terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

 Beethoven

Em Março passam 175 anos sobre a morte de Beethoven. Se há datas que a Humanidade não pode esquecer são aquelas que dizem respeito às grandes figuras que a tornaram maior. 

Ouvir todos os dias, um bocadinho só que seja, umas das maravilhas que ele compôs, ajuda a levar o tempo para a frente - se estivermos deprimidos uma melodia suave, se estivermos com ganas de exaltação uma daquelas que nos  põem a vibrar e a querer ir em frente!!  A dificuldade está só em escolher.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

E o grande dia aconteceu!! 

Ninguém queria acreditar,  maioria absoluta para o PS de António Costa, quer dizer, ditadura de Costa durante 4 anos ( embora eu acredite que ele bate com a porta daqui a 2 anos...). Porque é de uma autêntica ditadura que se trata, ditadura democrática e a prazo ( muitas  ditaduras começam com eleições democráticas...)  mas na verdade poder quase absoluto, apenas controlado pelo Grupo Parlamentar que  fala sozinho - e vence, mesmo que  todos os outos estejam contra.

Podem dar as razões que entenderem, para mim este resultado é a consequência não só da zanga do povo da esquerda com os seus Partidos que nos colocaram nesta eleição sem necessidade, mas das sondagens das últimas semanas anteriores. Eu não sou perito em sondagens mas sei um pouco de cálculo  de  probabilidades e de inquéritos aleatórios, e estou fortemente convencido de que houve sondagens manipuladas.  Houve várias a darem o PSD a subir rapidamente e as do "Observador" até deram o PSD à  frente. É fácil fazer sondagens  manipuladas; essas agências  conhecem bem a geografia eleitoral, conhecem-se em cidades como Porto ou Lisboa as áreas onde residem mais votantes deste ou daquele partido, em especial dos dois maiores, PS e PSD; se os inquéritos "aleatórios" incidirem maioritariamente sobre uma ou outra dessas áreas, sabe-se que a votação pende mais para um ou para o  outro. Não é admissível que sondagens absolutamente idóneas tenham dado aqueles resultados nitidamente desfocados da realidade.

Ontem acabei por não ter tempo de acabar estas notas

O pior está para vir. Em António Costa  há  coisas que me parecem indiscutíveis: o seu apego ao Poder, a sua arrogância mal disfarçada, a sua habilidade para jogar com as respostas que mais lhe convém em cada ocasião... É isso que faz dele o mais experimentado  e hábil político português.

O novo Parlamento está bem composto. O que espanta muita gente é o Chega ficar com tantos deputados: a comunicação social bem trabalhou para isso. Até Manuel Carvalho, director do Publico, reconheceu que nem o seu jornal havia evitado escorregar para as notícias  populistas e que são chamariz de leitores; fizeram muito para o Ventura agora cantar de galo. Imagina-se já o chiqueiro que vão fazer, a falta de correcção, as interrupções dos outros, e todas aquelas lamentáveis figuras que ele nos deixou ver durante a campanha.

Mas a IL é bem mais perigosa, porque é civilizada e ninguém aparece a desmascarar que o liberalismo é uma fonte  de crises e de desigualdade social e económica desde o século XIX. Ninguém se quer chegar à frente com esta discussão e se os liberalistas puderem fazer com que não se recorde o que foi mais de um século de períodos execráveis da História contemporânea, continuarão a morder a sociedade com uma das suas cabeças de hidra que se auto renovam, crise apos crise.

Não são da extrema direita como o Chega mas são a direita mais radical para  a qual tenderam os pseudo-democratas cristãos do CDS e muitos do PSD. Estão lá todos... até porque parece que está na moda, é in...









sábado, 29 de janeiro de 2022

Dia de reflexão 

Hoje, sábado 29 de Janeiro do ano da graça ( veremos se tem graça...) de 2022, é o dia de reflexão para as eleições de amanhã. Então vamos reflectir uns minutos.

Ganha o PS ou o PSD? Grande suspense, mas esses dois já era espectável que fossem os mais votados, só que  a margem estreita que os separa  devia servir de exemplo e de ensinamento pelo menos para António Costa. 

De Rui Rui não era de esperar grande nível nem grande clareza nas propostas, quanto a Costa. considerado um político com grande faro, deve ter-lhe subido à cabeça ser Primeiro Ministro durante 6 anos.  A sua arrogância  em nunca dar o braço a torcer mesmo quando nos seus governos se davam grandes broncas e exemplos lamentáveis de incapacidade política, atestam pouco respeito pela ética democrática e republicana. Mas se fosse só por ele, era pena mas passava, o pior é que se propagou aos outros comparsas e alguns desses aliando a tal arrogância a uma total falta de capacidade política e de empatia,  nitidamente prontos para repetirem a " voz do dono".

Apetecia-me enviar uma carta mais ou menos nestes termos...

