sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

 Mudar de políticos e, sobretudo, mudar de políticas...

Nunca se esperaria que um Governo de António Costa fosse descambar para tanta confusão e tanta incompetência.  E torna-se cada vez mais evidente que ir buscar fora do PS pessoas capazes de executar um bom programa, além de muitos dos  bons profissionais não estarem para aí virados, também o próprio  A, Costa deixaria de ter "na mão" os seus governantes, embora tenha vindo a dar -se conta que mesmo os seus próximos, por vezes. fogem á ordem...

O que está a acontecer em Portugal, semanas a fio, é digno de ser lembrado antes que seja esquecido; em alguns sectores fundamentais da governação o descontentamento geral aí está  a demonstrar quanto ilusória era a imagem de uma maioria absoluta que só  se verificou por receio de muita gente do centro" de que o PSD se juntasse aos "chegas". O PS traiu esse eleitorado.  Saúde (um SNS de precariedade); educação ( incompreensível o tratamento dado, desde há décadas, aos professores) e agora finalmente começa a vir à luz do dia alguém a protestar nos domínios da agricultura e do ambiente,

Além de tudo ressalta o facto de estar o próprio A. Costa  com manifesta   incapacidade para ultrapassar o espírito de rebanho, que é pior que o de família, que impera entre os socialistas.

Finalmente agora os agricultores começam a protestar contra a evocada "descentralização", aprovada sub-repticiamente em Conselho de Ministros como a atirar barro à parede a ver se pega e  que abrange a educação - vieram logo desmentir- cultura ( também desmentido)e agora a agricultura ( também a começar a ser desmentido...). Tudo para disfarçar as reais intensões.

A descaracterização do Ministério da Agricultura começou quando Cavaco Silva incentivou o abandono das pequenas e médias explorações e subsidiou esse abandono e, ao extinguir os Serviços de Extensão Rural, assumiu  a morte do sector. Depois  António Costa quando era  MAI e com o seu colega de então na agricultura, desmantelou os Serviços Florestais. Quem beneficiou com estas modificações foram a agricultura industrial e a indústria das celuloses..

Nunca se explicou ao pais as vantagens publicas que vieram da destruição da estrutura territorial de administração florestal ( a não ser beneficiar as celuloses...?) que visavam a gestão das áreas de matas e matos ( que são património natural nacional sejam publicas ou privadas), a sua defesa e controle ao longo de todo o ano /(não apenas no Verão...).Não nos explicam, porquê ?

No domínio agrícola, continua a descaracterização das Direcções Regionais de Agricultura que eu denuncio quase isolado há bastante tempo (agora empurrando competências para  as CCDR, pasme-se !!) -  competências que foram progressivamente perdendo; uma delas foi a experimentação agrária deixando em ruínas instalações e equipamentos que, por exemplo no Algarve, estava a ter uma função primordial na pesquiza de culturas adaptadas ás condições climáticas regionais, desperdiçando excelentes técnicos e investigadores... Pergunta-se então porquê ?

E para completar o quadro, nasceu o ICN(F), demonstrando que a política de Ambiente ia ser também desfigurada - e foi. Nascido como um aborto o ICN(F) serviu para descaracterizar o papel estrutural da Conservação da Natureza (CN) e do Ordenamento do Território (OT) na política de Ambiente,  duas matérias que deviam ser consideradas indissociáveis, deixando assim os sectores primário e ambiental como caricaturas. Com a arrogância dos titulares a dizerem ( querendo  fazer os portugueses de parvos) que antes estava tudo mal e agora é que ia ficar tudo bem, tudo em dia com  a modernidade.

Um artigo saído há dias no jornal Publico online sobre o ICN(F) vem finalmente juntar mais uma voz aos poucos que têm tentado  denunciar o caos que se verifica. Sobre mim já um responsável do ICN disse que eu estava ultrapassado e tinha ideias antiquadas, seguindo assim  a "voz do dono" que proclamou a "nova " ideologia ambiental..

