quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Assim não vamos lá...
O Governo do PS apoiado à esquerda foi sem dúvida uma surpresa, e é um caso inédito na Europa.   Mas António Costa que se cuide: se continuar a estar refém do Ministro das Finanças, poderá fazer uma política que a direita tem dificuldade em atacar, mas está a cavar um fosso perigoso. Vários economistas já denunciaram que não teríamos necessidade de descer o deficit tão abaixo e tão depressa.
Umas décimas  a mais no deficit que ninguém obrigaria a ser tão baixo e tão bruscamente, teriam possibilitado os investimentos que tardam nos hospitais, nos tribunais, nas polícias, nas Forças Armadas, nas escolas e nas Universidades. Está tudo a rebentar pelas costuras  e assim não vamos lá. O Ministro Centeno tem a sua agenda própria de prestígio internacional,  não abdica disso porque os ministros das finanças são todos assim  desde o Salazar.
Mas António Costa que costuma ser perspicaz já devia ter percebido que está a alienar a qualidade vida dos portugueses com toda a Administração Publica a funcionar tão mal.
As pessoas já estão fartas da pelintrice dos serviços  públicos. Assim não vamos lá...

domingo, 18 de agosto de 2019

COISAS GRAVES, no mundo e por cá

1 -Coisas graves no Mundo,  são muitas e graves.
- Aquela que parece que pouca gente dá importância, é a maior ameaça ao nosso futuro no planeta - o aquecimento. O degelo das calotes polares. da  Groenlândia e dos glaciares em todas as cordilheiras dos vários Continentes, as altas temperaturas e os fogos florestais que ocorrem nos países nórdicos e até já na Sibéria, com dimensões difíceis de imaginar, parece que apenas assustam  alguns cientistas e uma minoria de pessoas em todo o mundo. Havia alguma esperança de que, quando a Terra desse os seus primeiros alertas em escala planetária, os povos e os seus governantes tomariam as providências  necessárias, mas não ; e já nem é preciso falar de Trump e Bolsonaro, porque se esses sãos os exemplos máximos da estupidez humana, praticamente todos os governantes de tantos outros países com responsabilidades continuam a mandar umas frase sonantes de vez em quando, mas nada de concreto sai das decisões da China, da Rússia, da Índia, da Indonésia, etc. etc,
- No aspecto humanitário, as crises de refugiados  continuam a exemplificar a capacidade do ser humano em  ser indiferente ao sofrimento dos seus semelhantes, seja no Mediterrâneo seja por toda a África, seja nas Américas . Estamos a assistir a movimentos migratórios maciços como devem ter ocorrido ao longo dos tempos e a que hoje se  dá algum espaço nos livros de História. 
Na Europa é escandaloso o fracasso daquilo a que se chama União Europeia - mas união de quê?  União de interesses financeiros e económicos mesmo esses tendenciosamente favoráveis aos países mais poderosos?
É evidente que países como a Grécia e a Itália, por estarem na linha da frente da chegada dos fluxos de emigrantes e refugiados que sacrificam tudo para deixarem a miséria e a falta de futuro das terras de onde partem, não podem sozinhos resolver a situação e receberem os milhares de serem humanos que chegam às suas fronteiras. A ajuda da UE e sobretudo uma estratégia bem delineada para travar esses fluxos nos países de origem, são coisas que não existem. Daí ser fácil a políticos fascistas como Salvini surgirem com o seu radicalismo xenófobo  como os salvadores da pátria. E a Europa fala, fala, mas nada faz. Este é sem dúvida os maior dos falhanços da UE enquanto esperança de reunir os países europeus e dar-lhes coesão civilizacional no século XXI.
E depois há uns maduros como eu que pensam nessas coisas e  as deixam escritas  sem qualquer papel ou importância a desempenhar...

