terça-feira, 25 de novembro de 2025

 Ao correr do tempo

Democracia e autocracia- Certamente em todos os tempos as pessoas mais preocupadas  com a vida em sociedade devem ter colocado as mesmas interrogações que hoje muitos de nós assumimos -  tempo de convulsões e de fragilidades sociais.

No chamado Ocidente, mas que inclui países que não são propriamente ocidentais, como Austrália, Japão ou Nova Zelândia, conseguiu-se aperfeiçoar uma noção de vida social em democracia. Foi a Europa, e sobretudo no Sul,  que  se revelou sempre como  um cadi8nho de inovações sociais, desde a paidea  grega  e depois com a romanização do continente.

Mais tarde evidenciou-se  o Renascimento - não foi por acaso que também surgiu na Europa do Sui,com a força cultural da latinidade e também não foi por acaso  que o pequeno território que é Portugal  se lançou nas rotas marítimas e dar a conhecer o  mundo até aí desconhecido -foram os descobrimentos.

Pode-se dizer hoje que fomos colonizar outros  territórios, que negociámos escravos, que explorámos os recursos de outras latitudes ( diga-se  em abono da verdade que nem sequer explorámos, como poderíamos ter feito...) - podemos dizer isto hoje, quando a nossa mentalidade felizmente  evoluiu ao contrário de outros povos que acham que invadindo países vizinhos estão a acrescentar algo de bom para a Humanidade.

E se nós devemos pedir desculpa pelo que fizemos nas ex-colónias, será que Roma pede esculpa por nos ter colonizado ou os antigos gregos? Isto é importante: fomos negreiros, mas quando as caravelas chegavam a uma praia africana, não desembarcavam tropas para irem apanhar os escravos -eram os chefes das aldeias que acorrentavam os homens e os vinham vender aos navios. Em Angola é conhecido o papel da Rainha Ginga que  era forte negreira e fazia guerras aos povos vizinhos só para capturar escravos Algum chefe africano já pediu desculpa por os seus antepassados terem praticado a escravatura de irmãos da mesma raça.

O nosso colonialismo é certo só se tornou obsoleto e indigno para o nosso tempo em pleno século XX, com o Estado Novo e o salazarismo; quando todos os países deram a independência  às suas colónias Portugal salazarista inventou desculpas para manter as  suas - as Províncias Ultramarinas - como se o resto do mundo acreditasse nesta invenção!! E no entanto tínhamos sido o primeiro país a descolonizar quando se deu a independência ao Brasil.

Mas com uma velha ditadura cá dentro como é que podia o regime aceitar que as colónias fossem países independentes e democráticos?! Neste aspecto só Cabo Verde e São Tomé e Príncipe se mantêm ainda hoje como democracias -até exemplos para a maioria de outros países de todo o mundo.

Portanto não podemos negar que fomos colonizadores, que andámos no repelente regime da escravatura mas  quando o tempo era esse; nós fomos colonizados pelos romanos e não nos demos nada mal com isso...

Corrupção quotidiana

Não passa um dia sem que surjam na comunicação social casos de corrupção, que abrangem todas as camadas, desde banqueiros, a  funcionários públicos e até médicos.

É o retrato da sociedade que nos envolve, mas pasmo como é que certas pessoas envolvidas podem pensar que faziam aquelas manigâncias sem serem descobertas mais dia menos dia. Como é que podem acreditar que  faziam aquilo e passavam despercebidas ?!

As guerras  indecentes

Há guerras decentes quando um país tem de enfrentar inimigos  para se defender e manter a sua independência. É o caso da Ucrânia que foi invadida e o pior exemplo de autocrata que é Putin da Rússia, este faz uma guerra indecente, apenas por cá só os comunistas o defendem...

Mas o que se passa na Palestina, e no Sudão, para referir os mais espectaculares, são guerras totalmente  indecentes,   repletas de crimes contra a Humanidade, em pleno século XXI!!

A vergonha da proposta de Trump

Como é ainda possível fiar-se nas promessas e aviso do Trump? A proposta de paz para a guerra na Ucrânia coloca todas as exigências que o estupor do Putin pretender  alcançar. A Europa tem rapidamente que assumir um papel mais interventivo  nos negócios do mundo; apesar de muitos governos europeus estarem já nas mãos da extrema direita, s dois, entre eles a Hungria,  tem as desvergonha de se opor.