O primeiro -ministro António Costa já teve tempo suficiente - se tivesse vontade e independência para isso- para em vez de mudar ministros ( não é que muitos deles não devam  ser mudados...) mudar as políticas.  

Nunca nos explicou porquê foi desmantelado o Ministério da Agricultura, tal como sempre existiu, que benefícios públicos e gerais  se extraem do desmembramento desse Ministério, quem ganha com isso ao impor-se a gestão em tutelas diferentes do sector agro-florestal, nem porquê a perda de interesse, para o Governo, das Direcções Regionais... Somos capazes de ter suspeitas... Não nos explicam, porquê? 

Como cidadão interessado e interveniente, atrevo-me a propor que, além de manter as contas em ordem, claro,  também :

-recrie um Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, com uma Autoridade Florestal Nacional implantada regionalmente como eram os Serviços Florestais, (acredite  que ficava mais funcional e mais barato do que o negócio actual dos incêndios que tanto interessa aos privados), deixe-se dessa catadupa de legislação que sai todos os anos  sobre   reconversão da paisagem, fogos, faixas de combustível e outras tretas; dê autoridade às Direcções Regionais de Agricultura e ponha-as a trabalhar em termos do futuro   com técnicos competentes mesmo que não sejam boys do seu clã... E esqueça isso de as entregar às CCDR.

- recrie um  Ministério do Ambiente onde existam os serviços de combate à poluição, de energia, etc, mas também  um outro serviço  de Educação   Ambiental ( que tanta falta faz ao país...) e sobretudo um renovado ICNP  (P de paisagem, para responder à Convenção Europeia da Paisagem,,,)), onde se voltem a reagrupar a CN e o OT que garantem uma política de Ambiente consciente e  eficaz, capaz de conter os interesses produtivistas que têm controlado desde há décadas a agricultura industrial, tipo economia de casino, e as celuloses.

Ter as Áreas Protegidas,  de âmbito e valor  nacional como são os Parques Naturais e algumas preciosas  Reservas Naturais , entregues às CCDR e geridas ou em co-gestão pelos Municípios é a demonstração de incompetência e falta de convicções dos manda- chuvas de Lisboa, mortinhos para se verem livres daquilo que não são capazes de governar decentemente como seria gerir as APs tal como quando elas foram criadas e que era em colaboração com as autarquias locais sem perder o sentido nacional dessa gestão. Difícil demais para a compreensão e falta de convicções de alguns dirigentes,  sob cujas ordens  trabalham técnicos competentes e dedicados mas desmotivados.

E que se escolha para tutelar esses dois "novos" Ministérios  pessoas empenhadas e competentes  (o que, diga-se, não será fácil...) e não apenas quem esteja à espera dum lugarzinho de Governo que dá sempre jeito e protagonismo - mesmo temporário...

É pedir demais?














terça-feira, 24 de janeiro de 2023

 O desmoronar dum Governo...e do Estado

Só faltava isto na vida da política portuguesa, ver a pouco e pouco um Governo a desabar e entrar no pântano do insuportável esvaziamento da ética, da dignidade, do sentido de Estado. Tudo graças a uma maioria absoluta que, mais uma vez, os portugueses resolveram dar. Já na anterior   maioria deste género, com  o Cavaco, os últimos tempos tinham sido de derrocada, de buzinões, de desgaste, mas os portugueses  esqueceram-se e lá voltaram ao mesmo com este António Costa. Maioria absoluta que  inesperadamente saiu da eleições porque um bom número de eleitores do "centro" desconfiou da possível  ligação do PSD de Rui Rio aos "chegas"- ninguém esperava uma tal abundância de votantes no PS.

E António Costa revela que não está à altura de governar numa condição de poder quase absoluto,  digam  o que disserem, seja por arrogância, seja por estar a pensar mais na Europa do que neste rectângulo à beira mar implantado.