2. Por cá, já não vale a pena voltar a falar na greve dos motoristas, que cada vez mais é a acção de um oportunistas, advogado de negócios, com a sua agenda própria, a ganhar protagonismo e a arregimentar clientes  que é o que lhe deve interesse«ar. è pena não se saber quanto é que o Sindicato lhe paga pelo trabalho como sócio e  vice-Presidente...
O outro sindicato que tinha alinhado deve ter percebido o logro em que caiu e abandonou a "coligação", tendo já estado a trabalhar para chegar a acordos para o futuro.  Em com esta saga em que apenas sobressai  o que sabe mais da poda, que se transforma numa palhaçada  a luta de trabalhadores que são explorados pelos patrões com toda a impunidade há tantos anos, sendo que entre os responsáveis pelos baixíssimos salários pagos a quem arrisca horas e horas e trabalho e da vida está uma empresa como a Galp,. que nem dá um pio !... Não haverá quem faça ver a estes dirigentes sindicais o logro em que caíram, ao deixarem-se manipular por um estranho à sua actividade profissional e estranho a todo o espírito e tradição dos movimentos sindicais e dos sindicalistas?  Que o PCP e até  BE andem calados, a gente compreende, sobretudo os que se lembram c do que foi a,luta contra a unicidade sindical que os estalinistas do PCP nos quiseram impor. Mas apesar disso integraram-se no regime democrático e têm contribuído ( por vezes com excessos também e de origem política, mas em regra equilibrados ) para a defesa efectiva dos interesses dos trabalhadores, por muito que isso custe a aceitar pela  direita.
Agora o que está a acontecer com estes trabalhadores do Sindicato dos Motoristas de Matérias Perigosas é indigno do sindicalismo digno que esses trabalhadores deviam poder usufruir. 
Mas também é bem verdade que temos por cá poucos empresários mas abundam os patrões. Um país assim não passará da cepa torta. 








terça-feira, 13 de agosto de 2019

AINDA SOBRE SINDICALISMO 


A minha posição sobre esta greve dos Motoristas de Matérias  Perigosas já foi explicada e com a continuação do processo não tenho nada que me faça mudar de ideias.  Aqueles trabalhadores têm direito a reivindicarem melhores condições de trabalho e de remuneração, e os patrões, como quase sempre, fazem todos os possíveis para os explorar ao máximo e atirarem as culpas para os sindicatos: mas desta vez os sindicalistas estão a ser conduzidos por um oportunista, advogado, político, que actua pela sua agenda própria e se serve da causa justa do motoristas para os seus propósitos pessoais e políticos.
No passado dia 9 enviei uma carta ao Expresso, que não sei se terá sido publicada online, porque não tenho acesso,  nem sei se será publicada na edição impressa. Por isso aqui segue o extracto da carta  naquilo que interessa ao assunto. 
Só já depois de enviar esta carta se soube, embora não confirmado, que o Pardal advogado é candidato às Legislativas no Partido...do Marinho e Pinto. Se for verdade,  só falta dizer que bem que se entenderão os dois... ( É que eu não esqueço o que o M e P  fez ao MPT...)


"Sou defensor dos sindicatos  como instrumentos indispensáveis para a defesa dos direitos dos trabalhadores, e a liberdade sindical é tanto maior quanto mais  aberta é a democracia - sabemos isso.  Organizados por sectores laborais, os sindicatos tradicionalmente têm como seus associados  os trabalhadores de cada sector laboral com qualquer tipo de carteira profissional. Agora contratar um economista, um engenheiro ou um advogado para dirigente de um sindicato  com quem esses quadros nada têm a ver nem com a actividade laboral dos profissionais, afigura-se me uma aberração e uma atitude atentatória da dignidade dos trabalhadores. O actual vice Presidente advogado dum dos  Sindicatos de motoristas, surge como um mercenário  e é um atestado de menoridade que os próprios trabalhadores  passam a eles mesmos. de não serem capazes de tratar dos seus assuntos . Ter uma assessoria jurídica para apoio do sindicato, é uma coisa, creio que todos os sindicatos podem ou devem ter, coisa diferente é contratar um sujeito que nada tem a ver com a classe, que nunca meteu a mãos num volante de camião - pelo contrário tem a desfaçatez de se deslocar ás reuniões sindicais  ao volante de um  pobre Maserati - e os trabalhadores não se sentem vexados ?  A comunicação social, incluindo o Expresso, já começou a "fazer a folha" aos antecedentes do sujeito vaidoso e prepotente, que é advogado apenas há 2 anos  ( como é que já tem a fortuna  respeitável que aparenta?) , com rabos de palha que ele nunca até  hoje  desmentiu. Os trabalhadores ainda não perceberam que estão a servir de excelente publicidade  gratuita a um vaidoso oportunista  que usa as reais razões de queixa dos motoristas pela forma como são  tratados pelos patrões ?  Que com este papel , em que não se importa de voltar a população portuguesa contra os  motoristas, ele está apenas a angariar mais clientes ? Se a lei das organizações sindicais permite que os sindicatos possam contratar mercenários para seus  dirigentes, então a essa lei deve ser alterada a favor da dignidade dos trabalhadores e da sua verticalidade profissional.  Que a entidade patronal tem sérias culpas na situação, isso tem, mas só um sindicato digno e de espinha dorsal vertical se pode opor. 

