domingo, 7 de julho de 2024

 A difícil luta contra a extrema direita

Ainda são as primeiras notícias das eleições em França, mas já se pode afirmar que a extrema direita foi derrotada. A jogada de Macron foi arriscada  mas o há dúvida que ele tem o sentimento de que o povo francês se une na sua diversidade para travar o fascismo.

Imagine-se a UE agora com a França governada pela direita xenófoba e radical, a Hungria com o estupor do Orban a fazer as suas démarches por sua conta -  _bom com a direita no Poder  na Itália, nos Países Baixos, na Suécia - é aflitivo!

Mas há países  que remam contra a maré . Portugal é um deles e  a direita radical não vai ter aqui sucesso, e na Grã Bretanha a viragem à esquerda foi decisiva  para se poder respirar fundo.

Ficam para outra vez, para  mais tarde, outros comentários mais completos. Puxa!

sexta-feira, 5 de julho de 2024

 Este País que temos

Enquanto aguardo pelo desfecho do Portugal-França, deixo ficar uma linhas.

Tenho andado muito pelo nosso País fora, em clinicas,  nos comboios, nas ruas das  cidades, e há dois aspectos da nossa população que nos saltam aos olhos. 

O primeiro é o envelhecimento, os grisalhos e os carecas com provecta idade abundam, são cada vez mais a ponto de isso dar nas vistas.

Nas clínicas praticamente só vemos velhada a tratar-se,  alguns estropiados, tudo isto custa um dinheirão ao Estado. Eu incluído!....

O outro aspecto é a obesidade; sobretudo nas mulheres e raparigas novas, carinhas larocas, mas uns cus de balão, umas ancas desmesuradas,  uns peitos desmedidos!...  Porque não se tratam? Não se vêem ao espelho?

Vamos lá ver a bola um mais um  bocadinho...

quarta-feira, 26 de junho de 2024

 Retomar alguma actividade

Já há um bom número de dias que não escrevo nada por aqui, pois uma série de causas o justificam. Primeiro tenho andado um tanto emburrado por causa das nevralgias das cervicais, que me dão um enorme desconforto, embora eu tente manter a normalidade .

E estive fora uns dias, como faço todos os anos, para a visita   à zona do pinhal e eucaliptal do Centro. visita àquela densa e enorme área de florestação maciça e mal ordenada, e também  inevitavelmente   à zona da Serra da Estrela, o Parque Natural (PNSE) - por eleição um dos melhores de toda a Europa, e que tão mal  governado  tem  andado.

 É trágico o que passa no PNSE, continuam de pé imensas árvore ardidas e a erosão grassa um pouco por todo o lado. Alguns madeireiros têm ido lá cortar arvoredo e então para chegarem a meia dúzia de árvores abrem rasgos nas encostas, seja qual for o declive. cada um desses rasgos são ravinas, o pouco solo existente foi-se embora com as primeiras chuvadas e agora pelas ravinas escorrem  torrentes com toneladas de calhaus e lama. Ninguém vigia a retirada das madeiras, os Vigilantes da Natureza ignoram essas actividades.

Antigamente, quando tudo estava mal no dizer de um perclaro ex-ministro do Ambiente, não se fazia qualquer corte de arvoredo sem que estivesse presente um guarda-florestal que obrigava os madeireiros a reporem o terreno e a retirarem o material lenhoso das ramagens. Agora em que, pelos vistos,  tudo está bem, não há um director do PN a quem se possa pedir responsabilidades e é fartar vilanagem.

Não se faz a plantação de uma árvore que seja, tirando algumas actividades de associações que o fazem em pequena escala, apenas os nascedios de sementeira natural dos pinheiros existentes nos dá a garantia de que vai ser tudo outra vez pinhal estreme - paisagem de mosaico como sairia se o plano de ordenamento fosse implementado é que nunca teremos.

A visita pela zona dos incêndios de Pedrógão, Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pera e Oleiros, deixou preocupação porque  nestes anos se refez a rebentação do eucaliptal ,  com força e com a mesma densidade de quando ardeu, nada de limpezas.