Agora é mentira sobre mentira, corrupção à vista caso a caso, não passa um dia sem que sejamos confrontados com mais poucas vergonhas, até de um homem que parecia sério e capaz de alterar a vida dentro do PS, o Pedro Nuno Santos, que afinal também se esqueceu de que tinha autorizado uma "pequena"  despesa, a tal "subvenção" de quinhentos mil euros à gestora da TAP, nomeada para Presidir à NAV e depois renomeada para o Governo; presidentes de Câmaras apanhados em actos de corrupção e compadrio - quantos devem andar, por esse país fora, agora com o rabinho entre as pernas e escondidos na multidão, antes que reparem neles...

Lá aparece, aqui e ali, alguém do PSD também metido em trafulhices pela simples razão de que este Partido  está há muito tempo fora do Poder e perdeu Câmaras e cargos.

Depois crescem os "chegas", autêntico conglomerado de oportunistas a usufruírem das fragilidades da democracia para melhor acabarem com ela apesar de uma retórica que o povinho adora- dizer mal de todos, apontar o dedo - e até têm razão, mas fariam muito pior, pela amostra dos políticos que têm à frente, se atingissem o poder.

Mas grave é o crescer da IL, porque os liberalistas não brincam em serviço.  Já  várias vezes tenho feito referência ao mito da hidra, quando lhe cortavam uma cabeça nasciam logo outras. O liberalismo económico-financeiro tem sido assim desde o século XIX, provoca as maiores crises mundiais, são escorraçados, mas ao menor deslize  aí está de novo a hidra. Tem sido assim desde a grande depressão dos EUA, depois sucessivamente em anos de crises  em que só a aplicação de medidas keynesianas com o Estado a injectar dinheiro na economia permitiu aguentar o equilíbrio mundial.

Com a queda da URSS os liberalistas entraram em êxtase, e um dos seus gurus,  Fukuyama, pateticamente previu o fim das ideologias, o fim da História, como até lhe chamou - ficaria apenas a lei do mercado. O Prémio Nobel de Economia J. Stiglitz não teve receio de denunciar em 2019  que o neoliberalismo prejudicou gravemente a democracia nos últimos 40 anos.

 Pois acabo de ouvir o manda chuva em retirada a IL a dizer aquilo que o PS adoptou de medidas liberais sugeridas ( e já em 2005 eu denunciei este socialismo liberal...), e o que era preciso fazer em termos liberais para a felicidade chegar ao país,.. 

Como é possível  ter um PS a criar esta pouca vergonha?! Toda a falta de medidas de médio e longo prazo para o sector primário tem apenas um objectivo, liberalista, de resto conseguido : impor a agricultura industrial e indústria da celulose.

A IL é mais perigosa em termos de futuro que os "chegas", pois têm um  projecto multisecular e uma cartilha reinventada sempre que uma crise estala.









sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

 Amendoeiras em flor

Há uns 35 anos quando me fixei no barrocal, as amendoeiras começavam a florir em alguns recantos em finais de Janeiro, mas era em Fevereiro que elas abriam em grande o esplendor da sua floração, Este ano, nesta altura e desde há mais de uma semana, as amendoeiras já estão cobertas de flor...

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

 

A Montanha do Inferno.

Se a suja guerra da Ucrânia terminar com este país independente, portanto sem a solução de paz  imediata que alguns intelectuais pacifistas preconizam e que  quer dizer  aquele pais ser usurpado pelas tropas de Putin, talvez mereça ser  sugerido um memorial eterno.

A quantidade de escombros  já hoje deve  ser enorme e todos esses materiais têm que ir para algum lugar e aqui  eu recordo a Teufelsberg, a Montanha do Inferno, erguida nos arredores de Berlim.

Uma grande parte dos escombros alemães depois da 2ª Guerra Mundial  foram juntos num enorme monte, hoje o ponto mais alto da região da capital alemã. Cobertos por grandes camadas de terra e depois arborizada, hoje uma enorme floresta de carvalhos e outras espécies autóctones cobre toda aquela imensidão. A Ucrânia  bem merece a sua Montanha do Inferno  que ficaria para sempre como  memorial desta suja guerra de que foi vítima.

