Retomar alguma actividade
Já há um bom número de dias que não escrevo nada por aqui, pois uma série de causas o justificam. Primeiro tenho andado um tanto emburrado por causa das nevralgias das cervicais, que me dão um enorme desconforto, embora eu tente manter a normalidade .
E estive fora uns dias, como faço todos os anos, para a visita à zona do pinhal e eucaliptal do Centro. visita àquela densa e enorme área de florestação maciça e mal ordenada, e também inevitavelmente à zona da Serra da Estrela, o Parque Natural (PNSE) - por eleição um dos melhores de toda a Europa, e que tão mal governado tem andado.
É trágico o que passa no PNSE, continuam de pé imensas árvore ardidas e a erosão grassa um pouco por todo o lado. Alguns madeireiros têm ido lá cortar arvoredo e então para chegarem a meia dúzia de árvores abrem rasgos nas encostas, seja qual for o declive. cada um desses rasgos são ravinas, o pouco solo existente foi-se embora com as primeiras chuvadas e agora pelas ravinas escorrem torrentes com toneladas de calhaus e lama. Ninguém vigia a retirada das madeiras, os Vigilantes da Natureza ignoram essas actividades.
Antigamente, quando tudo estava mal no dizer de um perclaro ex-ministro do Ambiente, não se fazia qualquer corte de arvoredo sem que estivesse presente um guarda-florestal que obrigava os madeireiros a reporem o terreno e a retirarem o material lenhoso das ramagens. Agora em que, pelos vistos, tudo está bem, não há um director do PN a quem se possa pedir responsabilidades e é fartar vilanagem.
Não se faz a plantação de uma árvore que seja, tirando algumas actividades de associações que o fazem em pequena escala, apenas os nascedios de sementeira natural dos pinheiros existentes nos dá a garantia de que vai ser tudo outra vez pinhal estreme - paisagem de mosaico como sairia se o plano de ordenamento fosse implementado é que nunca teremos.
A visita pela zona dos incêndios de Pedrógão, Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pera e Oleiros, deixou preocupação porque nestes anos se refez a rebentação do eucaliptal , com força e com a mesma densidade de quando ardeu, nada de limpezas.
Aquela triste estrada 236-1 está hoje maior e desafogada de arvoredo, tem lá o imponente memorial para as pessoas pasmarem, mas já a pequena estrada 236 onde seu também a tragédia nas aldeias de Escaios Fundeiros, Moita e outros povoados, conserva a mesma largura e o matagal aperta de ambos os lados. Noutras estradas da zona dos incêndios voltam a ver-se matagais e rebentação de eucaliptos sem qualquer limpeza; com a seca que deve vir aí neste Verão todo aquele matagal que se refez com as chuvas da Primavera, será rastilho para a mais pequena chama. Oxalá eu esteja redondamente enganado.