Deambulações
Eu não sou suspeito de ser ou de alguma vez ter sido do PSD. Mas creio poder afirmar que, se o Engº Jorge Moreira da Silva viesse a ser já não digo Primeiro Ministro mas Ministro do Ambiente, ( e se um PS o deixasse ser, o que é altamente duvidoso face ao que este Partido tem sido neste domínio ao longo dos tempos...) e desenvolver a sua prática ministerial, muito diferente seria a situação ambiental no nosso país. Também, dir-me-ão, ser melhor que o cavalheiro que tem ocupado a pasta nos últimos anos não é difícil...
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Custa a entender que alguns "ambientalistas" ainda considerem que a energia nuclear é uma possibilidade de energia limpa e então para Portugal é um absurdo total. Com as condições de sol, vento, mar. alguma energia hídrica, que abundam no nosso país, o nuclear não tem a menor atractividade.
Com as energia renováveis que nos caíram em sorte neste mundo - para além do azar das condições climáticas adversas que penamos noutro sentido, o da aridez- podemos ter eólica. solar, marés, e através da electrólise o hidrogénio, Basta que a industria aposte na evolução da tecnologia das baterias com este gás. Sabe-se que o custo da energia nuclear fica entre 4 a 6 vezes mais cara que as energias renováveis - então quem tem abundância destas para que precisa da outra? E o eterno problema dos resíduos radioactivos, por mais loas que teçam às formas de os preservar, são sempre uma ameaça que perdurará por milhares de anos - e para quê?
Até que um dia, quando nós e as próximas gerações, já estivermos a fazer tijolo ( ou adobe) seja possível reproduzir aqui na Terra a fusão nuclear - nessa altura sim, teremos energia limpa como a que recebemos directamente do Sol. Até lá sejamos conscientes daquilo que ainda podemos fazer para travar as alterações que as tropelias humanas tem infligido ao clima e ao planeta.
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O exemplo de Paços de Ferreira - Uma das habilidades deste cavalheiro que, declarando orgulhosamente que não é ambientalista, tem estado a ocupar a pasta do Ambiente, é a do negócio das águas e a sua privatização. Uma das suas primeiras tentativas logo no início foi ter enviado ao Algarve um Secretário de Estado para convencer os algarvios a privatizarem as Águas do Algarve - as autarquias, em uníssono, disseram que não e espera-se que a coisa tenha morrido por ali.
Mas existem águas privatizadas no Norte, e uma coisa parece certa, o preço da água ao consumidor é mais alto nas águas privadas do que na públicas, Quem terá estado á frente desta privatização, e logo precisamente no Norte?
Se os privados tem que cumprir obrigações que os serviços públicos também deviam mas não cumprem, isso é outra estória - é a falta de investimentos ( porque enterrados não se vêem e não dão votos...) e também de educação ambiental e cívica de muitos autarcas ( e de fiscalização), As perdas nas redes de distribuição andarão pelos 20% nas redes privatizadas e são superiores a 40% em muitas redes municipais públicas - porque ninguém fiscaliza nem obriga as Autarquias a cumprirem.
O exemplo ea Paços de Ferreira é significativo sobre os riscos que a água na mão de privados pode sofrer: transaccionada a empresa gestora de mão em mão, acabou por ir parar, segundo a comunicação social, a um desses fundos abutres que não pode oferecer aos cidadãos qualquer credibilidade. Quem garante que a água não vai parar às mãos de grupos terroristas ? Será assim tão espantoso que aconteça?
A água é um recurso vital, a sua gestão é fundamental para qualquer povo - logo a água é um bem público, raro, cada vez mais raro e deve ser gerido escrupulosamente pelo Estado e/ou Autarquias mas com a devida fiscalização e responsabilização. Sabemos como, por exemplo, Macedo de Cavaleiros tem vindo a reduzir significativamente as perdas de água, investindo na renovação da rede de distribuição, È urgente que essa política seja apoiada e incentivada em todos os Municípios o que também devia ser a principal preocupação de qualquer Ministério do Ambiente, em vez de tentar privatizar as águas,,,
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