segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

 Sempre ao correr do tempo...

Mais um longo período sem deixar aqui as notas do que se passa e do que eu entendo sobre isso.

Boas notícias

1- No dia 4 nasceu a minha neta mais nova, filha da minha filha Ana, chama-se Leonor e veio ao mundo com o peso de 4 kg. Não auguro nada de bom para o tempo em que ela será adulta, com estes ciclos de politica infernal que alastra pelo mundo.

Pode ser que entretanto a Humanidade reaja e um futuro mais risonho a espere.

2- Realizou-se entre 5 e 6 deste mês de Dezembro o XXXº Congresso da Federação  das ONG ambientais, que continua a ter como presidente o José Manuel Caetano, creio que desde a fundação da Federação. Teve lugar em Lousada, onde uma Câmara Municipal de um pequeno Concelho com 45 000 habitantes, conseguiu organizar este evento com uma perícia e uma eficiência dignas de louvor.

E para mim foi uma surpresa enorme assistir aos delegados de grande número de ONG presentes, tudo gente nova, consciente e lutadora; é uma actividade larvar que se desenrola em pequenas localidades e até por causas muto específicas.  De toda essa actividade  não há referência na comunicação social - jornais, rádios e tv são capazes de encher com grandes parangonas  os noticiários até de coisas de baixa política, mas  nunca os vejo as exaltar estes movimentos da sociedade.

3 - Está a chover bem no Algarve, com quase todas as  barragens em bom nível- esta chuva é preciosa, pois sabemos que vão  surgir grandes secas, e não é "se", é "quando", porque elas são inevitáveis. Melhor seria se deixassem de ser implantados mais hectares de abacateiros, cujo alto consumo de água ( e de solo) não prometem um bom futuro um bom futuro.

Más notícias

1- Saiu no último "The Economist" uma notícia que parece ser muito boa, de que a economia portuguesa está no topo do ranking europeu, mas como alguém disse o País está muito bem, os portugueses é que não. Mas é má notícia porque na realidade de cada português os salários são baixos e o custo de vida é alto e existem uns 2 milhões de cidadãos na pobreza.  A economia tem beneficiado do turismo, e não de actividades criativas . 
Há imprensa e  revistas como o Economist  que são o sustentáculo da política liberal implantada na Europa; as ideologias democráticas, que trouxeram paz e bom nível de vida através do Estado Social, como são  a social democracia ou socialismo democrático e a democracia cristã, foram infectadas pelo fungo do liberalismo e por isso, creio eu, os Partidos ditos liberais têm sempre pouca expressão -já existe ideologia liberal que baste nas políticas europeias e, claro, nos EUA.

Numa altura destas em que tantos países  foram atraídos pela extrema direita ou direita populista, (e Portugal também está nesse rumo) as instituições internacionais  e a sua imprensa "isenta" têm que dar uma ajuda.

Já em 2019 o Prof. J. Stiglitz, Prémio Nobel da Economia, escrevia que as políticas neoliberais há mais de 40 anos que comprometem a democracia nos nossos países

E o caminho infalível do liberalismo, indiferente às condições sociais dos povos e apenas  vocacionado  para o lucro crescente dos capitalistas,  acaba nestas práticas políticas populistas e demagógicas que afectam já grande parte  dos países democráticos. Por isso o que podia ser uma boa notícia é uma má notícia, pois é apenas mais um reforço duma publicação do sistema para apoiar as políticas liberais do governo português.

No entanto há sinais contraditórios quanto à sociedade portuguesa. Por um lado sabemos da grande  porção de portugueses que vivem na pobreza, os dados falam em mais de 2 milhões, e haverá outros tantos em situação periclitante.

Mas nunca se viu tanto carro e tantos dos modelos de topo de gama, por estradas a e autoestradas e esgotam-se os hotéis e restaurantes para os dias de festas.  Para ir a um restaurante é  preciso marcar com antecedência e já não apenas nos restaurantes de luxo, até nas tascas já pedem a reserva. Portanto há uma camada igualmente  importante da população portuguesa que vive bem e gasta em supérfluos. É uma sociedade desequilibrada.

2- A atitudes de Trump não param de atingir todos quantos pelo mundo fora têm posicionamentos  diferentes das suas arremetidas extravagantes e meramente comerciais - para ele política é apenas negócio que possa trazer lucros para si  e para a família  e amigos.

As palavras de desprezo e de desafio que ele enderece aos europeus é apenas a exteriorização da sua ambição mundial. Para ele há tres poderes mundiais  que devem dividir o mundo em sectores e domínio: os EUA, a China e a Rússia, tudo grandes nações com regimes  praticamente ditatoriais. A Europa fica para o espaço russo, pois os regimes democrátic0s europeus ( mas que também, se encontram em alguns, poucos, países de outros continentes Canadá, México, Austrália, Nova Zelândia, Japão, Coreia do Sul...) não encaixam na capacidade de negociatas que ele, Trump, cultiva acima de tudo.

Eu espero que este ciclo de autocracias que renascem na Europa, sejam a pouco e pouco varridas; na Hungria cada vez  o guru Orban enfrenta uma oposição democrática, a Itália tem em  Meloni uma extrema direita mais sensata e, por exemplo, apoia a Ucrânia. Se, como tudo indica, nos EUA vai crescendo a oposição ao Trump e se ele perder o domínio do Senado, então aumenta a esperança em que, a pouco e pouco, este ciclo de autocracias vá perdendo folgo.

Há muitas mais coisas más para referenciar, mas já chega de escrever por agora!"