segunda-feira, 25 de novembro de 2024

 25 de Novembro

Toda a gente fala do 25 de Novembro, cada um à sua maneira; eu também vivi esses dias antes e depois do "dia fatal". Para já acho um disparate  de doidice haver uma sessão especial da AR sobre o 25 de Novembro- a pedido da direita. E porque não homenageiam o 16 de Março, o MDLP e outras datas intermédias do PREC?

Acho um desplante a direita querer comemorar  o dia como se fosse dela, quando a direita viu  desaparecer  as suas esperanças; e também o PCP de hoje a não comemorar o dia quando o PCP da altura viu reforçado o seu lugar na democracia. 

Eu estava em Lisboa, chefe de gabinete do GRT, e fomos os dois para a Calçada da Ajuda ver o que se passava, um disparate que nos podia ter saído caro, quando os Comandos do Jaime Neves obrigaram a Policia Militar a ficar sossegada e aí houve tiroteio. O Gonçalo pôs um boné, dizia ele para ficar mais disfarçado...

Dizer que Ramalho Eanes ou Melo Antunes eram da direita é um absurdo, e ainda hoje toda a gente fala do Eanes e ninguém, mesmo ninguém,  refere o papel fundamental que teve o Ernesto M. Antunes.  Escrevo um artigo no Publico sobre isso e chamei algumas vezes a atenção do General Eanes para o esquecimento que todos   cometem  quanto ao papel central que o M Antunes teve e só o General fala dele, até numa entrevista que deu à Fátima C. Ferreira. Finalmente! E falei disso há dias com ele.

Parece que ninguém quer recordar: o movimento militar que estava subjacente naquele mês de Novembro era da extrema esquerda, radical, não era do PCP; e a direita saiu derrotada quando Melo Antunes naquela noite apareceu na TV a informar que o PCP não seria inviabilizado - que era o que queria a direita - pois pertencia à democracia que todos maioritariamente queríamos em Portugal.

O PCP na época tinha à frente uma personalidade de excepção que era Alvaro Cunhal, com quem o Melo Antunes conversava  e lhe fez perceber que não haveria lugar em Portugal para o comunismo institucionalizado, mesmo  que fosse "à portuguesa". Sempre estou para ouvir se  Ramalho Eanes falar hoje na Assembleia da Republica se diz alguma coisa...

O que eu, o Gonçalo e alguns outros estávamos  convencidos  é que nem o PCP nem a extrema esquerda teriam qualquer  maioria quando houvesse eleições.  E viu-se nas primeiras eleições para a Assembleia Constituinte que o PC andou pelos 12% e a extrema esquerda muito longe disso.

O PS não gosta do 25 de Novembro porque o verdadeiro travão ao comunismo e portanto á liderança da implantação da democracia foi Melo Antunes e os Grupo dos 9 naquele 25 de Novembro!! Mário Soares ficou sempre com essa atravessada, isto em nada retira importância ao papel que Mário Soares teve na instalação  da democracia,  mesmo para quem não gostava muito dele...como eu.

Havia era uma euforia em muitos sectores a favor da extrema esquerda folclórica, de uma democracia popular sem a ditadura do proletariado... 

Até na nossa Secretaria de Estado do Ambiente, um grupo de meninas e alguns "adjacentes" que sempre  tinham trabalhado ao lado do GRT -  eram  um grupo leal ao Gonçalo...- elaboraram uma lista negra para saneamentos, com os nomes todos escarrapachados : o Gonçalo, eu, o Luis Coimbra e até a pobre da Elvira, secretária, encabeçávamos  a lista.

Fui um privilegiado por ter vivido o PREC, que a mim nunca assustou -   sempre vivi aqueles meses como um parto difícil mas  fabuloso do regime democrático.

A democracia hoje não é perfeita? os políticos  são fracos e incompetentes? É que estávamos mal habituados, porque a primeira geração do regime foi de vultos notáveis em todos os quadrantes- basta lembrar Henrique de Barros ( que foi meu Professor no ISA), Vasco da Gama Fernandes, Alvaro Cunhal, Sá Carneiro ( o PPD queria entrar para a Internacional Socialista...), até os fundadores do CDS (apesar de terem votado contra a Constituição) souberam depois adaptar-se e serem políticos construtivos).

Temos de agarrar a nossa democracia com as mãos bem firmes, porque as autocracias estão a aumentar em todo o Mundo,  é mais um ciclo de desvario que  há-de passar e eu acredito que a Europa, apesar de cretinos como o Orban da Hungria e outros que tais na Polonia, e até  na Suécia ou nos Países Baixos, mais uma vez fará triunfar a democracia, pois já vemos que nem os EUA conseguem aguentar a loucura dum Trump.