25 de Novembro

Cá estamos hoje  na reivindicação da direita mais retrógrada a comemorar a data que querem equiparar ao 25 de Abril; eu acho estranho que  seja assim, pois nesse dia a direita não conseguiu o que queria, que era a inviabilização do PCP.

Eu já tenho dito noutras alturas que sinto que tive o privilégio de estar a trabalhar no olho das acções do PREC - como Chefe de Gabinete do G R Telles, trabalhei todo o ano de 75 no Terreiro do Paço, e vi todas aquelas confusões, manifestações, algazarras, era a democracia  a implantar-se, num parto difícil de aprendizagem. Ninguém foi morto ou ferido, as Únicas mortes que ocorreram com o 25 de Abril ainda foram feitas pelos pides que disparam pelas janelas contra a multidão que se amontoava em frente ao nojento quartel, mesmo pegado com o Centro Nacional de Cultura. O PCP tinha mais fama que proveito ( nas primeiras eleições o PCP teve 13%...) e  quem realmente organizava os grandes protestos eram os da extrema esquerda com o respaldo do Otelo, um pateta sem formação política que era perito em organizar as acções mas sem  jeito para comandar fosse o que fosse. Os Governos do Vasco Gonçalves, já com prática de intentonas ( eu sei do que falo...) eram um regabofe de instabilidade, querendo fazer o jogo claro do PCP mas sempre rodeado de uma encenação teatral, cada vez  eram piores, o Vº Governo foi um desastre. Pelo contrário a extrema esquerda era mais anarquista que outra coisa, e chegámos  ao VIª Governo do Pinheiro de Azevedo com uma política moderada, porque por trás dele estavam os moderados do Grupo dos Nove, em que sobressaía Melo Antunes  (de quem eu fui amigo desde a patente de alferes). 

 A extrema esquerda - com o PCP a aproveitar, claro- em Novembro criou tal desordem que se preparavam para um golpe já que algumas unidades, como o Ralis em Lisboa e os paraquedistas, alinharam com essa bagunça. O que interessava à direita mais revanchista era que o PCP fosse erradicado, e essa reivindicação  saiu-lhes furada..

Em 26 de Novembro, depois de executado o plano elaborado por Ramalho Eanes e com a intervenção dos Comandos de Jaime Neves, surgiu na Tv à noite o Melo Antunes  a dizer quer a revolta fora dominada e que o PCP não seria erradicado porque fazia parte da ampla democracia que as Forças Armadas apoiavam. O General Costa Gomes, que era o Presidente da República, fora fundamental para acalmar as Forças Armadas e substituiu o Otelo na chefia do COPCOM pelo Vasco Lourenço, um dos mais evidentes do Grupo dos Nove.

No embate da tropa do Jaime Neves contra a Polícia Militar, na Calçada da Ajuda, morreu um  dos sitiados porque tentaram ripostar contra os comandos e estes não brincam em serviço...; eu e o Gonçalo estivemos lá, misturados na rua com a multidão que, nas vizinhanças  do embate , se havia juntado. São memórias que guardo com saudade e com respeito, porque fui testemunha de actos definitivos para a defesa da democracia.

E não se pode esquecer a importância que tiveram Mário Soares e Salgado Zenha, verdadeiros  baluartes  da democracia.

Por isso comemorar hoje o 25 de Novembro como se se tratasse duma vitória da direita sobre as esquerdas, é um disparate mas atesta bem como este actual Governo do PSD e CDS  se aproxima dos "chegas" e das forças mais reaccionárias que pululam no país.