É o que se afigura dizer,  sendo que o direito à greve e a militância sindical são direitos sagrados dos trabalhadores e da sua dignidade ,  que a democracia deve estimular e aperfeiçoar.

Com os melhores cumprimentos  "

É claro que o desprestígio deste comportamento e deste tipo de greve se presta a toda uma onda de  críticas ao sindicalismo e às greves, até porque   do outro lado deste Sindicato que pretende romper com  o espírito e a boa fé do sindicalismo organizado, está uma ANTRAM que não é flor que se cheire; as condições impostas aos motoristas  só são alteradas graças a movimentações destas; e o porta voz dos patrões neste processo "está bem" para o Pardal.
Não conheço a lei da greve nem a que regula a orgânica dos sindicatos, mas sei que, se ela hoje permite a contratação de mercenários para os corpos dirigentes, que nada têm a ver com a profissão dos trabalhadores  associados,  está errada e deve ser revista neste ponto : os sócios ( e por maioria de razão os dirigentes)  dos sindicatos terão de ser trabalhadores do sector laboral a que se refere cada sindicato e possuidores de carteira profissional. Repito : a bem da dignidade os trabalhadores.




quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Rectificação
O artigo Reviver os Verões Passados afinal foi publicado no dia 26 de Julho mas online; tinha ficado pensada a publicação na edição impressa, e ninguém me avisou nem sequer o jornalista amigo que se ocupou da publicação. Aqui fica a rectificação, com consternado pedido de desculpas nomeadamente ao Publico.

terça-feira, 6 de agosto de 2019


O Publico não publicou

No passado dia 22 de Julho foi enviado para o Publico este texto com pedido de publicação. Passadas 3 semanas não devem ter gostado do texto e assim dou conhecimento através deste meio.