Ainda acrescento  que acima  não citei Costa Gomes, que foi uma pedra fundamental  durante o PREC, e na vitória sensata dos democratas; e que o BE, teoricamente herdeiro dos  extremistas radicais de esquerda foi capaz de melhorar a sua ideologia  e o seu comportamento, e Álvaro Cunhal e tinha militantes ilustres como Carlos Brito, José Figueira, João Amaral...





terça-feira, 19 de novembro de 2024

 O elogio da mentira

Porque os EUA deram autorização para a Ucrânia usar misseis de longo alcance contra a Rússia, o czar Putin vem ameaçar com as armas nucleares e dizer que está perto o início de uma terceira Guerra Mundial. 

Está perto, não,  começou! E começou quando a poderosa Federação Russa pediu auxilio a um pais asiático  que enviou para a Rússia, fala-se, 10000 soldados para combaterem - então isto não é já o começo da mundialização da guerra? Em que estado deve estar, verdadeiramente, o poderio russo, para se vexarem - embora com elogios à cooperação entre países amigos - ao pedirem auxílio? Agora são 2 países contra um, a Ucrânia -  e ainda há rebuços ocidentais em ajudar quem foi invadido e está sujeito a uma guerra suja, repelente,  cheia de crimes contra a Humanidade ?

Tem aparecido num canal de TV um general-major ou major-general   tão pouco faccioso  que, ao anunciar os 10 000 soldados asiáticos  para a Rússia, acrescentou, para equilibrar e lançar a confusão,  que também há militares ocidentais na Ucrânia. Haverá  conselheiros militares nos gabinetes de guerra mas para o excelso general-major  (ou minor...) a entrada dos coreanos era uma resposta ao auxílio ocidental.  Tal está a moenga, hem?  É o elogio da mentira !

Mas não  pode deixar se levantar realmente a questão - em que estado está a Russia, sem as armas nucleares, claro, para pedir ajuda a um terceiro país, a Coreia do Norte, do qual um  perclaro dirigente comunista de Loures  disse um dia que "sim senhor, lá era uma democracia popular, pois então !"

Elogio da mentira!!

segunda-feira, 11 de novembro de 2024

 Os tempos  andam às avessas

Encontrei num dos meus blocos de notas estes versos que, penso, serão do António Aleixo: 

Triste sina de quem vê/ o mundo andar às avessas/sem saber porquê

É que também agora acontece que as coisas andam às avessas, pois um pouco por todo o mundo surgem situações de regressão civilizacional. Dizem alguns que a História não se repete, mas com causas semelhantes ou não, surgem casos que já vimos acontecer, anos atrás .

Aflige-me assistir a que tanta gente, neste mundo, e mais incrivelmente  neste Ocidente onde se foi capaz de construir uma democracia  que dá valor aos direitos mais elementares que o ser humano pode reivindicar: a liberdade individual com responsabilidade, a exaltação do individual  mas integrada no Estado Social, a liberdade de expressão e de reunião, o respeito pelos direitos de quem pensa diferente...

Desde a Rússia onde Putin continua a manter uma guerra de invasão dum país independente e com a lata de pedir ajuda de outro exército dum regime absolutamente anacrónico, ao fascista  Netanyahu a fazer terra queimada na Palestina, matando dezenas de milhar de civis inocentes, em Gaza e o Líbano, ao fantoche do Orban que mantem a Hungria em estado de silencio absoluto da oposição e que é declaradamente  um "cavalo de Troia" de Putin para minar a UE - e paro aqui só para pasmar com os EUA onde todos nós, creio,  pensávamos que a democracia estava sólida e bem estruturada, e volta ao Poder o outro fantoche do Trump que arrasta milhões de cidadãos atrás  da sua figura ridícula, do seu discurso vazio e hipócrita, com uma democracia "musculada"  que talvez venha para ficar...

Quer dizer, anos passados sobre as ditaduras fascistas e nazis, quando desabaram a cruz suástica de Hitler, os esgares  loucos de Mussolini, e se  dissolveu a URSS -  voltamos a ter o apogeu das autocracias. incapazes de verem para onde se vai encaminhando o planeta com o desvario  do consumismo e da perda da biodiversidade  da qual depende a nossa própria a vida .

E pessoas inteligentes, intelectualmente válidas, estão a aceitar por todo o lado - e eu vejo em quem conheço há anos... - estas tiradas populistas  e demagógicas que prometem salvar o mundo quando apenas cobrem os seus negócios e os estilos de vida megalómanos em  que vivem.

É nitidamente  o mundo a andar às avessas




quinta-feira, 7 de novembro de 2024

 Aconteceu mesmo...

Trump varreu as eleições nos EUA com uma limpeza inacreditável.

Kamala é simpática mas chegou tarde e não teve um discurso convincente, apesar da sua alegria e das intenções que  deixou do que seria o seu mandato.