quarta-feira, 12 de novembro de 2025


Reflexões sobre  nós e os deuses

Vou passar  a escrito algumas reflecções  que me acompanham há um ror de anos, a propósito do deus ou deuses que se impõem aos seres humanos, de tal maneira que disso resultam por exemplo as reuniões em Fátima, onde vão  agradecer curas de maleitas ou pedir esse milagre para padecimentos e situações graves das suas vidas, percorrendo dezenas de quilómetros ao sol ou à chuva e depois rastejando no Santuário, numa total entrega dos seus corpos  ao sofrimento.
É uma coisa que sempre me fez grande confusão, mesmo quando ainda não tinha firmes as minhas ideias  e convicções a esse respeito: eu não compreendo como é que a inteligência das pessoas soçobra perante algumas emoções  a ponto de não lhes ser revelado que não faz sentido aquele sacrifício.
Claro que o sacrifício aos deuses é tão antigo como o próprio homem, desde que ele teve consciência do meio que o  rodeava, mas cada   religião troça ou desaprova os sacrifícios feitos pelas  outras religiões.
Eu tenho o maior respeito pelas pessoas que, com tanta convicção, acham que a fé move montanhas e que fazendo caminhadas em sofrimento durante vários dias ou prostrando os corpos em posições dolorosas,  podem curar as doenças ou ver perdoados os seus pecados.
Porque não entendo e não sou capaz de o fazer,  tenho respeito  por essas pessoas como tenho por todos quantos fazem coisas que eu não faço nem serei capaz de fazer - limitações minhas, admito,  mas o meu cérebro põe-se a trabalhar e não encontra motivação, como tenho inveja de quem sabe tocar bem piano ou falar sete ou mais línguas, ou fazer cálculos de astrofísica  que eu não sou capaz.
Mas os sacrifícios fazem-me muita confusão -  que deus é este que precisa do sofrimento  das pessoas para mostrar a sua magnanimidade?

Para mim os sacrifícios inúteis não tem explicação nem justificação; percebo que o sacrifício de subir uma montanha para admirar uma bela paisagem que nos encanta é compensado pelo prazer que se tem ao  ficar extasiado pela beleza; percebo o sacrifício que se faz trabalhando mais  para ter meios  de proporcionar forma de os filhos estudarem, ou para ter algo que  assegure uma velhice mais confortável - mas já não aceito que esse sacrifício seja justificado pela simples vontade de ser rico, de ter muito poder que a fortuna possa trazer, porque quando  a pessoa morre deixa cá tudo...
Por outro lad0 qual é   a utilidade para o planeta em que habitamos do sacrifício dos eremitas isolados em grutas, à espera que alguém lhes leve o alimento - em que contribuíram para esse alimento?
Mas sacrifícios para pedir a cura de uma doença - ou a medicina a cura ou não acontece nada; se as curas milagrosas acontecem sem medicamentos ou intervenção cirúrgica é porque aconteceriam sempre, por reacção do próprio corpo ou, em certos casos, por pressão psicológica do doente.
Todos os dias nos hospitais são curados doentes que antes pareciam não terem  cura e  não se consideram  milagres, enquanto  outros com a mesma doença morrem; e quantos dos que vão a pé  até um santuário não são curados?  São contabilizados como milagres que falharam?
Quanto mais velho vou ficando mais me convenço de que a doença  e a morte fazem parte do ciclo a vida, como as plantas do nosso jardim que morrem sem aparente explicação ou os animais, domésticos ou selvagens,  que morrem por incapacidades fisiológicas - quando um órgão vital é afectado drasticamente  deixa de funcionar, a vida extingue-se...
Diminuir o sofrimento, acalmar as dores provocadas por uma doença,  reduzir as dificuldades da senilidade, está certo, é correcto, é um acto compatível com a inteligência humana; mas esperar que, depois da morte se vai para outro lugar que não seja o sepulcro, para uns reviver em espírito, para outros  reencarnar, é mesmo uma maneira de tentar criar  a esperança para quem não quer aceitar  que a vida  acaba mesmo,  para quem tem medo do desconhecido e do mistério  que, em certa medida, é a cessação dos fenómenos vitais, para quem não quer aceitar que o corpo se dissolve na terra ( ou é incinerado) - e com isso se dissolve a vida.

