas...  Está um belo dia na óptica do utilizador, pois um sol radioso e sem uma brisa dá vontade de sorrir, é  no entanto incompreensível no pino do Inverno - daí ser um péssimo dia em termos de condição climática. Não me lembro de temperaturas assim no Algarve.

Veja-se que almocei ao ar livre, um repasto voltado para Trás-os-Montes pois tirando o bacalhau que é pescado lá fora, ainda assim foi regado com azeite de Romeu ( um dos melhores azeites portugueses, acreditem) e com vinho tinto Mogadouro Reserva, delicioso, do melhor que se pode encontrar neste País de tantos vinhos bons; este não se encontra fora da região. por ser pequena a produção. Trouxe mais vinhos transmontanos,  todos muito desconhecidos mas muito bons. que valem por isso mesmo  por serem de pequena produção e ainda não terem entrado pelo caminho do vulgar e da grande produção.

As misérias do país e do mundo

É inevitável nestes dias de fim de ano não pensar no que foi o ano que acaba hoje, E 2021 foi um ano marafado começando por mim que estive ameaçado com uma daquelas doenças que faz calafrios... Mas parece que me safei, é o que dizem os entendidos. Depois tive outro susto, também afastado o perigo potencial, de novo  voltaram a dizer os mesmos entendidos...

Mais importante que eu é o que se passou por aí, começando pelo País. E é um resumo resumido

A tristeza dum governo de esquerda  democrática

Não  é possível deixar de recordar a tristeza que foi este Governo agora apenas em funções até às eleições de Janeiro, daqui a um mês. António Costa que é considerado um politico hábil e perspicaz deixou  este Governo afundar-se em trapalhadas monumentais, com os ministros mais incompetentes e, para ter o pessoal "na mão", fartou-se de arregimentar para os seus apaniguados  o maior número possível de lugares de charneira no Estado.

Com a Presidência da UE, que nitidamente  lhe interessou mais que esta "porcalhota" cá da terra, deixou que  sujeitos  sem o mínimo nível intelectual  assumissem posições e tomassem decisões impensáveis num governo de esquerda democrática, que devia ser ideologicamente um exemplo de eficácia e isenção na defesa das res publica. Ingénuo que eu sei que  sou, naífe...

A arrogância que A. Costa  emprestou à sua presença como chefe do Governo transmitiu-se aos ministros - cada um de nós julga aqueles que acha mais afrontosos e para mim nem foi a Ministra da Saúde ( a quem ninguém inveja  o lugar e a vida que teve desde que rompeu esta pandemia): mas o Cabrita, insuportavelmente estúpido e arrogante, a da Agricultura insuportavelmente desaparecida, sem cara nem  obra para mostrar: o do Ambiente, incompetente e arrogante na sua incompetência, que agarrou ávidamente aquele tacho de ministro como podia ser em qualquer outra pasta, pois a ignorância é muito atrevida e  quando sair lá lhe arranjam outro tacho; o do Ensino Superior que não faz jus ao seu mestre com quem poderia ter aprendido alguma coisa e deixou que as Universidades, na sua maioria, chegassem a este estado de dormência ( é o melhor que se pode dizer...) E outros ministros de quem nem se ouve falar e que fazem o quê?

O pateta do Ambiente resolveu responder a um texto, que eu também subscrevi sobre a situação a que chegaram as AP e assinado por personalidades com toda a sua vida dedicada ao Ambiente e às AP.  Valia muito mais que tivesse deixado passar do que vir com aquele chorrilho de baboseiras, arrogância  (diz que antes dele foram só tretas, agora é que está tudo no melhor - como é possível ser tão atrasado mental ou chico esperto que vai dar ao mesmo ?) e mentiras.

A pandemia que nos aflige

Nem se pode deixar de dizer uma palavra sobre esta peste  que nos caiu em cima e da qual, os que se safarem, nunca mais esquecerão até ao fim  das suas vidas. Se ela se transformar em mais uma forma de gripe crónica mas aguda como outras que foram aparecendo  então do mal o menos, pois que fique e que a farmacologia nos venha a oferecer defesas no futuro próximo.