Com  Trump num dos lados, Putin do outro, Orban a desorganizar a união que deveria haver na UE, o fascista de Israel a fazer o que lhe apetece, na Alemanha novas eleições com os neo-nazis em força - só nos resta vestir uma carapaça de tartaruga e esperar uns anitos que o temporal passe...

terça-feira, 5 de novembro de 2024

 Uma terceira via

A realidade  política  que rege a Humanidade  não se resume à dicotomia esquerda -  direita, porque existe a realidade ecológica, aquela que nos revela as bases de sustentação da Vida tal como a conhecemos e que se lhes sobrepõe, e nos ensina os limites do crescimento que todas as sociedades humanas implementam no planeta. 

Todos dependem da terra, do ar  e do mar, nas mais diversas formas, e dependem para viver e se alimentar da luz do sol e da energia que dele emana; todas as grandes inovações tecnológicas que o ser humano foi inventando apenas são instrumentos cada vez mais aperfeiçoados para melhor e mais rapidamente  consumir e transformar esses recursos .

Todos sabemos isto, porque nos ensinam nas escolas; mas ainda há sociedades humanas ( cada vez menos numerosas  e com maiores riscos de extinção) que não aprendem senão directamente com a Natureza, dialogando com ela e conhecendo-a em todas as suas peculiaridades,   no estádio em que estiveram todos os seres humanos no seu início, quando começou  a sua  caminhada da evolução;  continuam sendo  comunidades humanas integradas na Natureza como animais mais evoluídos, pois foi isso tal e qual  que  foram os primeiros milhares de anos da evolução do Homem.

Os avisos dos investigadores, cientistas do mundo inteiro, sobre o caminho para o abismo que estaremos a construir, caem em saco roto numa maioria da população desmotivada e sem capacidade de discernimento, como caem numa minoria  activa de negacionistas e ditos produtivistas que encaram esses avisos como excessos de zelo que não têm de  ser seguidos.

O drama que ameaça o mundo

 Estamos na expectativa do que vai acontecer nos EUA, com estas eleições que decorrem hoje.

Já ouvi hoje na rádio um ou outro testemunho de portugueses a favorecerem Trump, que dá logo para entender de que quadrante politico são; porque também ouvi outros comentários de pessoas mais esclarecidas, dizendo-se da direita conservadora, mas com a lucidez de espírito suficiente para denunciarem a calamidade, para os EUA e para todo o mundo, duma vitória desse cabeça de cenoura.


segunda-feira, 4 de novembro de 2024

 ao correr do tempo...

Amanhã, dia 5,  é o grande dia que pode mudar muita coisa no mundo : as eleições nos EUA. Por muito que, quem detesta o imperialismo americano lhe custe a aceitar, uma coisa é verdade -nenhum outro país do mundo, no que nele se passar como política interna, afecta tanto esse mundo como as eleições americanas.

Nestas eleições  há um aspecto que me tem vindo à cabeça, é que as sondagens sejam sempre tão pouco diferentes e dêem sempre o empate técnico entre o famigerado Trump e a esperançosa Kamala. Se adicionarmos a este facto outro que espantou toda a gente - o Washington Post pela primeira vez deixou de apoiar um dos candidatos, que por regra  é sempre o candidato democrata- há uma tónica geral de comportamento nos EUA.

Por isso penso se este sentimento não será resultado de um certo clima de medo que grassa na sociedade americana, fruto das ameaças que Trump  tem  propalado constantemente.  É que ele  e muitos dos seus acirrados  apoiantes constituem uma ameaça quase de guerra civil, pois se voltarem a perder  nunca aceitarão a derrota e farão distúrbios perigosos.

É mais que certo que também Putin andará a tentar influenciar as eleições americanas, como fez sempre  e como faz sempre que esteja em causa a sua possível influência no mundo.

A interferência russa  nas eleições de países que Putin quer que continuem nas sua esfera de influência, verificou-se agora na Moldávia, onde foi bem clara a intervenção no processo eleitoral, mas aqui falhou - nas duas voltas do processo eleitoral acabou sempre por ganhar a actual Presidente que é pro UE, tendo perdido o candidato que veladamente umas vezes, abertamente outras, é pro-russo.

Já antes, coimo referi há dias, tinha havido o mesmo procedimento na Geórgia, onde eu estive em Setembro, e que ao dar a vitória ao candidato pró-russo, mostrou mais uma vez a corrupção de muitos votantes e a falsificação dos resultados, não tendo cedido ao pedido de mostrar publicamente as actas das mesa de voto onde a oposição terá ganho.

Putin foi um alto dirigente do KGB, ele e os colaboradores que o rodeiam têm toda a escola da subversão que  foi sempre a salvaguarda da URSS e sabem como usar todas as formas  dissimuladas de trabalhar na sombra.





domingo, 3 de novembro de 2024

 Crónica da sociedade (3) 

Vale a pena reparar na cimeira que se realizou na Rússia há pouco, juntando os BRICS e uma data de outros países designados como observadores. Foi fundamental para quebrar o  isolamento de Putin, mas terá outras consequências.