 

Eugénio de Andrade

Passam cem anos sobre o nascimento deste grande poeta português com que tive o privilégio de estar junto por umas horas.

Foi há muitos anos e lamento não ter fixado a data; foi num encontro que se realizou em Arouca, no seu grande convento, e em que eu participei a convite do Ilídio de Araújo, uma tarde inteira em que nós os tres - e mais alguém que o tempo me apagou da memória - conversámos em amena troca de ideias.

há palavras/ leves/ como sementes de álamo-  erguem-se /levadas pelo vento/e voltam a cair/  difícil agarrá-las/ porque se afastam muito/ como sementes de álamo ....






segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

 Fica-se farto !!

Fica-se  farto de tanta  pouca vergonha, ainda bem que se sabe, claro, e parece que por cá foi sempre assim - mas  vive-se um tempo do pior possível,  Não há dia que não saia uma notícia de falcatruas, de conivências, de clientelismo e olha-se em redor e não há perspectiva de melhoria. 

Tomei uma resolução, não volto a escrever artigos para o jornal; o último que saiu no Publico deu-me imenso trabalho  limitar a linguagem para não ser excessiva,  e não estou mais para isso. Enquanto me lembrar  não volto a publicar nada, vou ficando por estas memórias no blogue.

Apenas enviei esta carta ao director do Publico porque o assunto não é polémico

 A Montanha do Inferno.
Se a suja guerra da Ucrânia terminar com este país independente, portanto sem a solução de paz  imediata que alguns intelectuais pacifistas preconizam e que  quer dizer  aquele pais ser usurpado pelas tropas de Putin, talvez mereça ser  sugerido um memorial eterno.
A quantidade de escombros  já hoje deve  ser enorme e todos esses materiais têm que ir para algum lugar e aqui  eu recordo a Teufelsberg, a Montanha do Inferno, erguida nos arredores de Berlim.

Uma grande parte dos escombros alemães depois da 2ª Guerra Mundial  foram juntos num enorme monte, hoje o ponto mais alto da região da capital alemã. Cobertos por grandes camadas de terra e depois arborizada, hoje uma enorme floresta de carvalhos e outras espécies autóctones cobre toda aquela imensidão. A Ucrânia  bem merece a sua Montanha do Inferno  que ficaria para sempre como  memorial desta suja guerra de que foi vítima.

domingo, 15 de janeiro de 2023

 Uma imensa satisfação

Hoje de manhã tive uma manhã atarefada, pois quem mora no campo e tenta ser minimamente coerente e não tem empregados, acaba por lhe sair do corpo. De forma que depois do almoço um tanto cansado, assolapei-me  num sofá e fiquei a ver "Serenata à chuva", um velho musical com Gene Kelly, Debbie Reynolds, Donald O'Connor e outras antigas vedetas que animaram a minha juventude, em especial a Cyd Charisse que tanto dançou com Fred Astaire!! Já me esforcei para  ver o filme até ao fim,  queria rever a quase lendária cena da "dança á chuva" e quando acabou senti uma imensa satisfação: aquela gente já morreu toda e ... eu ainda cá estou !!

sábado, 14 de janeiro de 2023

 Cada vez pior

Até custa a acreditar. Ouvi num breve noticiário da manhã que o Governo pretendia reduzir as quotas de acesso às universidades dos alunos dos Açores e Madeira. Cada cavadela a sua asneira! O Governo  ensandeceu, de certeza...

E esta de ser preciso um questionário a preencher pelos presumíveis  escolhidos para ministros ou secretários de Estado, é de malucos! Primeiro A. Costa queria impingir para o PR a decisão sobre o perfil e o passado dos candidatos a governantes, um disparate  incrível; agora esta publicidade feita a um questionário é dum ridículo atroz, Costa passou-se, está cansado, arrogante,   e não dá por isso. Então não é ao próprio Primeiro Ministro e aos seus mais próximos que compete saber o que cada candidato foi e é -  é preciso  uma comissão especial para isso ?!! Depois de um sujeito ( ou sujeita ou entre os dois que agora é moda dizer...) assinar um papel em que diz que não tem esqueletos no armário, se estes forem descobertos depois - vai preso ? devia ir, não ?

