Desânimo com tudo e com todos
Estou cada vez mais desanimado com a essência do ser humano; avança-se nas mais espantosas tecnologias mas, no fundo, a alma humana continua na mesma condição primária dos neolíticos ou. quem sabe, ainda anteriores!!
Se há uns tantos que têm estes rebates de consciência, devemos ser uns resquícios de genes minoritários, perdidos na imensidão da Humanidade.
Como pode haver no século XXI um "filho daquela" como Putin que procede como qualquer czar dos séculos obscuros, com ideias dos cosmistas, transumanistas e quejandos, com sonhos de impérios à custa da destruição da identidade dos que toma como adversários ou inimigos?!! Como podem uns facínoras em nome sagrado do deus Alá, - que é o mesmo Jeová dos judeus e o mesmo Deus dos cristãos - perpetrar crimes sanguinários por pura malvadez, que nada têm a ver com uma luta armada do século XXI?! Claro, como disse e bem Guterres, o terrorismo não surge do nada...Se Angola, Moçambique e as outras ex-colónias não tivessem "terroristas" a lutar contra a opressão, nunca teriam chegado à independência.
Mas a Palestina é um bom exemplo do cinismo da Humanidade e da subjugação ao poder do dinheiro em cujo altar se sacrificam os povos mais fracos. Quando a Sociedade das Nações, que antecedeu a ONU, resolveu aliviar a consciência do Holocausto nazi, quis dar uma terra aos judeus que os havia, e ainda há, de todos os quadrantes desde democratas a radicais. e que historicamente se dispersaram pelo mundo, apernas um reduzido número permaneceu na sus "terra santa", a Palestina; como permaneceram muitos milhares no Irão, antiga Pérsia, no Egipto, em Marrocos, etc. Mas ao mesmo tempo que se "roubava" terreno aos palestinianos que nunca haviam saído da sua terra, para criar o Estado de Israel, criaram ao mesmo tempo um Estado Palestiniano .
Só que o primeiro foi logo implementado e financiado pelos banqueiros e lobistas americanos e ingleses, o outro Estado nunca conheceu a luz do dia. Nesse tempo os países muçulmanos eram todos protectorados europeus, pouco podiam fazer - mas há décadas que são países independentes, grandes potências riquíssimas com o petróleo - e aqui emana a outra face do cinismo, agora dos muçulmanos. Usam a arma do petróleo como chantagem sempre que é necessário para enriquecer mais, desde repúblicas ditatoriais até às monarquias de costumes quase medievais, mas nunca usaram essa arma de chantagem para forçarem a ONU e os países do Ocidente e a Rússia e a China para erguerem o Estado da Palestina - têm-se estado nas tintas, não mexem um dedo. E há décadas que os sionistas que governam Israel extravasaram o território que lhes foi confiado e entre 500 mil a 700 mil colonos judeus estão instalados em terrenos da Cisjordânia palestiniana. Ninguém os obriga a sair de lá, ainda por cima continuam a roubar terras com os melhores solos, ficando os bairros de refugiados, deslocados palestinianos. sem meios para subsistirem - autênticos campos de concentração.
Mas se os islamitas terroristas praticaram aqueles crimes, rebentando com uma raiva acumulada em décadas de serem oprimidos e aniquilados pelos sionistas, o Estado de Israel, que até se pretende considerar um país ocidental e democrático (e tem na verdade praticado democracia interna embora com fortes machadadas desde que o actual primeiro Ministro comanda o país) tem-se revelado um Estado terrorista ao usar uma barbárie e uma carnificina terríveis; estão a fazer uma guerra de terra queimada, arrasando tudo- quando a guerra acabar a Cisjordânia e Gaza serão ruínas fumegantes, como os russos fazem na Ucrânia, nada fica de pé - nem hospitais, escolas, igrejas, museus -barbárie absoluta. E no Iémen a mesma coisa; e na Eritreia e na Birmânia e no Curdistão onde os turcos que chamam terroristas a Israel estão a praticar o extermínio dum povo com história, língua e cultura que o Império Britânico dividiu por 4 ou 5 países da região sem qualquer respeito pelos curdos.
Mas em outras partes do mundo é a mesma coisa; no Sudão milhares de mulheres e crianças esfomeadas, escanzeladas, desidratadas, sem comida nem água para beber, arrastam-se quilómetros pelas savanas entre cadáveres de animais mortos à fome e à sede para tentarem poupar as suas vidas sem destino nem futuro. E os generais dessas terras surgem nas suas fardas e medalhas a proclamarem as suas vitórias sobre o povo vizinho ou sobre o seu próprio povo.
E se falasse sobre as destruição de ecossistemas, de incêndios, de enxurradas, de desabamentos, de destruição contínua dos fundos dos oceanos ou dos sobreirais destruídos em nome da especulação sobre a energia renovável .... Céus, que tragédias !! !Que seres humanos deste século!!
E morreu a Sara Tavares, uma perda grande de ternura e de resiliência, de uma miúda que não teve tempo para viver a sua vida até aio fim, foi sabotada. Que pena!