"Exº Senhor Primeiro Ministro

Sempre fui da esquerda democrática mas cultivando a independência de pensamento que é apanágio da liberdade democrática, livre mas responsável - por isso encarei com satisfação a sua governação à esquerda, não por estar de acordo com todos os princípios basilares das ideologias radicais que os seus parceiros encarnam, mas para tirar proveito de  algumas exigências de carácter social sem o que PS não poria em execução algumas das propostas que tanta gente que trabalha e é tão mal paga, tem direito. Também não desculpo inteiramente esses parceiros  que, tal como em 2011,  se aliaram á direita e, em vez da austeridade do Pack IV, tivemos a austeridade absurda da Troika neoliberal - e agora arrastaram-nos para este imbróglio. Mesmo assim gostaria que da sua parte tivesse havido alguma insistência no diálogo - só que estava convencido de que teria a maioria absoluta, que agora já não invoca, mas que o cegou durante os últimos meses, para mal dos nossos pecados.

O Sr. Dr. António Costa vai possivelmente ser de novo o próximo Primeiro Ministro. Espero - e  acredite que muita gente também espera- que um novo Governo seja bem diferente deste que chegou ao fim, não só no número anormalmente excessivo  de membros mas igualmente na sua qualificação. Percebe-se que não seja fácil encontrar pessoas com elevada qualidade profissional e personalidade que aceitem ser Ministros principalmente para obedecerem à tal voz do dono; só quem anda atrás dum  tacho ministerial é que aceita essa condição. O que se passou sobretudo nestes últimos dois anos foi intolerável e deixou aqueles que o queriam defender ficar sem palavras  para o fazer. E a pandemia que serve para desculpar muita coisa -. e eu sou dos que entendem que nesse capítulo era difícil fazer melhor e só a baixa politiquice  é que pode acusar os zig-zags do processo, zig zags que se verificaram em todo o mundo - mas não desculpa os erros dos seus ministros, erros crassos.

Mas não ter tido a coragem de emendar certas políticas e substituir  alguns governantes que passaram das marcas da incompetência ou da asneira  - nem parece de quem, como o Sr. PM, tem tanto faro político. Não teria sido prova de fraqueza antes de vontade e de bom senso político. Tal como foi tratou-se de  mero clientelismo de que o PS tem dado fartas provas.

Importa-me abordar aqui o sector primário que certamente não o levará a concordar com aquilo que defendo - e acredite muito mais gente e mais qualificada que eu também defende ( excepto os liberalistas, neoliberais ou libertinos). É o sector para o médio e longo prazo essencial para Portugal e ...tem falhado redondamente.

Desde o direito romano que a organização do espaço rústico se faz com ager-saltus-silva. Daí que ter separado a agricultura das florestas foi continuar a desinformação que já vinha da direita e é um absurdo  que apenas transmite a ideia de desconhecimento dessas matérias e, pior, vai favorecer os grandes grupos económicos em detrimento dos pequenos e médios agricultores e é uma alavanca para a indústria  da celulose em detrimento de uma política florestal equilibrada. E ter havido quem  quisesse ser ministro nestas condições só pode significar que não entende nada do assunto ou, pior. que aceita qualquer tacho ministerial seja lá qual for.  Que a agricultura e a silvicultura ( não temos florestas, temos matas) devem ser geridas em comum é uma das verdades a la Palice.

A sustentabilidade assenta em tres elos - gente, solo e água.

Gente? O interior desertifica-se desde que Cavaco Silva deu um dinheirito europeu para que os pequenos e médios agricultores deixassem de produzir. porque da UE viria toda a comida que fosse precisa. E para completar a obra extinguiu os Serviços de Extensão Rural que eram essenciais para apoiar as pequenas e médias explorações - mas nunca mais nenhum governo, incluindo os do PS, reconstituiu esses serviços, Porque afinal todos se orientam pelos mesmos princípios de liberalismo económico, a quem interessa  apenas os grandes grupos de produção intensiva - erro fatal para um país como o nosso.

Solo? temos milhares de hectares de solo agricultável ao abandono e não há incentivos para voltar a produzir  culturas alimentares de que importamos a quase totalidade do que consumimos. Mas o Ministério da Agricultura apoia a agricultura intensiva com milhões de euros, até algumas culturas regadas como as de abacate no Algarve, que se vem adicionar às outras tradicionais na região como os citrinos. Em vez de reocupar os solos abandonados com culturas alimentares, mesmo regadas - sempre ficava alguma coisa, assim os produtores exportam, metem o dinheiro ao bolso e o solo e a água que gastaram ficam a  faltar para o futuro. Ninguém quer acreditar que estamos a caminhar para um regime agressivo de secas prolongadas e ninguém assume a nossa condição mediterrânica.

Houve um socialista de "primeira água", o Prof. Manuel Gomes Guerreiro, que escreveu um livrinho hoje esquecido  intitulado "A floresta na conservação do solo e da água!" que deveria voltar a ser lido por muitos técnicos e pelos políticos que decidem sobre estes assuntos.