Os "chegas" até já queriam que fosse o Parlamento a escolher e a decidir quem é que vai para o Governo, loucura final e absoluta ou um desavergonhado assalto ao Poder democrático Dê lá por onde  der,  o que A. Costa está a fazer à democracia é imperdoável.


quinta-feira, 12 de janeiro de 2023


 

A realidade e a ideia ficcionada da realidade

Já aqui há dias numa nota curta saída neste mesmo jornal apontei o dedo a uma grande confusão e desnorte que grassam num Governo arrogantemente empossado com uma maioria absoluta no Parlamento e volto a interrogar se o dr. António Costa terá percepção do mal que está a fazer à democracia, à política e aos políticos, com tanta desfaçatez, umas atrás das outras.  E ao que parece as trapalhadas vão continuar…

Parafraseando o filósofo Michel Onfray dir-se-á que para pessoas como o sr. primeiro-ministro a ideia que ele faz da realidade que lhe agrada é mais real do que a própria realidade. Um governo que quer afirmar-se de esquerda democrática devia ser um exemplo da ética (nem republicana nem monárquica, apenas ética) e no empenho da tomada de medidas de médio e longo prazo que garantam a sustentabilidade do nosso território. Governar á vista tem dado para ter as contas certas, mas não garante, por falta dessas medidas sérias, a perenidade dos sectores fundamentais dum território de condição mediterrânica e sob ameaça de graves alterações climáticas.

Agora foi-se a Secretária de Estado da Agricultura e lamenta-se que não tenha levado com ela a ministra.  Embora o problema seja mais das políticas do que das pessoas, há-de ser cada vez mais difícil ao sr. primeiro-ministro recrutar técnicos competentes, nomeadamente para este sector, pois um agrónomo que seja conhecedor e sério não aceita tutelar uma pasta em que o sector agrário não esteja completo, com agricultura e silvicultura; e não é pelo facto da CAP criticar a política agrícola que ela deixa de ser criticável.

Já vezes sem conta elaborei um historial do descalabro consciente que tem sido aplicado pelos últimos governos, mas tudo começou com o dr. António Costa como MAI  que, certamente apoiado pelo  Ministro da Agricultura de então - um dos piores senão o pior  que já houve durante o regime democrático- desmantelou os Serviços Florestais e enviou os guardas florestais para a GNR, acabando com uma estrutura que defendia o país das catástrofes  dos incêndios e com uma classe profissional que prestava os mais estimáveis serviços desde o século XIX. E daí em diante tem sido o desabar das verdadeiras políticas agro-florestais como tem sido o desmantelar de toda a estrutura de política ambiental, simbolizada com as Áreas Protegidas ao abandono (visitem os Parques e Reservas Naturais e perguntem pelo seu património para verem em que estado se encontra).  Ganham a agro-indústria e a indústria da celulose…

Para tutelar estes sectores, na situação em que estão, seriam precisos profissionais competentes, mas esses são difíceis de recrutar. Servem então políticos que querem subir na escala social e ganhar protagonismo - triste mentalidade, que tem vindo ao de cima com a pouca-vergonha das nomeações e demissões deste Governo.

Reconhece-se sem esforço as dificuldades que foram o enfrentar da pandemia e as consequências que essa revolta da Natureza tem e terá para os humanos   bem como logo a seguir a gravidade duma guerra suja e iniqua em plena Europa que altera todos os quadros normais da economia. Mas tudo isso teriam de ser estímulos para um governo socialista democrático se empenhar nas políticas mais sérias e não apenas nas medidas de terra à vista.