São todos países de regimes autocráticos ou iliberais, mas representam uma boa fatia da população do Mundo, embora apresentando contradições  que não são fáceis de explicar. Começa logo pela India e a China, adversários inconformados um com o outro, entre um regime mais ou menos democrático, herança dos ingleses, mas cada vez mais autoritário e outro dito marxista - mas onde está a luta do proletariado? e o nascimento, como cogumelos em terra húmida,  de centenas de oligarcas podres de ricos, é comunismo?

Depois o Brasil, onde a democracia populista do Lula é a única forma de rejeitar o bolsonarismo da direita reaccionária- também vai alinhar com a criação de uma moeda opcional ao dólar? E então no  que depende dos EUA, vai deixar de usar o dólar?

Mas chamados como observadores estão países  que dependem sobretudo do Ocidente, como os Emiratos  e a Arábia Saudita, monarquias obsoletas  e que nada têm a ver com a democracia  mas  que  dependem do Ocidente para os  negócios do petróleo além de que têm nas suas mãos uma boa parte da dívida americana, de resto como a China.

Mais estranha ainda é a posição da Turquia, que tendo um regime cada vez mais conduzido pela religião e pela autocracia, no entanto pertence à ... NATO. Vai alinhar  com os BRICS ? Claro que o poder primeiro bipolar entre os EUA e a URSS, depois quase unipolar dos americanos, não poderia durar muito ; a China aparece como o novo polo mundial  e aí quer  entrar a Rússia, nitidamente enfraquecida onde o czar Putin quer entrar na corrida e já que não pode assumir sozinho esse lugar. ao menos reparti-lo com os chineses...

Parece cada vez mais evidente que as tomadas de posição dos EUA na guerra suja que Israel está a cometer na Palestina e ainda pior no Líbano ( um país independente que nem arrisca retaliar para se defender porque seria despedaçado) afasta muitos países que sempre estiveram  do lado do Ocidente.  E ressalta também nesta situação a inacção da Europa que não faz nada  porque, por um lado está pendurada nos americanos ( se Trump ganhar  manda os europeus bugiar...) e por outro lado não existe uma estratégia comum a todos os membros da EU. Nem sequer politicamente  vemos qualquer posição séria dos países europeus  contra a guerra promovida pelos sionistas .

Assistimos mais uma vez  no Mundo a uma época de reforço dos regimes autoritários e torna-se cada vez mais um privilégio viver em democracia, democracia sem outro adjectivo, pois já conhecemos pelo menos duas: a democracia "popular" dos países comunistas e a democracia "orgânica" do velho Estado Novo. A primeira só admitia o Partido único e foi o alfobre de oligarcas que se encheram de dinheiro do povo, e a segunda, que também só admitia o Partido único, foi a que encobria a corrupção de pessoas do regime e colocou o país, Portugal, na cauda dos países da Europa de onde tem sido difícil sair...

Custa a entender que haja tanta gente, até entre nós, e pessoas inteligentes mas, no fundo, assustadas com a concorrência dos outros,  que prefere um regime em que anda tudo calado excepto nas loas aos próceres  do poder, a um regime de liberdade em que todos podem defender as suas convicções  dentro da responsabilidade que a verdadeira liberdade exige.

E não podemos fugir a esta expectativa: esta semana  nos EUA, que tem sido um suporte indispensável, pelo seu poder,  da democracia ocidental ,  se o histriónico Trump  ganhar as eleições os países ocidentais ficam em apuros;  a Europa que sempre foi a origem dos valores democráticos, embora demasiado confiante no poderio militar americano, vai entrar em convulsão com a a ascensão dos populistas pró Trump e quejandos que ganharão força nos tempos difíceis que aí virão.

Esta palavra "populismo" que foi recentemente inventada dá muito jeito...

...

A guerra  lançada pelo czar russo contra a Ucrânia está agora a alargar-se com a chegada de milhares de soldados  norte-coreanos que vêm colmatar as perdas de soldados russos, uma verdadeira calamidade  para os russos - quer dizer que agora são 2 países contra um.

 Pois ouvi há dias um desses generais de 3 estrelas,  ( que são também majores...) que fala na televisão, a dizer, a propósito da chegada de norte-coreanos, que também há militares de países europeus na Ucrânia -  quer dizer que  ao douto general parece a mesma coisa haver alguns conselheiros militares europeus nos gabinetes de guerra da Ucrânia  ou ter 10.000 soldados a combater. 

É mais um "especialista" que  costuma comentar  com elogio os avanços militares dos russos e a desfazer quase sempre nas acções dos ucranianos, o que já não disfarça para que lado pende  o dito douto especialista ...