Cada vez se vão conhecendo melhor os mecanismos do funcionamento do cérebro e do código genético, onde se processam operações que ainda há  umas décadas atrás apenas seriam atribuídas ao "espirito". Cada ano que passa vê descobrirem-se novas particularidades do código genético que controlam os actos essenciais da vida "espiritual"- o que é surpreendente é que a inteligência do homem, resultante de uma evolução biológica, tenha chegado onde está a chegar, tenha já alcançado este apuro!
Quando nos Primatas já se denota um grande avanço em termos psicológicos, por vezes  quase "humanos", quando se sabe que outras estirpes do género Homo como Cro-Magon, Neanderthal, etc., já tinham comportamentos espirituais, o que é realmente de assinalar  é que a continuada evolução tenha originado a complexidade genética e neurológica capaz de engendrar o "espírito" do homem actual.
Quem vê as pinturas e gravuras do Tassili N'Ager percebe que aqueles homens, ao verificarem que o clima mudara, sem perceberem porquê, que os pastos secavam e não voltavam a reverdecer, que o gado morria de fome e de sede, gravaram as vacas com lágrimas nos olhos - eram as próprias lágrimas dos homens. A sensibilidade que estes homens tinham há 7000 anos aC era já a sensibilidade do homem de hoje e a sua expressão artística, simplificada nas formas, guardando só o "essencial", aquilo   que podia, por si, representar o fundamental, era já uma arte tão sofisticada como a arte  de hoje.
A indefinição daquilo  que acontecia, que o mistério e o terror ou grande surpresa  dos fenómenos  atmosféricos, dos vulcões e tremores de terra  deixava os homens perplexos, cheios de medo,  explica a necessidade  de atribuir a forças  não naturais, não visíveis - portanto divinas -  a origem de tudo o que acontecia e por isso tinham de ser adoradas para as acalmarem.
Sumérios,  chineses, indianos, egípcios e por aí fora, criaram religiões.
As religiões sustentaram todas as crenças , logo exploradas por aqueles que diziam  que sabiam "ler os astros" e falavam com eles -os sacerdotes- e pelos chefes, reis, guerreiros. que possuíam a força física e a riqueza ( maiores manadas de vacas ou  de camelos) e que providenciavam aos sacerdotes os privilégios que seriam retribuídos  pela garantia de ajuda divina ao uso do Poder.
E aí temos a hierarquia das sociedades utilizando as religiões como suporte dos aparelhos do Poder - até hoje. As primeiras religiões terão sido panteístas, adorando tudo quanto a Natureza revelava à volta dos seres humanos e depois politeístas, cada deus  ligado a um aspecto do desconhecido ou mesmo das coisas reais - deusa da lua, deus do sol, deus do oceano, etc.
Algumas civilizações porém adoptaram o monoteísmo, um deus senhor de tudo e de todos, criador  do Sol e da Terra, do universo, do Bem e do mal, do céu e do inferno.

O mais poderoso de todos os deuses da Humanidade será o Jeová dos judeus e dos cristãos, que é  o mesmo Alá dos muçulmanos. Mas que Deus é este que deixa há mais de 2 mil anos os seus fieis matarem-se uns aos outros e não intervém?! Onde estava o deus  quando os judeus foram sucessivamente expulsos para fora  do seu território e foram chacinados aos milhões pelos nazis alemães? Onde estava o deus dos cristãos quando os judeus os perseguiram e expulsaram da Palestina? Onde estava o deus quando o seu alegado filho foi crucificad0?
Bom, não vale a pena continuar  nesta  história das faltas de comparência do deus quando os fiéis mais dele têm necessidade.
Promessas de outra vida depois da morte? Para os budistas ainda existe uma reencarnação, quem pena nesta vida terrena, mesmo tendo tido uma vida correcta,  paga pelos erros cometidos em vidas passadas; mas para o fieis do deus do Livro os inocentes, até crianças, sofrem porquê, em nome de quê? Quem é que cá veio contar como  é do outro lado?  Como é que se sabe que depois da morte física surge outra vida ?
Quando os neurónios envelhecem e as sinapses deixam de permitir a passagem  dos neurotransmissores, o "espírito" acaba e sobrevem a morte fisiológica - o que é que esperam mais? Por mais importante que tenha sido a vida dum indivíduo, desde os magnates aos poderosos dirigentes ou o Papa- o que os espera, o céu ou o inferno?
Se tiverem tempo para saber que vão morrer, o céu e o inferno estarão na consciência  de cada um, nos últimos momentos de folgo, quando lhes passar pela mente tudo o que fizeram de mal ou de bem, de solidariedade ou de egoísmo.