 Aquela triste  estrada 236-1 está hoje maior e desafogada de arvoredo, tem lá o imponente memorial para as pessoas pasmarem, mas já a pequena  estrada 236 onde seu também a tragédia nas aldeias de Escaios Fundeiros, Moita e outros povoados,  conserva a mesma largura e o matagal aperta de ambos os lados. Noutras estradas da zona dos  incêndios voltam a ver-se matagais e rebentação de eucaliptos sem qualquer  limpeza; com a seca que deve vir aí neste Verão todo aquele matagal que se refez com as chuvas da Primavera, será rastilho  para a mais pequena chama. Oxalá eu esteja redondamente enganado.












domingo, 9 de junho de 2024

 Hoje não se fala de política...

Hoje não se fala de política e eu, que respeito as regras da democracia, falo neste blogue para mim...mas só vou editar amanhã, já as eleições estarão a terminar.

Desiludido com a maioria dos candidatos, cabeças de listas! O PS tem uma mulher de armas, apesar de todas as críticas que sofreu na altura, é preciso recordar que ela aguentou a pandemia contra  ventos e marés  em que toda a gente dava sentenças, nunca se tinham visto tantos especialistas ! Mas ela está a pagar as consequências dos erros sem conta que António Costa praticou e as bacoradas que aconteceram sobretudo no último mandato ...em que tinha maioria absoluta! 

A. Costa é apontado como um grande político, acho que já escrevi isto antes, será um bom político para paleio mas é mau governante. Um "bom político" a quem Portugal fica a dever, a par da Assunção Cristas, ser o único país florestal sem guardas-florestais nem uma Autoridade Nacional inteiramente dedicada à politica florestal todo o ano  e não apenas nos meses dos incêndios ( que são o grande negócio  do combate aéreo...).

Esta deriva neoliberal, como acontece  um pouco em todo o mundo, é responsável  por muitas catástrofes que continuamos a viver no planeta.

A. Costa foi bom político durante a geringonça, em que teve de negociar com os partidos à esquerda, e em que estes se preocuparam com os aspectos sociais que, sem eles, o PS não resolveria, mas também estes partidos se estiveram nas tintas para o resto da submissão da economia e do sector primário aos interesses da grande indústria. Basta !!

A AD teve aquela ideia luminosa de meter à frente o rapazinho Bugalho, que para lá de ter bom discurso e boa figura,  não percebe nada da Europa senão através dos slogans já gastos da direita! Não lhe deram tempo para ele aprender alguma coisa, mas o eleitorado é tão fútil, vai mais nas cores do que nos discursos ( mesma aqueles desiludidos com o PS de Costa) e transfigura o rapazito num  politico - já fazia política quando era bébé !!

O único com preparação, postura e capacidade de diálogo, sem fantasias nem asneiras,  é o mais perigoso, o Cotrim da IL. Os portugueses vão muito mais nestas aspectos do que na essência das ideias e esse é o risco que estes neoliberais apresentam para um país já destroçado pelo neoliberalismo vigente  e que a UE exporta alegremente em pacotes todos os meses. 

Depois temos a desilusão do Livre, porque o Rui Tavares equivoca-se sempre com estas escolhas de democracia de base que inventou para o seu Partido. Basta pensar  na asneira e erro de casting que foi aquela Joacine, guineense, que ia dando cabo do Partido. Agora escolheram este Paupério que até teve o despautério de vir mentir, dizendo que pertencia à família das famosas bolachas com o mesmo nome  - até que a família da marca veio dizer que o rapaz não tinha nem nunca teve nada a ver com a família.  Puxa!!

Catarina é talvez quem tem a melhor presença e o melhor discurso, são anos e anos de luta e sempre na primeira linha, com o seu ar simpático - a sociedade não está muito virada para extremismos de esquerda, é pena mas é assim. Merece um grande lugar nas eleições mas duvido que o alcance.

O PCP está condenado, como estiveram os dinossauros quando o tempo deles acabou; aos comunistas vale-lhes a ligação aos sindicatos mas até aqui a actualidade sindical começa a ser diferente e  tira-lhes  o tapete. Depois têm sobre eles o erro fatídico de não condenarem abertamente o  Putin, um dos melhores exemplares da extrema direita no mundo de hoje e a guerra suja que ele faz na Ucrânia: o Oliveira, sempre com a mesma cassete e até o tom de voz que aprenderam com Álvaro Cunhal ( é espantoso como mantêm aquele tom e aquele discurso) começa agora timidamente a fazer umas criticazinhas mas não convence...

Depois vem o PAN, a lástima de sempre, palavras cheias de razão mas desfasadas do contexto global em que a sociedade hoje vive.

