quarta-feira, 26 de junho de 2024

 Retomar alguma actividade

Já há um bom número de dias que não escrevo nada por aqui, pois uma série de causas o justificam. Primeiro tenho andado um tanto emburrado por causa das nevralgias das cervicais, que me dão um enorme desconforto, embora eu tente manter a normalidade .

E estive fora uns dias, como faço todos os anos, para a visita   à zona do pinhal e eucaliptal do Centro. visita àquela densa e enorme área de florestação maciça e mal ordenada, e também  inevitavelmente   à zona da Serra da Estrela, o Parque Natural (PNSE) - por eleição um dos melhores de toda a Europa, e que tão mal  governado  tem  andado.

 É trágico o que passa no PNSE, continuam de pé imensas árvore ardidas e a erosão grassa um pouco por todo o lado. Alguns madeireiros têm ido lá cortar arvoredo e então para chegarem a meia dúzia de árvores abrem rasgos nas encostas, seja qual for o declive. cada um desses rasgos são ravinas, o pouco solo existente foi-se embora com as primeiras chuvadas e agora pelas ravinas escorrem  torrentes com toneladas de calhaus e lama. Ninguém vigia a retirada das madeiras, os Vigilantes da Natureza ignoram essas actividades.

Antigamente, quando tudo estava mal no dizer de um perclaro ex-ministro do Ambiente, não se fazia qualquer corte de arvoredo sem que estivesse presente um guarda-florestal que obrigava os madeireiros a reporem o terreno e a retirarem o material lenhoso das ramagens. Agora em que, pelos vistos,  tudo está bem, não há um director do PN a quem se possa pedir responsabilidades e é fartar vilanagem.

Não se faz a plantação de uma árvore que seja, tirando algumas actividades de associações que o fazem em pequena escala, apenas os nascedios de sementeira natural dos pinheiros existentes nos dá a garantia de que vai ser tudo outra vez pinhal estreme - paisagem de mosaico como sairia se o plano de ordenamento fosse implementado é que nunca teremos.

A visita pela zona dos incêndios de Pedrógão, Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pera e Oleiros, deixou preocupação porque  nestes anos se refez a rebentação do eucaliptal ,  com força e com a mesma densidade de quando ardeu, nada de limpezas.

 Aquela triste  estrada 236-1 está hoje maior e desafogada de arvoredo, tem lá o imponente memorial para as pessoas pasmarem, mas já a pequena  estrada 236 onde seu também a tragédia nas aldeias de Escaios Fundeiros, Moita e outros povoados,  conserva a mesma largura e o matagal aperta de ambos os lados. Noutras estradas da zona dos  incêndios voltam a ver-se matagais e rebentação de eucaliptos sem qualquer  limpeza; com a seca que deve vir aí neste Verão todo aquele matagal que se refez com as chuvas da Primavera, será rastilho  para a mais pequena chama. Oxalá eu esteja redondamente enganado.












domingo, 9 de junho de 2024

 Hoje não se fala de política...

Hoje não se fala de política e eu, que respeito as regras da democracia, falo neste blogue para mim...mas só vou editar amanhã, já as eleições estarão a terminar.

Desiludido com a maioria dos candidatos, cabeças de listas! O PS tem uma mulher de armas, apesar de todas as críticas que sofreu na altura, é preciso recordar que ela aguentou a pandemia contra  ventos e marés  em que toda a gente dava sentenças, nunca se tinham visto tantos especialistas ! Mas ela está a pagar as consequências dos erros sem conta que António Costa praticou e as bacoradas que aconteceram sobretudo no último mandato ...em que tinha maioria absoluta! 

A. Costa é apontado como um grande político, acho que já escrevi isto antes, será um bom político para paleio mas é mau governante. Um "bom político" a quem Portugal fica a dever, a par da Assunção Cristas, ser o único país florestal sem guardas-florestais nem uma Autoridade Nacional inteiramente dedicada à politica florestal todo o ano  e não apenas nos meses dos incêndios ( que são o grande negócio  do combate aéreo...).