Sem uma silvicultura racional e adaptada ao nosso território, nunca teremos armazenamento capaz da pouca água - cada vez menos água - que nos vai caindo do céu.

Portanto sem gente no campo que quer dizer no interior, sem solos bem cuidados e sem água, a sustentabilidades do nosso espaço nacional fica cada vez mais comprometido - acredite ou não, Senhor PM. este é o rumo em que estamos metidos e que só com uma governação inteligente e responsável poderíamos ir gerindo razoavelmente.

Depois vem o Ambiente - de certeza que chegaram ao seu Gabinete, ao longo dos meses, as críticas feitas ao titular escolhido que uma das primeiras declarações sonantes que fez ao Expresso foi  de que não era ambientalista . Então como e porquê  foi escolhido para essa pasta ? Se era para lhe dar um tacho desse outro em que o cavalheiro soubesse o que estava a fazer; ou ao PS e ao Senhor PM o Ambiente vale assim tão pouco?"

E a carta prosseguiria com o rol de asneiras e erros crassos que foram cometidos no sector primário.  Mas fico por aqui.

A questão que se coloca no fim é então : e se for o Rui Rio a ocupar o lugar de PM?  Quer dizer que estamos lixados, com  a IL e o Chega a darem ordens, por mais que digam que a este ultimo não o querem, Cá  estaremos para assistir a este triste evoluir da nossa democracia que, apesar de tudo, se aguenta, e a campanha eleitoral, com todos os seus excessos e disparates ( próprios do baixo nível de muitos dos intervenientes) ainda assim se manteve em patamar aceitável de discussão. Viva a democracia.








sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

Depois de mais uns dias de interregno, por diversos motivos,  volto às minhas notas com o mesmo objectivo de sempre, deixar reflexões para memória futura.

 Ideologias ?- o liberalismo diz que só existe uma...

Em campanha eleitoral desde há semanas em pré-campanha e agora em campanha repara-se como os partidos não discutem ideologias, apenas atiram com as suas propostas em catadupa, para conseguir  atrair mais gente. Mas as ideologias é que determinam o futuro, haja quem as saiba defender por convicção e não apenas por arrangismo,

Nunca se ouve o PCP anunciar o seu marxismo leninismo como sendo a doutrina político-social que vai salvar o país, nem se ouve o BE defender o seu marxismo radical que nunca explicitou bem qual era ( e a confusão dá sempre jeito); o PS  nunca defende abertamente os princípios da social democracia de esquerda ( a social-democracia teve sempre uma ampla gama de tonalidades); o PSD diz que é de centro direita mas  faz por esquecer que Sá Carneiro e os outros pais fundadores do PPD (eu dei-me mais com o Magalhães Mota e recordo o que ele falava) quis inscrever o  Partido na Internacional Socialista, só que Mário Soares travou essa veleidade; o CDS ás vezes fala a correr da democracia cristã mas sem se alargar muito para não afugentar mais sócios, pois a maioria dos que enchem o IL e o Chega saiu do CDS - quer dizer que para além dos pais fundadores (Amaro da Costa, Freitas do Amaral, Bagão Félix, Adriano Moreira, e alguns mais que seriam conscientemente democratas cristãos) a maioria era de direita e foram para o CDS porque era o mais à direita que havia na praça... mas mal  houve esta abertura do espectro saltaram logo - uns para um partido fascista e os menos assanhados para os liberais.

Estou a insistir mais no CDS por que se liga directamente com o título destas notas de hoje - a origem das ideologias,  da democracia cristã e do liberalismo.

O liberalismo é como a hidra de mitologia, tem muitas cabeças e quando perde uma nascem logo outras e na hidra o seu hálito era pestilento... Ora desde o século XIX que é assim com o liberalismo.

Na Encíclica Rerum Novarum do Papa Leão XIII são combatidos igualmente o marxismo colectivista e o liberalismo individualista, por ambas serem ideologias que iam contra o essencial da liberdade do ser humano por um lado, e contra a necessidade do bem estar colectivo por outro. Tudo posições que a Igreja condena e daí ter nascido a doutrina social da Igreja que resultou na Democracia Cristâ - tão simples como isto. 

E dos que não tinham propósitos religiosos mas almejavam em teoria praticamente os mesmos objectivos de justiça e igualdade sociais surgiu uma forma atenuada de marxismo democrático ( que não aceita ditaduras seja de que tipo for) que se traduziu na Social Democracia, Em termos simples é este o processo de formação das ideologias que depois da 2ª Guerra Mundial deram á Europa e a uma boa parte do Mundo as décadas de maior paz social e progresso material em plena liberdade. 

 Portanto os democratas cristãos do CDS eram muito poucos... os muitos mais acabaram por aderir à hidra liberalista contra a qual haviam sido doutrinados ...  Mas voltemos à História.

