Miscelânea
8 de Maio
Deixei passar mas não me esqueci - recordo agora : neste dia há 54 anos embarquei para Angola no ronceiro Uige, com todo o pessoal a bordo. Marcou a vida de mais de 200 homens, tivemos azares e pedaços de sorte, criámos um bom clima interno e os que podem e residem no Continente comemoram em cada Outono mais um ano de camaradagem. A guerra colonial foi um absurdo, pela nossa parte tudo fizemos para manter uma vida digna, nunca cometemos a menor ofensa humana defendíamos mais do que atacávamos, e recebemos e acolhemos centenas de nativos das populações que se entregavam; os açorianos eram dóceis, um ou outro prisioneiro que se fazia até chegava a ser transportado às costas, durante quilómetros de caminhada se estava ferido.
Perdemos 2 homens durante a guerra, depois já em casa, morreram alguns, o Tude e o Cotovio furriéis, o Carreira alferes, o Cavalheiro, da ferrugem, o Pato, meu fascina, de Pias e um bom cozinheiro, o ano passado inesperadamente o Antunes, alferes, e exactamente este ano no dia 8 o Andrade, condutor que ainda o ano passado esteve no almoço embora já debilitado. Perdemos o contacto com o alferes Teodósio, que emigrou para o Brasil e nunca mais deu notícias. A grande maioria dos açorianos emigrou para as Américas, raras são as notícias. Enfim, a vida vai ceifando...
A pouca vergonha nacional
Continuam os casos e casinhos da pouca vergonha nacional em termos de politica e de políticos Depois queixem-se que os "chegas" aumentem e continuem as sus demonstrações de alarvidade, de insultos, de provocações à democracia. Mas dão-lhes alimento para essa fogueira, e a comunicação social tem muitas culpas - liberdade de expressão não é dar realce, só porque "vende" bem, às bacoradas dos energúmenos e em cada noticia pespegar a foto em grande pose do Ventura, é só o que ele quer.
Sem comentários:
Enviar um comentário