Reviver os Verões passados…
Chegaram os fogos florestais. Mais uma vez vão sair, tal como este, dezenas de comentários nos órgãos de comunicação social e nas denominadas redes sociais, e todas as causas e contornos das catastróficas situações serão escalpelizadas, as televisões vão  apresentar as labaredas feéricas  que os “Neros” do país adoram rever todos os anos; e os dramas das pessoas, umas a chorar, outras numa desolada consternação, enchem as pantalhas das televisões.
Eu já tinha até garantido que não voltaria a tratar mais vez nenhuma dos incêndios e da política florestal; ainda desafiei alguns colegas com vasto currículo e muita sabedoria e experiência acumuladas para que  se produzisse um documento conjunto que abordasse a matéria, mas a resposta foi a mesma – não vale a pena, não nos metemos mais no assunto. E que assunto ? O de os Ministérios da Agricultura e Florestas e do Ambiente precisarem de uma vassourada que atirasse de vez para os armários os esqueletos dos dinossáurios que continuam por lá  a pulular – dinossáurios não pela idade mas desgarrados por uma cegueira política desfasada da realidade e condenada a continuar a arrastar o País para o despovoamento de dois terços do território. Não acreditam ? Infelizmente  iremos todos confirmar,  ano após ano.
Vão ficar por  aflorar questões como a ausência de uma estratégia para novas culturas e formas de cultivar para as alterações climáticas que as Direcções  Regionais, semiparalisadas deixaram de fazer, a penúria dos meios da investigação agrícola e florestal apesar do mérito de tantos investigadores, etc., etc.
Mas mais uma vez não resisto em vir abordar as tragédias sazonais  dos incêndios.       
Há muitas causas que são expostas todos os dias sobre a proliferação dos incêndios rurais, mas ninguém quer falar na causa primeva:  a extinção dos Serviços Florestais (SF), o erro criminoso que foi ter em 2006 enviado os guardas florestais para a GNR e assim dar o primeiro passo para desmontar a estrutura florestal, a inexplicável coincidência ( será apenas isso ?...) de tanto os governos de esquerda como os de direita fazerem o mesmo jogo da expansão das matas intensivas para a celulose e não quererem quem o atrapalhe…
A instituição do aborto chamado ICNF -  que nem é capaz de servir como  sede da “nova” política florestal nem de servir a Política de Conservação que só um Ministério do Ambiente que fosse mesmo ambientalista deveria prosseguir neste século XXI – não passou da concretização de uma decisão já tentada anteriormente para silenciar de vez as veleidades de quem pensar  em  política florestal e em política ambiental como políticas independentes,  nacionais e não repartidas pela suposta descentralização que serve para muita coisa, certamente, mas não para organizar o território como um todo em termos de recursos naturais.
 Os SF sofriam de gigantismo central e de vários problemas que justificavam uma reforma do organismo em termos funcionais para esta época – mas não pura e simplesmente acabar com eles.  Se os portugueses quiserem que, de uma vez por todas, se organize a vida do território em termos de perenidade dos recursos naturais e segurança das populações, então o povo português têm que exigir que se comece pelo principio : reorganizar uma Autoridade Florestal Nacional, que disponha de uma quadrícula de Administrações regionais e de casas e postos de guardas  que residam no espaço florestal, que contactem ao longo do ano com as populações e delas façam parte, etc, etc. É uma cartilha que me custa ter de voltar a repetir.
É uma panaceia ? Não, mas é o primeiro passo para a reforma efectiva da realidade florestal portuguesa.
Apresentei então uma proposta de trabalho, que não passa disso mesmo. Mas poderia dar o arranque;  colocando a sede dos SF no interior (Viseu p.ex.) e três Circunscrições e umas tantas Administrações, que podem ser essas ou outras que um estudo aprofundado venha a revelar e não faltam conhecimentos suficientes na Universidades Portuguesas para pegarem nessa tarefa e a apresentarem – uma solução que seja  pouco onerosa, flexível, mas onde se restabeleça a hierarquia de conhecimentos e de autoridade entre os dirigentes florestais regionais e locais e os guardas, cujo efectivo só  um estudo aprofundado dirá qual será o necessário. 
No estado a que Portugal está a chegar em termos florestais é preciso ter a visão e a coragem de  perceber que  está na hora -já passa da hora!!-  para ter um organismo   nacional, com implantação regional e local, com técnicos florestais capazes, que planeie a rearborização do país sem ligações  espúrias aos interesses das Celuloses, programando as espécies de acordo com as condições eco-edafo-climáticas, ordenando o território com acessos florestais, que volte a instalar uma quadrícula de casas de guardas florestais que hoje serão muitas menos que há 40 anos atrás.
Enquanto não houver uma Autoridade Florestal Nacional a funcionar efectivamente, a cooperar com as Autarquias e em especial a cooperar com o Corpo de Bombeiros com quem visceralmente sempre existiu uma  forte ligação  -  enquanto isto não suceder vamos reviver, ano a ano, todos os Verões passados!
Fernando Santos Pessoa     22/ 07/ 2019
Engenheiro silvicultor
Ex- Administrador Florestal
Arquitecto paisagista





segunda-feira, 5 de agosto de 2019

A morte em Hiroshima - 74 anos!!
Hoje, 6 de Agosto,  passam 74 anos do lançamento da bomba de urânio sobre Hiroshima, ou seja a inauguração da era nuclear ofensiva sob a qual agora  vivermos o nosso  dia-a-dia. E daqui a pouco, no dia 9, passam os mesmos 74 anos sobre  bombardeamento de Nagasaki com uma bomba de plutónio .
Urânio e plutónio continuam a ser uma ameaça diária sobre as nossas cabeças, os níveis de radioactividade continuam a registar  valores elevados nomeadamente na Europa do norte, como noticiam "alguns" órgãos da comunicação social, e eufemisticamente são considerados resultado de "acidentes"  em centrais nucleares nunca admitidos pelas empresas e pelos Governos.

domingo, 4 de agosto de 2019

Reconstruam , porra!!
Aqui há umas décadas andava escrito nas  margens do Guadiana, em Alqueva, "Construam - me porra!!
Hoje, perante este descalabro florestal do País, perante a atabalhoada e descontrolada actuação das Autoridades,  apetece gritar : Reconstruam os Serviços Florestais, porra !!
A situação e dimensão  das áreas ardidas e dos investimentos ad hoc, feitos para fazer crer que se está a lutar contra os incêndios, impõe que se exija uma Autoridade Florestal Nacional implantada no território, local e regionalmente, com uma quadrícula adequada aos tempos das novas tecnologias de hoje, que possibilite pensar e desenvolver a sério a rearborização do território. Só a estupidez natural e a rejeição de recusarem que erraram impedem que os governantes tomem a decisão correcta : reconstruir os Serviços Florestais!!