Foi a queda do muro de Berlim e o ruir da hegemonia soviética que significaram, durante décadas, o triunfo do marxismo leninismo  (uma forma deturpada do marxismo, já que este que fora pensado para as sociedades industriais do tempo de Marx e Engels, afinal foi  "adaptado" à força a um país ainda  "medieval" no início do século XX) que abriram mais oportunidades ao surgir de mais cabeças da hidra.

Já o uso do termo liberal é um abuso. Liberais somos todos nós que nos opomos ao absolutismo, porque os que defendem o liberalismo económico não são liberais, são liberalistas ou até libertinos pelos excessos que  criam nas sociedades. E os actuais  liberais seguem a mesma cartilha  liberalista desde sempre ( como os marxistas seguem a mesma cartilha de Marx ) e a sua proposição mais altissonante é também a mesma de sempre, de que não há mais ideologias, há apenas a ideologia do mercado livre, a "supra divindade" a que todo o mundo acabará por se submeter. E a arrogância não esmorece, é uma característica de raiz, como se nota por exemplo no Cotrim de Figueiredo do IL ou num cronista do "Publico" que era CDS ferrenho - Mendes da Silva- e agora escreve que a direita ou é liberal ou não é direita, boa conclusão para um, até há pouco tempo.  dedicado  democrata cristão...  O liberalismo revive depois das crises  sistemáticas que ele mesmo provoca.

Já a Grande Depressão dos anos 30 do século passado nos EUA e que contribuiu para o crescimentos dos nacionalismos e fascismos desse século, fora consequência da desregulação dos mercados protagonizada pelos liberalistas e só a intervenção do Presidente  Roosevelt com o seu New Deal, através da injecção de enormes quantidades de dinheiro do Estado na economia, salvou  a sociedade americana dum fim mais trágico. O keynesianismo foi uma forte machadada nas cabeças da hidra, que quebrou força durante algum tempo. 

Mas  mais tarde de novo saltaram para a ribalta diversos ideólogos a favor da grande força motriz dos negócios, entre muitos outros   Milton Friedman Hayeck  em quem se apoiaram  Reagan e Thatcher, como muito outros políticos ocidentais incapazes de prever que, mais uma vez, a desregulação neoliberal iria conduzir a novas crises como a de 2008 que afectou todo o mundo.

Na euforia do fim da "guerra fria" outro economista famoso e grande paladino do neoliberalismo, Francis Fukuyama, havia proclamado com a arrogância secular dos liberais, o "Fim da História", onde previa que a queda do comunismo europeu eliminaria o último obstáculo que separava o mundo inteiro do seu destino fatal, a liberdade dos mercados como única ideologia de futuro. O certo é  que ele mesmo em 2019 confessou que nunca pensara que uma economia liberal como a dos EUA viesse a eleger um tipo como Trump e a culpa desses desvios, disse ao El Pais, foi a esquerda democrática ocidental não ter sido capaz de resistir  deixando deteriorar a democracia. Pois, a culpa não foi dos mercados em roda livre, foi da esquerda não ter tido força para se  opor à deterioração  dos mercados e da democracia... Boa, hem?

Pois estamos novamente num ciclo da História em que as democracias estão cercadas por dentro e por fora por extremas direitas, por populismos fáceis  de cair no goto da população mais desprotegia e menos informada e com a adesão de grandes magnates e patrões ansiosos por porem fim a esta "treta" das liberdades, esperando que venham  a "ordem e a paz". Ora quando a situação é esta e governos e partidos ditos democráticos e de esquerda fazem asneiras de grosso calibre, sem recuar e com arrogância dão os piores exemplos de clientelismo, incompetência e oportunismo, em quem é que grandes faixas da sociedade vai escolher ?

Penso que fenómenos como o Chega são assustadores pelo vozeirão, mas não tem substrato para se aguentarem  por ai fora, apesar de ser bom não lhes dar mais importância do que aquela que tem, mas  muita comunicação social é culpada disso. Agora  a eficácia e moderação de discurso do IL devem ser, essas sim, tidas em conta pois o que parece um pequeno partido é uma das cabeças da hidra que reacendeu em Portugal onde o neoliberalismo nunca tinha chegado com grande força - até agora...

 Com esse é que é preciso estar vigilante, sobretudo  quem defende uma esquerda democrática, socialismo ou social democrata e que, a par da democracia cristã  em toda  a Europa Ocidental, foram capazes de suster a hidra.

A quantidade de Partidos que concorrem a estas eleições diz bem da amplitude de ideologias que proliferam, algumas mesmo esdrúxulas, desde o quase mítico MRPP, um MAS que ninguém conhece, o fatídico RIR que é mesmo para rir apesar da simpatia do Tino ( só isso), a outros bem mais perigosos como o Ergue-te ( que acha o Chega, que se diz anti-sistema, um caso sem importância porque afinal é do sistema) até um partido negacionista AdN, que é contra a toda a politica de saúde publica, contra o sistema em vigor, contra a Constituição, enfim é um ror de enormidades -  e toda esta gente aproveita a possibilidade que a democracia lhes confere para falarem livremente e terem tempos de antena. Quando algumas destas ideologias chegam ao Poder pelos votos obtidos em regime de  democracia, dão logo cabo dessas facilidades como na Polónia, na Hungria, na Turquia, etc, etc.

