Mandei ontem esta carta ao director do Publico, duvido que seja aceite para publicação. Fica já aqui
"A pouca vergonha institucionalizada
Salvaguardo a hipótese da noticia que ouvi ser falsa. Mas se a situação for mesmo como acabei de ouvir num noticiário, enquanto o Governo preparava a lei sobre a ocupação urbana dos solos rústicos, já de si uma vergonha, o Secretário de Estado - por acaso do Ordenamento- criava uma empresa familiar para tratar de urbanismo e de ...propriedades rústicas.
Já escrevi há tempo que a passagem do Ordenamento do Território (OT) do Ministério do Ambiente para o outro Ministério não era inocente - sob a forma encapotada de permitir mais habitação para os portugueses, estava a dar a possibilidade de negociatas da REN e da RAN com as Autarquias, e como o critério de ocupação é meramente politico, quem sabe quais a autarquias que seriam privilegiadas...
O OT é uma base fundamental da Politica de Ambiente, e foi sempre assim desde que, após o 25 de Abril de 74 , essa politica foi veiculada por todos os Governos; assim se tornou possível impedir o desordenamento do nosso espaço biofísico e ao mesmo tempo, com a criação do Sistema Nacional de Áreas Protegidas, salvaguardou-se o outro pilar ambiental que é Conservação da Natureza. Ora um dos tradicionais Partidos que estiveram em governos foi o PSD, sempre muito mais vincadamente ambientalista - é preciso reconhecer - que o PS; perante a actual situação o que pensará um Carlos Pimenta, só para referir um nome de referência ?
Não admira que perante a justificação, embora falaciosa, de que a lei dos solos rústicos tem a finalidade de baixar o custo da habitação ( quem é que acredita nisso, hem ?) o PS acabou por viabilizar a lei, pudera não..."
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