Em vez de quimeras que prometem uma vida eterna, o que vale a pena é que cada um tire partido da vida que lhes aconteceu, que goze o esplendor dos dias e das noites, da Natureza de que faz parte, que admire, aprecie e se extasie com a maravilha que é os mesmos átomos dos mesmos elementos, só porque se organizam de formas diferentes. darem origem às estrelas e aos planetas, às rochas, às flores, aos animais pequenos e aos grandes monstros - e a este último resultado da evolução, que é capaz de reflectir  e de procurar entender tudo isto.
Isso e que é um milagre!!











domingo, 2 de novembro de 2025

Olhando para o mundo que me rodeia...

1-  A democracia é o melhor dos sistemas políticos, democracia sem qualquer adjectivo- porque, quando lhe acrescentam um nome, quer dizer que se serviram e servem da democracia e a deformam para servir ideologias de esquerda ou de direita - já conhecemos a democracia orgânica, a democracia popular, a democracia musculada...

Nesta altura  do século XXI estamos a assistir ao assalto das  democracias pelas forças extremistas, criando autocracias que procuram de imediato alterar as  regras com que conseguiram a chegar ao Poder.  A grande virtude da democracia é também a sua grande fragilidade .

Ao longo do século XX, sobretudo depois da 2ª Grande Guerra, a extrema direita sempre fez tentativas de chegar ao Poder  em alguns países e noutros chegaram à ditadura, como Portugal e a Espanha. Entre nós há 51 anos que  conseguimos instalar este regime democrático e tem sido  para mim surpreendente como se manteve tanto tempo, apesar de sucessivas governações  que foram vítimas de abusos, de corrupção e de endividamentos da fazenda publica - uma vergonha.

 Tivemos a sorte de ter havido uma primeira geração de grandes personalidades que vinham das oposições ao velho e caquéctico Estado Novo, pessoas de todos os quadrantes ideológicos e que asseguraram o início do funcionamento do novo regime; mas começaram também a funcionar as "Juventudes" dos Partidos, que na verdade não têm  sido aquilo para que existem, serem escolas de cidadania e de aprofundamento das ideologias mas para pouco mais têm servido do que para compor as clientelas; deixaram de ser  aulas de formação de novas consciências entre as camadas dos jovens, antes são escolas de trampolins para o assalto ao Poder. Ora para mim  esta é a verdadeira causa de ternos tanta gente nova que entra  nos Governos e depois são confrontados  com situações de, no mínimo, falta de honestidade - e também falta de competência.

Como isto em Portugal tem acontecido com os dois principais partidos do Poder, PS e PSD, o impacto para o desgaste da democracia é evidente; mas igualmente grave é que essas causas de  falta de honestidade, falta de educação cívica e falta de capacidade profissional, também surgem na nova força politica  da extrema-direita e que tem crescido  rapidamente; o Chega ganha projecção com um excesso de publicidade gratuita na comunicação social  e também graças às asneiras comezinhas feitas pelos outros Partidos -   mas em tão pouco tempo já deu para ver que os "chegas" serão ainda muito piores - entre os seus militantes tem havido de tudo quanto é mau e perigoso. Mas a retórica de Ventura tem conseguido manter a atractividade das suas posições, denunciando as falhas e explorando as fraquezas da politicas democráticas. E aquela gente não se exime de praticar, cada vez com a maior desfaçatez, actos nitidamente fascistas,  xenófobos, racistas, de desprezo pelos valores da democracia. Ainda assim Portugal tem sido dos poucos países a conseguir conter a extrema direita fora do Poder; outros países considerados adiantados  têm visto a sua extrema direita a subir, ainda agora foi a Holanda ou, como  se passou a dizer os Países Baixos,. a conter por pouco o acesso ao Poder dos extremistas de direita.

Estamos no mundo a atravessar uma crise identitária das ideologias democráticas que, como qualquer pandemia, vai percorrendo todos os países desde os mais ricos e avançados  até aos mais desfavorecidos se assim pudermos dizer.  É necessária uma mudança de comportamentos dos partidos democráticos.