Por isso aos governos democratas, como os que temos tido em Portugal, não lhes podemos tolerar que se continuem a verificar os escândalos que o PS tem permitido nestes seus últimos Governos e que já com o Pinto de Sousa foi um desastre de trágicas dimensões.

Vamos lá ver  com muito sangue frio e muita ponderação, em quem se vota nestas eleições...









domingo, 2 de janeiro de 2022

 2 de Janeiro de 2022

Estou a ficar sentimental, deve ser da idade : hoje vi pela enésima vez o filme Casablanca, com se fosse a primeira vez...

sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

 Fim de ano

31 de Dezembro de 2021

Que belo dia hoje, e ao mesmo tempo que péssimo dia| - conforme a óptica de quem o aprecia. E eu aprecio nas suas ópticas...

Fui á praia, como faço desde que me recordo  há um ror de anos, nos Açores, na Madeira e aqui pelo Algarve, e fui tomar o meu banho de mar que serve para "limpar as misérias" do ano que acaba. Amanhã tomarei o primeiro banho do novo ano, faça sol  ou chovam picaretas...  Está um belo dia na óptica do utilizador, pois um sol radioso e sem uma brisa dá vontade de sorrir, é  no entanto incompreensível no pino do Inverno - daí ser um péssimo dia em termos de condição climática. Não me lembro de temperaturas assim no Algarve.

Veja-se que almocei ao ar livre, um repasto voltado para Trás-os-Montes pois tirando o bacalhau que é pescado lá fora, ainda assim foi regado com azeite de Romeu ( um dos melhores azeites portugueses, acreditem) e com vinho tinto Mogadouro Reserva, delicioso, do melhor que se pode encontrar neste País de tantos vinhos bons; este não se encontra fora da região. por ser pequena a produção. Trouxe mais vinhos transmontanos,  todos muito desconhecidos mas muito bons. que valem por isso mesmo  por serem de pequena produção e ainda não terem entrado pelo caminho do vulgar e da grande produção.

As misérias do país e do mundo

É inevitável nestes dias de fim de ano não pensar no que foi o ano que acaba hoje, E 2021 foi um ano marafado começando por mim que estive ameaçado com uma daquelas doenças que faz calafrios... Mas parece que me safei, é o que dizem os entendidos. Depois tive outro susto, também afastado o perigo potencial, de novo  voltaram a dizer os mesmos entendidos...

Mais importante que eu é o que se passou por aí, começando pelo País. E é um resumo resumido

A tristeza dum governo de esquerda  democrática

Não  é possível deixar de recordar a tristeza que foi este Governo agora apenas em funções até às eleições de Janeiro, daqui a um mês. António Costa que é considerado um politico hábil e perspicaz deixou  este Governo afundar-se em trapalhadas monumentais, com os ministros mais incompetentes e, para ter o pessoal "na mão", fartou-se de arregimentar para os seus apaniguados  o maior número possível de lugares de charneira no Estado.

Com a Presidência da UE, que nitidamente  lhe interessou mais que esta "porcalhota" cá da terra, deixou que  sujeitos  sem o mínimo nível intelectual  assumissem posições e tomassem decisões impensáveis num governo de esquerda democrática, que devia ser ideologicamente um exemplo de eficácia e isenção na defesa das res publica. Ingénuo que eu sei que  sou, naífe...

A arrogância que A. Costa  emprestou à sua presença como chefe do Governo transmitiu-se aos ministros - cada um de nós julga aqueles que acha mais afrontosos e para mim nem foi a Ministra da Saúde ( a quem ninguém inveja  o lugar e a vida que teve desde que rompeu esta pandemia): mas o Cabrita, insuportavelmente estúpido e arrogante, a da Agricultura insuportavelmente desaparecida, sem cara nem  obra para mostrar: o do Ambiente, incompetente e arrogante na sua incompetência, que agarrou ávidamente aquele tacho de ministro como podia ser em qualquer outra pasta, pois a ignorância é muito atrevida e  quando sair lá lhe arranjam outro tacho; o do Ensino Superior que não faz jus ao seu mestre com quem poderia ter aprendido alguma coisa e deixou que as Universidades, na sua maioria, chegassem a este estado de dormência ( é o melhor que se pode dizer...) E outros ministros de quem nem se ouve falar e que fazem o quê?

O pateta do Ambiente resolveu responder a um texto, que eu também subscrevi sobre a situação a que chegaram as AP e assinado por personalidades com toda a sua vida dedicada ao Ambiente e às AP.  Valia muito mais que tivesse deixado passar do que vir com aquele chorrilho de baboseiras, arrogância  (diz que antes dele foram só tretas, agora é que está tudo no melhor - como é possível ser tão atrasado mental ou chico esperto que vai dar ao mesmo ?) e mentiras.