Dos "chegas" tem vindo o espectáculo triste a que se sujeitou um antigo embaixador  de carreira, figura de proa de umas ideias absurdas do antigamente, que entra em choque com o que o Ventura depois corrige-  e não o larga para que ele  não diga mais "asneiras"...

A Joana Amaral Dias já não tem o sex-appeal doutros tempos, e nem a descarada reportagem que o Publico fez dela, lhe vai servir para alguma coisa - então da extrema esquerda atira-se para a direita.

Dos outros pequenos Partidos tenho pena, autêntica pena, pelo que fizeram ao MPT -não merecia este destino, o grande GRT deve dar voltas na tumba e tantos que estiveram na origem daquela utopia ( como eu...) sofrem as dores da agonia.

Escrito este arrazoado no dia 8, vai sair hoje, dia 9... Votem bem, hem?






domingo, 26 de maio de 2024

Há quase um mês que não escrevo uma linha no blogue, vida agitada e problemas de saúde, mas vamos andando,  Vou agora recomeçar este depósito de memórias, eu escrevo isto para mim mesmo, mas se alguém  ler  não afecta aquilo que pretendo escrever.

.... 

Coisas a repensar

Andou toda a comunicação social envolvida nos  disparates que Marcelo Rebelo de Sousa, que até é o nosso Presidente da Republica,  tem andado por aí a dizer. O mais sério é sobre eventuais  compensações  às antigas colónias por danos ou outros malefícios que tenhamos cometido enquanto potência colonial.

Que fique bem claro, eu sou anti-colonialista, sou o mais ferrenho anti-escravatura -mas as coisas têm que ser esclarecidas  sem extremismos nem excessos de nacionalismo ou, pelo contrário, sem excesso de aceitar culpas. O colonialismo foi um período histórico para Portugal e os outros países europeus, não cometemos mais atrocidades que todos os outros, então os espanhóis fizeram grandes barbaridades - só que todos esses países descolonizaram em pleno século XX  e nós, não. E no entanto demos o exemplo no século XIX com a independência do Brasil.  

O lado criminoso do nosso colonialismo  surge com Salazar e as suas "províncias ultramarinas", negando o direito às colónias à sua independência -  uma saloiíce estúpida e atrasada que só podia ter vindo duma mentalidade congelada no tempo como era a do ditador português. E tantos milhares, como eu, batemos com as costas em África numa guerra sem qualquer justificação- e tantos morreram por isso sem saberem porquê..

Colonos e colonizados existem desde que o homem é homem em sociedade; para falar só do chamado Ocidente, nos nossos inícios de Grécia  e Roma ambas tiveram colónias e ocuparam territórios de outros povos, antes deles os fenícios fizeram o mesmo.  Historicamente foi um processo de expansão dos povos -  e com a abertura de ideias dada pelo  Renascimento os portugueses iniciaram as suas navegações e, é verdade,  deram "novos mundos ao mundo", sem qualquer carácter pejorativo. Graças aos avanços científicos e tecnológicos conseguimos ir a terras e povos que, claro, já existiam mas de  que o mundo ocidental de então não tinha cabal conhecimento, "descobrimos"  porque fomos até lá - não foram eles,  esses povos africanos e asiáticos, que vieram até cá. Não se pode hoje negar o que foi essa epopeia  tantos séculos atrás.

O que nós devemos comemorar não são tanto os "descobrimentos" em si , foram antes as nossas navegações, o nosso contributo para se navegar para lá da "costa à vista" ; e não fomos  só para África e Ásia, fomos para as Américas, pouco se fala das nossas idas ( sem sucesso de retorno, é verdade) para o Canadá.

Temos de repetir o aforismo de que não se pode julgar a História com os olhos de hoje, o que era natural e aceitável deixou de  ser - verdade de La Palice, não ?

A escravatura foi uma prática mundial e aceite pelas regras de todos os povos e países, Karl  Marx estudou-a e coloca-a como uma fase do desenvolvimento da economia. Todos os povos e todas  as religiões  conviveram  e praticaram a escravatura, muito antes da nossa herança grega e romana - chineses e  japoneses,  Istão, Cristianismo   e animistas, todos aceitaram e negociaram a escravatura.

