quinta-feira, 6 de junho de 2019

A deriva autoritária e outras questões...

Quase sem darmos por nada estamos cada vez mais a deslizar para uma deriva autoritária, Há dois Ministérios que hoje dominam o panorama governamental - e a vida quotidiana das pessoas e das instituições - O Ministério das Finanças e o Ministério da Administração Interna.
Das Finanças já sabemos que sempre que um Governo é fraco é o Ministro que governa - foi assim desde Salazar, foi evidente com Passos Coelho e o seu Ministro patusco que falava em 33 rotações, e é assim com este Governo das esquerdas unidas. Esquerdas unidas só para os assuntos que servem os eleitorados de cada partido que suporta o  tal zingarelho governativo ( para não estar sempre a falar de geringonça).
Outro é o Ministério das polícias , o MAI, que  dá ordens  e quer comandar tudo. Quando se associam os dois dá aquele absurdo da  cobrança de impostos na autoestrada, próprio de uma republica africana ou sul americana mas absolutamente escandaloso num país com 900 anos de História da Europa ocidental onde nasceu, floresceu  e está a querer morrer a Democracia.  As desculpas esfarrapadas  não convencem ninguém de que o esquema organizado que se preparava para entrar em vigor por esse país fora era mesmo estratégico do Governo, ninguém se convence do contrário ( e depois casamentos, funerais, ofertas de prendas de aniversário, etc, etc). O MAI está presente no dia a dia de toda a governação, Relembremos que foi um MAI, António Costa, que em 2006 de uma penada mandou os guardas florestais para a GNR, dando a primeira machadada no fim dos Serviços Florestais; acabou com uma hierarquia de conhecimentos e organização que ia do guarda florestal. do mestre florestal dos engenheiros até aos Administradores florestais e criou mais um efectivo de polícias no MAI. Desde que existe Estado moderno e em todo o mundo os fogos florestais são combatidos - e eram também por cá - pelos respectivos serviços florestais e pelos bombeiros, com auxílio eventual a meios aéreos, em Portugal apenas se ouve falar dos grandes feitos do MAI e da Protecção Civil. numa atitude autoritária que, parece, a população aceita...
O Prof Francisco Rego queixa-se de que o Governo não liga nada às recomendações e propostas do Organismo  a que ele preside e que deveria ser a autoridade sobre fogos florestais - querem ver que ele não percebe que isso foi criado só para tapar a boca aos protestos porque quem decide  sobre fogos florestais ( e vigilância e tudo!...) é o MAI ?
Por decisão do Governo da direita as Áreas Protegidas foram fundidas com o que restava dos funcionários florestais, velha aspiração dos sectores especulativos da floresta industrial e da expansão urbano-turística, e o Governo do PS achou muito bem e não reverteu a medida. Nem a presença do PEV entre os partidos de esquerda que o apoiam comoveu o Primeiro Ministro; agora, nesta ano da graça de 2019, começaram ele e os seus responsáveis, a falar de alterações climáticas e grandes preocupações com as coisas do Ambiente; indiferente à opinião desfavorável e  generalizada, o dr. António Costa continua a apoiar o seu Ministro do Ambiente mesmo depois de ele ter declarado alto e bom som que não é ambientalista. Esta imposição de um manga de alpaca  para dirigir uma politica fundamental no século XXI que é a Politica Ambiente, revela bem o desinteresse estrutural do Governo  e do PS por essa politica -  e é uma atitude autoritária que devia cair mal - e ter consequências -  numa população civil  bem organizada, o que não acontece.
Aspectos nitidamente autoritários são por exemplo as acções da fiscalização do transito em que, sem justificação e em mandato judicial, a polícia manda abrir a porta da mala do carro e inspecciona o conteúdo; é um abuso mas toda a gente acha bem e ninguém protesta; ou quando um magistrado vai entregar um mandato de prisão a casa de um cidadão ( ou até no Parlamento, como já aconteceu) e leva atrás de si a televisão e os jornalistas - é um escandaloso abuso sobre as liberdades individuais dos cidadãos.
Outras questões avulso...
-A corrupção é notícia de abertura de jornais e telejornais; membros do Governo acusados de favores políticos, o vice-cônsul de Portugal em Porto Alegre está a ser julgado ; greves dos guardas prisionais põe em risco a segurança nas prisões e a saúde dos presos; um polícia exemplar denuncia actos de racismo entre alguns agentes - não sobre toda a corporação mas sobre casos isolados de policias. e é obrigado a demitir-se, sinal dos tempos; o Presidente do IPO do Porto e dois autarcas são acusados  de troca de favores  por influências, só o facto de a noticia ser dada mesmo que os visados desmintam, já é um sinal muito mau; Joe Berardo goza com o Zé Povinho em pleno Parlamento, deve milhões e milhões e anda por aí a pavonear-se - e o que terá acontecido a um processo internacional que recaía sobre ele por ter "trazido" largas dezenas de plantas cicadales duma Reserva Natural da África do Sul para a Madeira ?
- De vez em quando Passos Coelho ou Miguel Relvas falam para dizerem que ainda estão vivos e...à espera de novas oportunidades.
- Anda toda a gente entusiasmada com o crescimento do PAN, mas poucos se apercebem que ´é um partido animalista e às vezes, só às vezes, ecologista - basta ler o programa eleitoral na net onde as coisas vagas que todos os partidos desde a esquerda à direita dizem  são posições suas.  É melhor que nada ? É, mas não dá para confiar demasiado.
E sobretudo que os deuses nos livrem de António Costa e o PS virem a ter maioria absoluta; com a direita que temos hoje ( que os mesmos deuses a mantenham assim por larg...o tempo)  e tão propícia a autoritarismos,  uma maioria absoluta com esta orgânica e com a mentalidade que hoje temos na governação, seriam abusos sobre abusos sobre as nossas liberdades.






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