A pandemia que nos aflige

Nem se pode deixar de dizer uma palavra sobre esta peste  que nos caiu em cima e da qual, os que se safarem, nunca mais esquecerão até ao fim  das suas vidas. Se ela se transformar em mais uma forma de gripe crónica mas aguda como outras que foram aparecendo  então do mal o menos, pois que fique e que a farmacologia nos venha a oferecer defesas no futuro próximo.

O que acho espantoso é que no meio desta infecção, com os ditos e contraditos dos especialistas  em que uns eminentes  dizem que é A e outros igualmente eminentes dizem que não é A é B, ( e quando a DGS toma posição por A tem contra ela todos os da B, e se tomasse posição pela B teria contra si os  da A - ora  é o que faz a direita para sobreviver  só para ser  anti PS, como o bastonário da Ordem dos Médicos e o Sindicato Independente com quem faz "parceria" e que tomam sempre o lado oposto ao da DGS, ( apesar do Instituto Ricardo Jorge, que apoia as directivas a tomar pela DGS, acolha especialistas da maior alta competência).  É a política rasteira, para lá de eventuais críticas que possam ser feitas à DGS  e á Ministra -  mas quem em todo o mundo. neste domínio, não andou aos zig-zags?

O que me faz dar a volta são os que arrogantemente se negam a ser vacinados seja porque razão for. Quem se vacina não se está só a proteger-se a si, está a impedir a transmissão da doença aos outros, é uma situação de calamidade publica.  Em regime democrático nada se deve impor, a liberdade de  vacinar ou não é um  direito, mas a maior liberdade impõe a maior responsabilidade. 

Com que cara esta gente se assume acima dos vulgares mortais que se vacinam, e  tem o descaramento de não assumir depois a responsabilidade  respectiva ?  - quando a maioria dos infectados nos hospitais são não vacinados. que estão a ocupar cuidados médicos e camas que podem fazer falta a outras pessoas com outras patologias? Deviam ser obrigados a pagar os cuidados médicos  com a sua hospitalização, é o mínimo que se lhe poderia exigir; além das limitações de acesso a diversos eventos, pois nenhum de nós está para admitir conviver com um sujeito daqueles que não sabe se está a infectado, nem está minimamente protegido, Até há pais que não vacinam os filhos contra o sarampo  que é tão perigoso e pode espalhar a doença ! Com que direito, hem ?

A miséria pelo mundo

Só  um calhamaço poderia levar descritas todas as misérias que vão pelo mundo, e todos nós - como eu - olhamos para elas e ficamos na mesma, sem darmos um passo - mas que passo? Neste fim de ano posso começar por qualquer, é difícil estabelecer uma hierarquia de misérias.

As migrações

Desde que o homem se desenvolveu em etnias e povos que se deram migrações, foi o que possibilitou povoar o planeta. Historicamente  foram as "invasões" que se sucederam que formaram muitos dos países que hoje existem. 

 Houve sempre causas naturais - a fome, as secas, a exaustão de recursos- e causas politicas, de que o caso mais flagrante foi a fuga dos judeus da Palestina, século após século.

Neste século XXI é chocante a hipocrisia de todos, até de mim que escrevo estas notas, perante os dramas que estão a suceder todos os dias, mês após mês, de Verão e de Inverno, com  milhares de migrantes que atravessam os desertos desde o Afeganistão até ao Sahara, que atravessam o Mediterrâneo e morrem aos milhares, ou  encostados ás vedações cobertas de neve das fronteiras de onde não passam, afogados no mar ( homens, mulheres e muitas crianças), presos em campos de concentração ( onde apenas a  misericórdia de algumas ONG os socorre). E todos os governantes falam disto, reúnem-se em conferências, almoçam e jantam e vão dormir descansados porque trataram do assunto.  

E a hipocrisia dos países muçulmanos, que têm tanto dinheiro e  que são incapazes de socorrer os migrantes muçulmanos, desde  o Afeganistão,  da Síria, do Iémen. etc  - onde pára o Islão ?

Só este assunto dava para páginas e páginas.

A escabrosa situação da Palestina

Israel formou-se a custa da influência do sionismo depois da 2ª Grande Guerra, sobre a banca e os poderosos políticos de origem judaica  que controlavam os governos dos EUA e da Grã Bretanha. Deixemo-nos de tretas, foi  pela força que os judeus que vieram de todos os países de onde foram escorraçados, entraram na Palestina, desalojaram para cima de 400.000 habitantes tirando-lhes as casas, as terras, os negócios e metendo-os em colónias forçadas. Não tiveram - e décadas depois continuam a não ter - qualquer misericórdia para com os pobres rurais daqueles terrenos sem desérticos; esqueceram-se dos horrores que eles mesmo sofreram às mãos do nazis e um pouco por todo o mundo, esqueceram-se de que pediam misericórdia e não a obtinham - e agora fazem o mesmo ! Onde estava o Jeová nesses anos para os proteger?...
Mais um assunto que dava para muitas páginas.