2- A carnificina em curso na Palestina  deve-se ao apagamento dos que deveriam ser os principais apoios dos palestinianos- os países muçulmanos- e  ao fanatismo sionista do Netanyahu, com o apoio descarado de Trump e de  alguns  outros como os alemães que, por terem a consciência pesada,  dão todo o apoio a Israel.  Como é possível neste século XXI a humanidade ter comportamentos do mais primitivo estado de civilização?!! Quer os terroristas islâmicos quer os sionistas israelitas revelam uma selvajaria imprópria dum século XXi

,Mas noutros pontos do globo prosseguem outras carnificinas e situações de primitivismo existencial, como a guerra do Darfur, a que ninguém neste mundo dá importância.

Depois temos a guerra imposta por Putin à Ucrânia, naquilo que pode ser considerado como o  maior falhanço político do ditador russo. Aquela guerra, que começou por ser apenas uma operação militar "especial"" ( nas vésperas da entrada no pais vizinho os  russos andavam em manobras perto da fronteira e negavam   cinicamente que estivessem a  pensar numa invasão) e por nítido  erro de cálculo do neo-czar, transformou-se numa guerra em plena Europa. Se não fosse o apoio da UE com o qual  Putin não contava, a guerra já teria acabado e  Russia  aumentava mais a sua "área vital", como já fez com 20% do território da Geórgia e como tentou fazer com a Roménia e com a Moldavia. É o que propõem  os "pacifistas" que apelam ao fim do  fornecimento de armas, não têm coragem pra explicar o que querem e se traduz em não se entregar mais armamento aos ucranianos. Assim a paz vinha logo porque o  neoczar espezinhava a Ucrânia e impunha a paz... Pacifistas e comunistas estão do mesmo lado...

Eu que, certamente como muitas outras pessoas, passei a maior parte da vida a pedir o fim da NATO e as manifestar-me contra o poderio americano no mundo e as guerras que ele fomentava, agora sou forçado a pensar que  a NATO é precisa, pois nunca atacou ninguém e está a salvar os povos da tirania que seria imposta. 

E paro por aqui, outras reflexões vêm a caminho.





quinta-feira, 30 de outubro de 2025

O "abominável" Homem das Neves 

Apanhei por acaso um programa do canal História sobre o famoso Homem das Neves ouYeti, todo passado nos EUA onde o bicho é chamado Bigfoot; não falaram da existência noutros pontos da Terra. 

Mas no Butão, onde estive por 2 vezes, existe o Migoi, o mesmo ser entre grande símio e ser humano, e as autoridades nem querem que se fale  muito nisso. A sua presença é na região mais oriental do pequeno reino, fazendo limite com a China,  numa vasta área de Reserva Integral, onde o turismo não entra. Disseram-me que os habitantes de 2 aldeias,  dentro da área reservada, têm contactos regulares com esses seres e não há conflitos.

Não será por acaso que o símio cujo esqueleto é de um ser com cerca de 3 m de altura, foi encontrado na China, o Gigantopithecus.

terça-feira, 28 de outubro de 2025

Falta vontade para falar/escrever ...

 ( Há uns 15 minutos começou a chover. não sei se durará muito ou pouco. Tenho pouca esperança que venha aí chuva de jeito... )

Cada vez tenho menos vontade para escrever e falar sobre o que se vai passando, quer cá por este pais quer pelo mundo. Vive-se numa sensação permanente de angústia e embora em todas as épocas tenha ocorrido tragédias 

Todo  este espectáculo  sobre a espécie humana - o que se faz para ir vivendo num mundo em convulsão permanente - e nunca, como  agora, com tanta facilidade de espatifar  tudo em segundos.

Trump conseguiu ,diz ele, o que nunca ninguém teria conseguido até hoje - a paz entre judeus e árabes; mas creio que  ninguém acredita que se tenha alcançado a paz, conseguiu-se um hipotético cessar fogo, tão ilusório  que já foi  interrompido por  combates, com mais mortes de ambos os lados. A verdade é que não conseguiu nada, os sionistas fazem o que lhes apetece, têm objectivos -para eles apenas - históricos, e o Presidente americano e a sua equipa são igualmente responsáveis pela carnificina da Palestina.