O que acho espantoso é que no meio desta infecção, com os ditos e contraditos dos especialistas  em que uns eminentes  dizem que é A e outros igualmente eminentes dizem que não é A é B, ( e quando a DGS toma posição por A tem contra ela todos os da B, e se tomasse posição pela B teria contra si os  da A - ora  é o que faz a direita para sobreviver  só para ser  anti PS, como o bastonário da Ordem dos Médicos e o Sindicato Independente com quem faz "parceria" e que tomam sempre o lado oposto ao da DGS, ( apesar do Instituto Ricardo Jorge, que apoia as directivas a tomar pela DGS, acolha especialistas da maior alta competência).  É a política rasteira, para lá de eventuais críticas que possam ser feitas à DGS  e á Ministra -  mas quem em todo o mundo. neste domínio, não andou aos zig-zags?

O que me faz dar a volta são os que arrogantemente se negam a ser vacinados seja porque razão for. Quem se vacina não se está só a proteger-se a si, está a impedir a transmissão da doença aos outros, é uma situação de calamidade publica.  Em regime democrático nada se deve impor, a liberdade de  vacinar ou não é um  direito, mas a maior liberdade impõe a maior responsabilidade. 

Com que cara esta gente se assume acima dos vulgares mortais que se vacinam, e  tem o descaramento de não assumir depois a responsabilidade  respectiva ?  - quando a maioria dos infectados nos hospitais são não vacinados. que estão a ocupar cuidados médicos e camas que podem fazer falta a outras pessoas com outras patologias? Deviam ser obrigados a pagar os cuidados médicos  com a sua hospitalização, é o mínimo que se lhe poderia exigir; além das limitações de acesso a diversos eventos, pois nenhum de nós está para admitir conviver com um sujeito daqueles que não sabe se está a infectado, nem está minimamente protegido, Até há pais que não vacinam os filhos contra o sarampo  que é tão perigoso e pode espalhar a doença ! Com que direito, hem ?

A miséria pelo mundo

Só  um calhamaço poderia levar descritas todas as misérias que vão pelo mundo, e todos nós - como eu - olhamos para elas e ficamos na mesma, sem darmos um passo - mas que passo? Neste fim de ano posso começar por qualquer, é difícil estabelecer uma hierarquia de misérias.

As migrações

Desde que o homem se desenvolveu em etnias e povos que se deram migrações, foi o que possibilitou povoar o planeta. Historicamente  foram as "invasões" que se sucederam que formaram muitos dos países que hoje existem. 

 Houve sempre causas naturais - a fome, as secas, a exaustão de recursos- e causas politicas, de que o caso mais flagrante foi a fuga dos judeus da Palestina, século após século.

Neste século XXI é chocante a hipocrisia de todos, até de mim que escrevo estas notas, perante os dramas que estão a suceder todos os dias, mês após mês, de Verão e de Inverno, com  milhares de migrantes que atravessam os desertos desde o Afeganistão até ao Sahara, que atravessam o Mediterrâneo e morrem aos milhares, ou  encostados ás vedações cobertas de neve das fronteiras de onde não passam, afogados no mar ( homens, mulheres e muitas crianças), presos em campos de concentração ( onde apenas a  misericórdia de algumas ONG os socorre). E todos os governantes falam disto, reúnem-se em conferências, almoçam e jantam e vão dormir descansados porque trataram do assunto.  

E a hipocrisia dos países muçulmanos, que têm tanto dinheiro e  que são incapazes de socorrer os migrantes muçulmanos, desde  o Afeganistão,  da Síria, do Iémen. etc  - onde pára o Islão ?

Só este assunto dava para páginas e páginas.

A escabrosa situação da Palestina

Israel formou-se a custa da influência do sionismo depois da 2ª Grande Guerra, sobre a banca e os poderosos políticos de origem judaica  que controlavam os governos dos EUA e da Grã Bretanha. Deixemo-nos de tretas, foi  pela força que os judeus que vieram de todos os países de onde foram escorraçados, entraram na Palestina, desalojaram para cima de 400.000 habitantes tirando-lhes as casas, as terras, os negócios e metendo-os em colónias forçadas. Não tiveram - e décadas depois continuam a não ter - qualquer misericórdia para com os pobres rurais daqueles terrenos sem desérticos; esqueceram-se dos horrores que eles mesmo sofreram às mãos do nazis e um pouco por todo o mundo, esqueceram-se de que pediam misericórdia e não a obtinham - e agora fazem o mesmo ! Onde estava o Jeová nesses anos para os proteger?...
Mais um assunto que dava para muitas páginas.