Vou contar a minha experiência : certa vez estava na ilha de Gorea, em frente a Dakar, no Museu da Escravatura, apenas dois portugueses  - eu e minha mulher-  num grupo de franceses; o cicerone falava dos escravos e apenas nomeava os portugueses. No fim pedi a palavra e no  meu francês arrevesado, disse-lhe que ali no salão estava um painel com os nomes dos principais negreiros que iam à ilha, eram ingleses, holandeses, franceses e nenhum nome português.  E havia outro painel com os nomes das principais figuras históricas que visitaram a ilha e ...eram só portugueses, desde Pedro Álvares Cabral ate á Dª. Maria quando vinha do Brasil para ser rainha em Portugal. Atrapalhado o homem  disse que os portugueses  era pequenos negociantes e não ficou nenhum nome em especial, mas por outro lado só  alguns portugueses que ficaram na História é que se abeiravam daquela ilha.

 Então eu saí-me com uma que deixou o pessoal todo estupefacto, quando lhe disse: as caravelas portuguesas que chegavam às praias para embarcar escravos, não desembarcavam  tropas que invadissem o território e arrebanhassem os escravos,  nada disso - eram os chefes das aldeias que os traziam acorrentados e os vendiam aos negreiros. Nunca vi até hoje nenhum chefe ou político africano pedir desculpa aos seus povos  por terem vendido os seus irmãos, séculos atrás. O homem ficou embatucado e nem respondeu. Claro que também houve algumas investidas terra dentro mais tarde quando já dominávamos as colónias, e fizemos escravos; claro que nós fomos grandes traficantes, levámos  milhares de seres humanos para  as Américas, mas era a prática histórica, os holandeses fizeram o mesmo atrás de nós,  os espanhóis ainda pior, 

Mas os gregos e os romanos pedem desculpa por, na sua altura própria. terem feito escravos? Os muçulmanos alguma vez pediram desculpa pela escravatura que praticaram durante séculos até quase aos nossos dias ? 

O espólio cultural que existe por cá, possivelmente algum dele, ao longo dos séculos,  foi trazido muito dele sem compra ou comprado ao desbarato. Eu estive em Angola na guerra colonial, não se roubavam obras de arte, como as esculturas, aos seus proprietários ou artesãos , eram comprados. Isto não exclui que tenha havido abusos - talvez seja possível em alguns casos apurar a verdade.

Mas nestes 50 anos desde a independência das antigas colónias nunca houve da parte de qualquer delas, mesmo quando tinham governos declaradamente comunistas, qualquer reivindicação, e as relações dos povos connosco sempre foram as melhores - e isto apesar da estúpida guerra que travámos durante tantos anos. Estiveram cá este ano de 2024 os Presidentes das antigas colónias a festejar o 25 de Abril e nenhum deles se referiu minimamente a qualquer reclamação.

Eu andei alguns anos  em trabalho pela Guiné e sempre fui recebido como amigo pelas pessoas e pelos chefes das aldeias, os administradores dos Concelhos faziam uma festa quando eu os ia cumprimentar. Nunca senti a mínima animosidade e sei de tantos técnicos e cientistas que passaram  anos e anos por lá nas melhores das disposições de quem os recebia e ainda recebe. E S.Tome  e Cabo Verde são realidades diferentes das outras colónias.

Por isso  foi extemporâneo que o Marcelo tivesse vindo falar no assunto e nesta altura; claro que propor uma política de facilidade de vistos ou até abolição em alguns casos, o apoio a programas internacionais de ajuda económica, é uma coisa, mas falar em reparação da forma em que ele falou foi um mero  golpe de (mau) teatro para parecer progressista - coisa que ele não é. Pronto!





quinta-feira, 25 de abril de 2024

 Não esquecer

Neste dia devem ser evocados os últimos mortos pela PIDE, pelos tiros disparados da sede para os cidadãos que estavam na rua. Cobardes até ao fim. Não esquecer essas últimas vítimas do velho e nojento Estado Novo

25 de  Abril de 1974 - há 50 anos

Aquele dia em que tudo mudou. Foram 50 anos de prática democrática impensável quando eu já  ia nos meus  30 anos de idade... 

E para ilustrar as incongruências que se multiplicaram ao longo destes anos, estamos agora com um Presidente da Republica totalmente pateta, incapaz  de saber estar no seu lugar. Passou-se...

E recordarei sempre aqueles meses magníficos do chamado PREC que eu tive o privilégio de viver nas ruas de Lisboa - as dores de um parto difícil, sem medo nem constrangimentos,