Adoptadas medidas de caracter assistencialista, como a ajuda aos “humilhados e ofendidos” por estas crises, o socorro aos que estão a sofrer, reparar injustiças, exaltar os valores da democracia   e da liberdade - é o que menos custa, são aspectos que ornamentam qualquer Estado, mas não desculpam, por exemplo, a falta da reposição dos sectores primário e ambiental como estratégia estrutural do país.

Sub-repticiamente vão passando ao lado resoluções do Conselho de Ministros como que a atirar barro  à parede a ver se pegam;  sob a capa da descentralização tentaram a colocação dos professores, mas esta prestigiada e até aqui desconsiderada classe reagiu com vigor; já  as competências municipalizadas  de politicas nacionais como devem ser a agricultura e o  ambiente ainda não provocam as mesmas reacções porque há um desinteresse generalizado quer de muitos  dos profissionais, que preferem ficar calados, quer da opinião publica que não está motivada e informada para ser massa crítica.

E assim vamos caminhando na cauda da Europa - triste destino…

06.01-023

(enviado para o PUBLICO ...)

domingo, 8 de janeiro de 2023

 Internacional Fascista

Está em formação, se é que ainda não existe organizada, uma Internacional fascista. O que assistimos agora no Brasil é uma cópia esfarrapada do que Trump impulsionou nos EUA.

Natal em tempo de guerra

 Na Europa de leste ( por enquanto) continua a guerra indigna ( porque até há guerras dignas, como  quando o agredido se defende do agressor, como foram aquelas em que os portugueses tiveram que se envolver sempre  que foram invadidos por castelhanos e franceses) - e cada lado comemorou o seu Natal á sua moda. Vimos cerimónias russas em que o "bispo" benze a guerra santa ( coitados dos soldados que morrem sem saberem porquê) e cerimónias ucranianas, estas em catacumbas e subterrâneos. Mas a mais sintomática cerimónia foi aquela de Putin assistir sozinho, numa cerimónia só para ele, a uma missa natalícia e amplamente noticiada - isto para um ex-KGB, marxista contra o ópio da religião, nada mau,.. Mas transmitir esta cerimónia de um presidente isolado, porquê?

Todos falam em paz, mas esta seria facilmente  obtida se o agressor e invasor retirasse as suas tropas do território invadido e deixasse de bombardear criminosamente os hospitais, os prédios de habitação, as escolas, os quarteis de bombeiros, os abastecimentos civis de água e electricidade,...  - era tão simples como isso..

Que chatice para alguns dos nossos cronistas verem que o tal Zelensky, um mero profissional de televisão, sem qualidades de chefia, até com arrogância, a afirmar-se como grande aglutinador do seu povo e , pior, como  democrata depois de ter inviabilizado alguns partidos pró-russos,  entre eles o partido comunista, que traíam o seu País a favor do vizinho que  talvez - quem sabe, talvez.. _  ainda venha a reconstituir a saudosa URSS.

Uma coisa seria certa, se Putin ganhasse esta guerra, nenhum outro país da sua vizinhança estava seguro, porque o sonho de alargar o seu espaço vital ( tal como  Hitler tanto necessitava) pesa muito na consciência do czar do século XXI. Estejamos atentos.

 Uma cena imaginada

Imagine-se uma médica a fazer uma consulta num hospital, a um doente e um familiar, ouve (ou foi avisada, é o mesmo) um tropel nos corredores e corre a cortina do seu cubículo/consultório, para garantir privacidade.

Nisto abre-se a cortina e, perante o espanto dos presentes, o PR surge e interpela a médica se não se sente honrada por ter ali o PR a visita-la... E, como se não bastasse, interrompe a consulta e dialoga com o paciente e o familiar. Dirão, não uma coisa destas nem imaginada sequer!!...


segunda-feira, 2 de janeiro de 2023


E a vida continua

Hoje está um belo dia de sol matinal, 10º é frio mas não demais; e acabei de ver hoje o primeiro casal de perdizes a esgravatar na minha terra. Os javalis também estiveram cá de noite, foçaram bastante sinal de que estão com fome. É a vida que continua.