Há muitos anos que nestes lados do barrocal não havia tanta flor nos campos abandonados pelas culturas, um autêntico jardim que se mantém com as abundantes e inesperadas chuvas que caíram até à semana passada.
E esta manhã abriram as primeiras flores das tílias do meu jardim, dentro de uns dois dias o perfume chegará a inebriar de tão forte que é e atrai enxames de abelhas desde o alvor até ao cair da noite.
Quando almoçamos debaixo do telheiro, toutinegras aproximam-se e saltitam nos arbustos, atraídas também pelas migalhitas que deixamos ali perto. São muito sociáveis, o ano passado aproximavam-se mesmo da mesa; e este ano ainda não apareceu o pisco que no outro ano chegava a poisar nas costas de uma cadeira mesmo encostada à mesa onde se almoçava e esvoaçava sempre que lhe atirávamos umas migalhas.
Passaram a voar velozes dois papa-figos, e só os vi porque a brilhante cor amarela os fazia notar; há muita passarada este ano aqui à volta, bandos de pintassilgos, os inevitáveis melros pretos, as pegas azuis aos gritos estridentes, etc.
A espuma dos dias...
1 - Eleições Presidenciais
Aquela cena de António Costa e Marcelo R Sousa na Autoeuropa foi o chamado golpe baixo em política; Costa de uma penada arrumou com veleidades de surgirem candidatos da área socialista - e tem vindo a impor-se a Ana Gomes - estando a borrifar-se para auscultar o interior do seu Partido, encravou Rui Rio e o PSD e forçou o Marcelo a ter que dizer alguma coisa e a desfazer o tabu. Estas jogadas políticas têm consequências; primeiro ele que não espere que o segundo mandato de Marcelo vai ser como o primeiro, este de trazer o PS ao colo; e depois se não aparecesse mais ninguém, aumentava-se o campo de acção dos extremistas, sobretudo à direita mas também à esquerda, como já se está a perceber. Há muita gente que não vai votar em Marcelo...
2 - A Alemanha de Merkel
Parece-me evidente que a Alemanha, como indiscutível lidere da Europa, vai tomar posição a favor de uma maior solidariedade entre todos os Estados Membros em especial os da zona do euro. Envolvida naquela trama ideológica neoliberal que "abraçou" com os tentáculos da hidra as ideologias democráticas, Merkel, apesar de tudo, tem conseguido travar os ímpetos egoístas dos calvinistas europeus e das suas políticas mercantilistas e financistas, porque quero acreditar que no seu íntimo ela continua presa aos valores da democracia cristã em que foi formada e com que viveu toda a sua vida. E isso faz a diferença. Os piores são os holandeses, toda a História foram uns piratas, sem grande poder bélico - por isso se furtavam a conflitos - mas andaram na peugada de portugueses e espanhóis e ocupavam à socapa muitas das posições que os outros deixavam enfraquecidas. A Companhia Holandesa das Índias Orientais, que tinha delegação do Estado, tirava mais proveitos da pilhagem em pirataria aos navios dos adversários comerciais do que propriamente em negócios próprios - e isso caracteriza um povo e deixa marcas... Mas Alemanha, Holanda e Luxemburgo vivem e ganham à custa dos restantes países, pois as suas políticas ficais funcionam como paraísos fiscais dentro da UE. Todos os Estados- Membros têm que se submeter às diversas políticas europeias, incluindo a dos orçamentos nacionais que só são validados não pelos Parlamentos nacionais, mas pela UE. Mas a política fiscal e a política de saúde essas são nacionais, cada um trata de si - e são as duas políticas que nesta situação de pandemia mais deviam ser de solidariedade... É para aprendermos, nós que aceitámos sem pestanejar e até com elogios da Governança que tivemos quando a troika nos impôs as suas estúpidas medidas de clausura e penúria.
A espuma dos dias...
1 - Eleições Presidenciais
Aquela cena de António Costa e Marcelo R Sousa na Autoeuropa foi o chamado golpe baixo em política; Costa de uma penada arrumou com veleidades de surgirem candidatos da área socialista - e tem vindo a impor-se a Ana Gomes - estando a borrifar-se para auscultar o interior do seu Partido, encravou Rui Rio e o PSD e forçou o Marcelo a ter que dizer alguma coisa e a desfazer o tabu. Estas jogadas políticas têm consequências; primeiro ele que não espere que o segundo mandato de Marcelo vai ser como o primeiro, este de trazer o PS ao colo; e depois se não aparecesse mais ninguém, aumentava-se o campo de acção dos extremistas, sobretudo à direita mas também à esquerda, como já se está a perceber. Há muita gente que não vai votar em Marcelo...
2 - A Alemanha de Merkel
Parece-me evidente que a Alemanha, como indiscutível lidere da Europa, vai tomar posição a favor de uma maior solidariedade entre todos os Estados Membros em especial os da zona do euro. Envolvida naquela trama ideológica neoliberal que "abraçou" com os tentáculos da hidra as ideologias democráticas, Merkel, apesar de tudo, tem conseguido travar os ímpetos egoístas dos calvinistas europeus e das suas políticas mercantilistas e financistas, porque quero acreditar que no seu íntimo ela continua presa aos valores da democracia cristã em que foi formada e com que viveu toda a sua vida. E isso faz a diferença. Os piores são os holandeses, toda a História foram uns piratas, sem grande poder bélico - por isso se furtavam a conflitos - mas andaram na peugada de portugueses e espanhóis e ocupavam à socapa muitas das posições que os outros deixavam enfraquecidas. A Companhia Holandesa das Índias Orientais, que tinha delegação do Estado, tirava mais proveitos da pilhagem em pirataria aos navios dos adversários comerciais do que propriamente em negócios próprios - e isso caracteriza um povo e deixa marcas... Mas Alemanha, Holanda e Luxemburgo vivem e ganham à custa dos restantes países, pois as suas políticas ficais funcionam como paraísos fiscais dentro da UE. Todos os Estados- Membros têm que se submeter às diversas políticas europeias, incluindo a dos orçamentos nacionais que só são validados não pelos Parlamentos nacionais, mas pela UE. Mas a política fiscal e a política de saúde essas são nacionais, cada um trata de si - e são as duas políticas que nesta situação de pandemia mais deviam ser de solidariedade... É para aprendermos, nós que aceitámos sem pestanejar e até com elogios da Governança que tivemos quando a troika nos impôs as suas estúpidas medidas de clausura e penúria.