A fotografia de uma mulher ainda nova a ser consolada por outras mais velhas quando atras de si as máquinas israelitas destroem a sua casa, deveria envergonhar todos o mundo .  Onde anda Alá nestas alturas ?

A democracia em risco em quase todo o mundo

Estamos  no mundo numa espécie de novo ciclo em que os autoritarismos brotam até onde se pensava que a democracia  (chamada de burguesa pelos comunistas ( que,  de resto, dela se aproveitam sempre que podem...)  parecia instalada, lembremo-nos de Trump e dos milhões de americanos que gostam daquilo.

A democracia que dizemos ocidental encarna o mais elevado que o espírito e a dignidade dos seres humanos pode alcançar - cada homem é livre e assume a responsabilidade dessa liberdade e a garantia da alternância de quadrantes ideológicos dentro da mesma lógica que coloca, acima de tudo,  a liberdade.

Para se viver em  democracia é preciso que o regime  seja justo, seja isento, seja igualitário, coloque o interesse colectivo acima dos interesses particulares e individuais sem destruir a individualidade e a capacidade e criatividade  do indivíduo.

É difícil e dispendioso viver em democracia como aquela em que têm vivido os países da Europa Ocidental depois da 2ª Guerra, ou a Austrália,  os EUA ( até  à aberração do Trump) ou o Canadá e poucos mais. Exige uma formação cultural e uma herança histórica que vem desde a Revolução Francesa e os povos em que esta ( apesar de todos os seus abusos)  não se fez sentir, nunca chegaram a interiorizar a democracia -  aguentam qualquer iluminado que fale em patranhas fáceis de entender, como acontece a quem esteve muitos anos sob a opressão das ditaduras nos países europeus do Leste. São facilmente atraídos, na maioria, para o autoritarismo. 

É curioso que Espanha e Portugal, que também viveram muitas décadas sob ditaduras fascistas, quando estas caíram retomaram avidamente a democracia -  eu acredito que isso aconteceu porque antes tivemos  um longo período de aprendizagem da democracia desde o século XIX - e ela entranhou-se. 

O mundo conheceu depois da 1ª Grande Guerra o surgimento de ditaduras de direita  como contraponto ao apelo à ditadura comunista; salvaram-se os países onde a democracia estaria mais entranhada e mais autodefendida, embora nesses países  tenham surgido naturalmente sectores de direita fascista ou próxima  (nos EUA, na própria Grã Bretanha houve simpatizantes, em França foi por demais evidente,,,)

Outro assunto que dará para páginas e páginas de reflexão,..

Eram 11 h da manhã ouvi na rádio que passara o ano nas Ilhas Fiji, daqui a uma horas será por cá.  Pode ser que 2022 seja melhor, este 21 foi uma lástimas sob todos os pontos de vista, para Portugal e muito pior para outras partes do Mundo. O csarismo de Putin, o comunismo" chinês e o seu recuo nas liberdades de Hong  Kong  (no resto da China nem se fala, pois vive tudo em beleza e harmonia celestiais, guiados pelo farol do PC chinês- que inveja para outros PC...); o pesadelo brasileiro do Bolsonaro; os miseráveis afegãos sem uma palavra de censura do resto do mundo islâmico ( para que a gente se vá lembrando...); a fome e a guerra na Etiópia, no Iémen, no Corno de África; os polos da Terra a derreterem  e as indústrias a fingirem que não acontece nada; a sujeira que reina nas redes sociais de que eu apenas tenho um ligeiríssimo contacto por via indirecta...

Que mundo este ! 

Só voltarei a escrever em 2022, ano do centenário do nascimento do meu velho e grande amigo Gonçalo, dos oitenta anos do início do curso de  arquitectura paisagista, de sete anos sobre o falecimento do outro  velho amigo e mestre  Ilídio de Araújo, de dez anos sobre a  morte do outro grande amigo e também mestre António Viana Barreto!! que datas !!



terça-feira, 21 de dezembro de 2021

 Nestes dias que correm...

Tempo de Natal

Com a pandemia a estender-se sem fim à vista, com meio mundo por vacinar  por não ter acesso às vacinas e uns cretinos ditos civilizados a não se quererem vacinar por "ideologia", o Natal deste ano vai ser um triste simulacro. Natal não é só para os cristãos por razões  de religião,  ele foi adoptado pela maioria das pessoas com ou sem religião, como a festa da família. E a família deve ser honrada com uma festa. 

Mas é também um  pretexto para se socorrerem os indigentes. os sem abrigo, os desviados da boa sorte - e aqui tanta desgraça que ocorre por esse mundo fora.