 Quem acusa Israel por esta  carnificina é logo olhado como estando a defender o Hamas-. o que é falso  Mas se o grupo é terrorista e feroz. como já demonstrou, o governo israelita também pratica o terrorista de Estado.

De resto estas situações mundiais, para lá das especificidades de cada conflito, têm todas a ver com o fenómeno mundial da subida ao poder de autocracias, situação final do capitalismo financeiro  liberal - Trump é o melhor  exemplo, que ficará na História que mais tarde as futuras gerações irão reescrever, de como o liberalismo ao assumir o Poder, elege o negócio e o lucro como a matriz mais importante da governação.

Os excessos - e as crises - do liberalismo afectam o mundo desde o século XIX, tiveram algum reverso durante umas décadas do século XX com as ideologias mais democráticas - a social democracia e a democracia cristã. que criaram o Estado Social. Nem o marxismo soviético  ou maoista  conseguiram fundar uma democracia, o regime de  tanta liberdade individual  e de bem-estar social, onde o individuo  é realmente livre mas responsável  e os erros e atitudes menos correctas  são - deviam ser...- asseguradas pelos tribunais.

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segunda-feira, 1 de setembro de 2025

 O mundo vai mal...

Esta reunião de Xangai é ilustrativa das asneiras que o cabeça de cenoura americano tem vindo a promover, tornando o mundo mais inquietante.

Nessa reunião está a amálgama de umas dezenas de países que têm em comum a sua oposição ao Ocidente e especialmente os EUA. 

É o resultado das reuniões que o Trump tem feito. Reunião com Putin, este está a gozá-lo à grande ; o ditador da Coreia do Norte, que estava isolado, aparece agora nesta reunião - mas o pateta do Trump diz que ninguém conhece melhor o Kim do que ele...

Até conseguiu reunir adversários ferrenhos como a India e a China, que se unem para tomarem posição anti EUA.

O Putin, estando-se nas tintas para as reuniões  que tem tido com o cabeça de cenoura, continua a dizer que foi a Ucrânia a provocar esta guerra ao fazer uma revolução  que levou à mudança de  regime politico, correndo com um governo pró-russo e elegendo um parlamento democrático com o Zelensky como Presidente. Não devia ter feito isto, aquela  revolução foi uma traição...  E agora tenta convencer em Xangai  aqueles países todos a estarem do seu lado.  É assim  que vai o mundo.

E continua a carnificina dos judeus sobre os palestinianos, ninguém dá um tiro naquele facínora que chefia o governo israelita e ele vai conseguir fazer aquilo que quer- toda a Palestina é território histórico dos judeus. Pasma-se com a complacência dos países muçulmanos - tudo farinha do mesmo saco.






quinta-feira, 28 de agosto de 2025

 Não há paciência para escrever mais, tal  é a vergonha da situação no nosso País, na Europa e no Mundo. 

Governo em Portugal - temos tido maus governos de ambos os Partidos; não esqueço as asneiras de António  Costa e do PS em especial no último Governo; mas este Governo do Montenegro é a pior coisa que se poderia imaginar que ainda nos sairia na rifa!!

Os incêndios são uma tragédia que se abate sobre o nosso País por culpa de quem não sabe ou não tem coragem para emendar a mão no que se refere à política florestal.

Agora anunciam que vão ser nomeados directores para os Parques, mas não falam nos Conselhos Gerais que eram fundamentais para retomar a ligação das Áreas Protegidas com a população que hoje lhes volta as costas.

Na Europa, o Governo inglês em maus lençóis,  em França Macron vai cair, na Alemanha a coligação está periclitante. A Rússia acaba de  lançar o maior bombardeamento de sempre  sobre a zona central  de  Kiev  e afectou o edifício onde funciona a delegação da UE, uma provocação- sendo a UE o principal apoio da Ucrânia, percebe- se  que o estupor do Putin queira marcar a sua posição. Têm sido eficazes as  reuniões do cabeça de cenoura americano com o neoczar russo -  eficazes, não têm ?

Que vergonha de tempo estamos a viver!!