sábado, 16 de junho de 2018

Jornalismo que deturpa
um populismo desnecessário

Enquanto conduzia o carro, ouvi o noticiário da Antena 1, onde se falava num artigo do Presidente da Republica no PUBLICO, em que ele diria que as assimetrias entre o litoral e o interior teriam de  ser corrigidas até 2023. Pasmei !Como é que o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa podia dizer tal coisa, logo ele que conhece bem o País e conhece as capacidades de actuação seja de que Governo for.  Mas ele não disse isso, dessa forma tão exacta.  Depois de ler o artigo no jornal, vejo que entre outras considerações judiciosas, está escrito : " E essa correcção tem um tempo muito limitado para se concretizar. Até o fim da próxima legislatura se perceberá se somos ou não capazes de corrigir as assimetrias existentes, de ultrapassar as desigualdades que teimam em permanecer.
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Se formos capazes de fazer reviver até 2023 o que importa que reviva, Portugal será diferente
Mesmo o que está escrito já soa a populismo, mas dizer   "fazer reviver até 2023 o que importa que reviva " é diferente de corrigir  as assimetrias entre o litoral e o interior até essa data. O Presidente da Republica maneja sempre manhosamente o que escreve (digo isto no bom sentido), pois sabe muito bem que não se consegue acabar com as assimetrias regionais num prazo de cinco anos, e escrever o que escreveu além de ter um objectivo ( qual será ?...) já é de si mesmo abusivo -  mas o jornalismo que, simplificando, apregoou na rádio o fim das desigualdades nesse prazo, exagerou o sensacionalismo.
Já passou um ano sobre as primeiras catástrofes de 2017.  Fez-se alguma coisa ? Fez, claro, há um processo  de compensar as vítimas que está a correr.
Mas daqui a 5 anos o interior volta a ter as suas Juntas de Freguesia que foram extintas e em que a proximidade com as populações isoladas é a sua principal valência ? Vão voltar as escolas mesmo que tenham menos de 10 alunos? Vai aumentar o número de postos de Correio ? E de Centros de  Saúde ? Vai haver o quê para atrair indústrias e criar empregos ? Depois dos "bonus" que o Primeiro Ministro Cavaco Silva deu aos pequenos e médios agricultores para deixarem de produzir, dando cabo da agricultura familiar que era a forma expedita e fomentadora da economia para manter população no interior, vai ser feito o quê para revitalizar em cinco anos a  pequena agricultura ?
O PR, primeiro disse que, se se repetissem catástrofes como as de 2017, não se voltava a candidatar ; agora já vai dizendo que terá de pensar consoante as circunstâncias... Quererá dizer que se for possível "fazer reviver o que importa que reviva " já talvez haja motivo para novo mandato, não é acabar com as desigualdades, que ele sabe muito bem que não vão acabar nem daqui a vinte anos,  mas pelo menos que se consiga reviver alguma coisa.
Um populismo desnecessário ainda por cima aumentado pelo jornalismo de grandes parangonas radiofónicas só serve para criar confusão num país já de si cheio de confusões nas cabeças...





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