 Já não bastavam as doenças, as fomes crónicas, a pobreza endémica de milhões de seres humanos, cada vez maiores demonstrações da rotura da Terra, das alterações do clima e das actividades telúricas um pouco por todo o Mundo - já não bastava tudo isto e ainda temos cada vez mais autoritarismo, mais regimes despóticos que se aproveitam  das facilidades ( e das fragilidades) da democracia para  elegerem chefes que mal chegam ao poder o que fazem é alterar as regras, modificar  as Constituições, alterar a independência do poder judicial moldando-o  aos seus desejos de domínio. Se olharmos para a História do mundo, em especial do Ocidente, vemos como ciclicamente até onde se pensava que a democracia estava forte e exemplar, ocorrem fenómenos como o Trump, o Bolsonaro, o Orban da Hungria, o Erdogan da Turquia, e aqui há uns anos no Egipto com a Irmandade Muçulmana.

Aqui neste rectângulo temos assistido como o desempenho de um mau Governo que se dizia de esquerda democrática e deveria, por isso, ser exemplar, tem contribuído para o descrédito da democracia, com clientelismo descarado, ocupação geral de todos os cargos possíveis pelos que possuem cartão do PS ou dão garantias de lealdade - quando um partido da esquerda democrática deveria premiar o mérito, certamente com alguns dos seus em certos lugares chave mas chamando para lugares do aparelho do Estado pessoas capazes sem lhes perguntar - ou mesmo sabendo - a que ideologia pertencem.

Foi assim nos primeiros anos do regime democrático, quando se pensava que tudo era possível em liberdade e confronto limpo de ideias até á primeira purga feita pela AD em 1979-80 - eu testemunhei e fui um dos últimos  "saneados".  Daí em diante foi  um constante apelo ao clientelismo, foi  acenar com mordomias, tanto do PS como do PSD só que este... esteve menos anos seguidos no Poder.

As asneiras e tiros no pé deste Governo do A. Costa tem sobretudo feito crescer é a corja do Chega, que com um discurso fácil, apontando os deslises, a estupidez crónica dum Cabrita, as irregularidades na Justiça, ( e fala-se menos porque ninguém se interessa por isso, no  morcão do do Ambiente) e prometendo aquilo que, se atingisse o Poder, não faria, atrai muita gente até com instrução e inesperadamente que eu julgava acima dessa atracção.

Perguntavam-me ontem - então os exageros radicais do Chega são maus e os radicalismos do BE são bons? E esta lógica impõe-se porque falha redondamente a eficácia, a justeza de decisões (mas abunda em arrogância) dum partido de esquerda democrática que deveria  exactamente ser o fiel do equilíbrio entre aqueles dois radicalismos. O PCP existe mas é um cadáver adiado, mantendo-se incrustado no leninismo como se o exemplo de décadas dessa distorção do marxismo não  bastasse para arrepiar caminho como ain da há dia explicava muito lucidamente o Carlos Brito.

Em tempo de Natal e com eleições daqui a uns 30 dias, com a pandemia a aumentar e a alterar a vida de cada vez mais pessoas, era pedir muito ao PS que pusesse a mão na consciência e enveredasse por um caminho diferente; há muitos militantes que acham que isto está mal, mas nada dizem, são excluídos do Poder logo a seguir. Já vimos isso...

O fim do CDS

O CDS tem visto sair grande parte dos seus militantes para a IL e até para o Chega, e é pena ver que um partido fundador da democracia portuguesa ( embora tivesse votado contra a primeira Constituição) seja esvaziado assim.   Os ratos num navio, quando vêem o barco a afundar-se, pulam para qualquer coisa que passe ao lado.

Um desses ratos que pulam fora foi um cronista do Publico, Francisco Mendes da Silva, que acaba a última crónica com esta pérola: "É uma infelicidade que nos últimos anos o PSD e o CDS se tenham deixado bloquear intelectualmente pela desconfiança das ideias liberais..." E depois : "Não vejo como possa prescindir do liberalismo económico e social..." E termina " O liberalismo é o oposto ao socialismo. A direita ou é liberal ou não é alternativa".

 Esqueceu-se que ele pertenceu ao CDS que é (  era...) um partido da democracia cristã, agora ignorada como sendo uma oposição ao socialismo, o que significa que ele estava lá por ser o mais à direita que encontrava no mercado.

Personalidades como Amaro do Costa,  Freitas do Amaral, Adriano Moreira, Bagão Felix, para citar só estes, defenderam a democracia cristã como alternativa ao socialismo democrático , como aconteceu e acontece em toda a Europa; e revela um desconhecimento lamentável para o ex-militante da democracia cristã que a Rerum Novarum, a partir da qual nasceu a doutrina social da Igreja, condenava tanto o marxismo ( não era propriamente o socialismo) como o liberalismo, por serem ambas ideologias não democráticas e castigando os povos com restrições imorais. E podemos invocar o guru do liberalismo ( que o nosso cronista deve adorar, caso o conheça...)  Fukuyama, que escreveu a tontice do Fim da História depois da queda do bloco soviético, mas que em 2019 reconhecia que nunca esperou que os desvios liberais tivessem levado à eleição de Trump e que a culpa era da esquerda democrática por  não ter sido capaz de segurar as suas posições. Ora esta, hem ?

Fico hoje por aqui.