A fotografia de uma mulher ainda nova a ser consolada por outras mais velhas quando atras de si as máquinas israelitas destroem a sua casa, deveria envergonhar todos o mundo .  Onde anda Alá nestas alturas ?

A democracia em risco em quase todo o mundo

Estamos  no mundo numa espécie de novo ciclo em que os autoritarismos brotam até onde se pensava que a democracia  (chamada de burguesa pelos comunistas ( que,  de resto, dela se aproveitam sempre que podem...)  parecia instalada, lembremo-nos de Trump e dos milhões de americanos que gostam daquilo.

A democracia que dizemos ocidental encarna o mais elevado que o espírito e a dignidade dos seres humanos pode alcançar - cada homem é livre e assume a responsabilidade dessa liberdade e a garantia da alternância de quadrantes ideológicos dentro da mesma lógica que coloca, acima de tudo,  a liberdade.

Para se viver em  democracia é preciso que o regime  seja justo, seja isento, seja igualitário, coloque o interesse colectivo acima dos interesses particulares e individuais sem destruir a individualidade e a capacidade e criatividade  do indivíduo.

É difícil e dispendioso viver em democracia como aquela em que têm vivido os países da Europa Ocidental depois da 2ª Guerra, ou a Austrália,  os EUA ( até  à aberração do Trump) ou o Canadá e poucos mais. Exige uma formação cultural e uma herança histórica que vem desde a Revolução Francesa e os povos em que esta ( apesar de todos os seus abusos)  não se fez sentir, nunca chegaram a interiorizar a democracia -  aguentam qualquer iluminado que fale em patranhas fáceis de entender, como acontece a quem esteve muitos anos sob a opressão das ditaduras nos países europeus do Leste. São facilmente atraídos, na maioria, para o autoritarismo. 

É curioso que Espanha e Portugal, que também viveram muitas décadas sob ditaduras fascistas, quando estas caíram retomaram avidamente a democracia -  eu acredito que isso aconteceu porque antes tivemos  um longo período de aprendizagem da democracia desde o século XIX - e ela entranhou-se. 

O mundo conheceu depois da 1ª Grande Guerra o surgimento de ditaduras de direita  como contraponto ao apelo à ditadura comunista; salvaram-se os países onde a democracia estaria mais entranhada e mais autodefendida, embora nesses países  tenham surgido naturalmente sectores de direita fascista ou próxima  (nos EUA, na própria Grã Bretanha houve simpatizantes, em França foi por demais evidente,,,)

Outro assunto que dará para páginas e páginas de reflexão,..

Eram 11 h da manhã ouvi na rádio que passara o ano nas Ilhas Fiji, daqui a uma horas será por cá.  Pode ser que 2022 seja melhor, este 21 foi uma lástimas sob todos os pontos de vista, para Portugal e muito pior para outras partes do Mundo. O csarismo de Putin, o comunismo" chinês e o seu recuo nas liberdades de Hong  Kong  (no resto da China nem se fala, pois vive tudo em beleza e harmonia celestiais, guiados pelo farol do PC chinês- que inveja para outros PC...); o pesadelo brasileiro do Bolsonaro; os miseráveis afegãos sem uma palavra de censura do resto do mundo islâmico ( para que a gente se vá lembrando...); a fome e a guerra na Etiópia, no Iémen, no Corno de África; os polos da Terra a derreterem  e as indústrias a fingirem que não acontece nada; a sujeira que reina nas redes sociais de que eu apenas tenho um ligeiríssimo contacto por via indirecta...

Que mundo este ! 

Só voltarei a escrever em 2022, ano do centenário do nascimento do meu velho e grande amigo Gonçalo, dos oitenta anos do início do curso de  arquitectura paisagista, de sete anos sobre o falecimento do outro  velho amigo e mestre  Ilídio de Araújo, de dez anos sobre a  morte do outro grande amigo e também mestre António Viana Barreto!! que datas !!



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