Esta deriva neoliberal, como acontece  um pouco em todo o mundo, é responsável  por muitas catástrofes que continuamos a viver no planeta.

A. Costa foi bom político durante a geringonça, em que teve de negociar com os partidos à esquerda, e em que estes se preocuparam com os aspectos sociais que, sem eles, o PS não resolveria, mas também estes partidos se estiveram nas tintas para o resto da submissão da economia e do sector primário aos interesses da grande indústria. Basta !!

A AD teve aquela ideia luminosa de meter à frente o rapazinho Bugalho, que para lá de ter bom discurso e boa figura,  não percebe nada da Europa senão através dos slogans já gastos da direita! Não lhe deram tempo para ele aprender alguma coisa, mas o eleitorado é tão fútil, vai mais nas cores do que nos discursos ( mesma aqueles desiludidos com o PS de Costa) e transfigura o rapazito num  politico - já fazia política quando era bébé !!

O único com preparação, postura e capacidade de diálogo, sem fantasias nem asneiras,  é o mais perigoso, o Cotrim da IL. Os portugueses vão muito mais nestas aspectos do que na essência das ideias e esse é o risco que estes neoliberais apresentam para um país já destroçado pelo neoliberalismo vigente  e que a UE exporta alegremente em pacotes todos os meses. 

Depois temos a desilusão do Livre, porque o Rui Tavares equivoca-se sempre com estas escolhas de democracia de base que inventou para o seu Partido. Basta pensar  na asneira e erro de casting que foi aquela Joacine, guineense, que ia dando cabo do Partido. Agora escolheram este Paupério que até teve o despautério de vir mentir, dizendo que pertencia à família das famosas bolachas com o mesmo nome  - até que a família da marca veio dizer que o rapaz não tinha nem nunca teve nada a ver com a família.  Puxa!!

Catarina é talvez quem tem a melhor presença e o melhor discurso, são anos e anos de luta e sempre na primeira linha, com o seu ar simpático - a sociedade não está muito virada para extremismos de esquerda, é pena mas é assim. Merece um grande lugar nas eleições mas duvido que o alcance.

O PCP está condenado, como estiveram os dinossauros quando o tempo deles acabou; aos comunistas vale-lhes a ligação aos sindicatos mas até aqui a actualidade sindical começa a ser diferente e  tira-lhes  o tapete. Depois têm sobre eles o erro fatídico de não condenarem abertamente o  Putin, um dos melhores exemplares da extrema direita no mundo de hoje e a guerra suja que ele faz na Ucrânia: o Oliveira, sempre com a mesma cassete e até o tom de voz que aprenderam com Álvaro Cunhal ( é espantoso como mantêm aquele tom e aquele discurso) começa agora timidamente a fazer umas criticazinhas mas não convence...

Depois vem o PAN, a lástima de sempre, palavras cheias de razão mas desfasadas do contexto global em que a sociedade hoje vive.

Dos "chegas" tem vindo o espectáculo triste a que se sujeitou um antigo embaixador  de carreira, figura de proa de umas ideias absurdas do antigamente, que entra em choque com o que o Ventura depois corrige-  e não o larga para que ele  não diga mais "asneiras"...

A Joana Amaral Dias já não tem o sex-appeal doutros tempos, e nem a descarada reportagem que o Publico fez dela, lhe vai servir para alguma coisa - então da extrema esquerda atira-se para a direita.

Dos outros pequenos Partidos tenho pena, autêntica pena, pelo que fizeram ao MPT -não merecia este destino, o grande GRT deve dar voltas na tumba e tantos que estiveram na origem daquela utopia ( como eu...) sofrem as dores da agonia.

Escrito este arrazoado no dia 8, vai sair hoje, dia 9... Votem bem, hem?