quarta-feira, 5 de abril de 2017

Uma posição de consciência
- viver e morrer com dignidade -

Começo por dizer claramente que desde há muito tempo que aderi ao Movimento pela Despenalização da Morte Assistida.  Desde cedo, ainda bastante novo,  que o assunto da morte se foi impondo ao meu espírito e às minhas preocupações como um assunto que tinha de ser muito pensado, ser muito bem digerido.
Tem estado nas bocas do mundo esta problemática da morte assistida ou eutanásia, mas já antes desta  louvável discussão que agora se tem feito, em 2014 eu editei um pequeno livro que se intitulava " Viver a vida, lidar com a morte", Respigo algumas frases dessa edição:
"A dignidade é uma categoria racional do ser humano.
O ideal, que para mim é fundamental no ser humano, é viver com dignidade, e não é a riqueza material nem o poder obtido com desigualdades ou injustiça, que confere essa categoria.   ....
Ora se devemos viver com dignidade, também devemos poder morrer igualmente com dignidade  ....
Acredito que é apenas uma questão de tempo até a sociedade civil romper definitivamente com as peias da herança judaico-cristã no que se refere ao valor o sofrimento e da vida humana - e nessa altura chegaremos a um consenso científico  e moral sobre a decisão que um homem em plena consciência ou um seu familiar íntimo quando a consciência do paciente não estiver já desperta, pode tomar sobre a morte suave.      .......
O direito à morte com dignidade é um direito tão importante como o direito à vida, "
Por estas breves frases do livrinho que escrevi em 2014 se pode inferir que o assunto da  morte assistida ( que já os antigos gregos definiam a eutanásia como a boa morte) é uma das minhas profundas convicções de homem livre. 
Quem pensar ou assistir ao sofrimento físico e psicológico de doentes em fases terminais para quem as vida é já apenas  uma quotidiana perda de dignidade, acabará por concluir que não quererá passar por esses transes. Direito a morrer com dignidade é um direito pelo qual a sociedade do século XXI tem que lutar.

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