terça-feira, 18 de março de 2025

 Continuando neste tempo...

O crescimento  económico continua baseado no mercado liberal desregulado e nas ideologias produtivistas que apenas vêem o lucro imediato ou a curto prazo e por isso constituem a maior ameaça ao respeito pelos limites do crescimento .

Desde há várias décadas, desde meados do século XX, que investigadores e pensadores de várias nacionalidades postulam as suas preocupações  com o futuro se o crescimento económico não for contido dentro dos limites que garantam a sustentabilidade da Biosfera e dos seus recursos.

Paul Samuelson, considerado o pai da economia moderna, foi um neokeinesiano e depois de várias obras emblemáticas escreveu "Economics," várias vezes reeditado e traduzido, denunciando os processos intensivos da indústria e do urbanismo, com evidentes más consequências para o Ambiente. Foi ele um dos defensores da ideia de que se deixasse de usar o PIB como medida do bem estar económico, pois ao valor do PIB deveria ser acrescentado o custo social e ambiental do produtivismo, criando então o conceito de PBL - Bem Estar Liquido. e avisava então :"o smog e a poluição do ar podem chegar a alterar o clima, a contaminação das águas provocada pelos despejos, os dejectos industriais, os fertilizantes e os detergentes, até o calor produzido pelas centrais termoeléctricas -  nucleares ou não- , tudo misso transformou a nossa herança terrestre num campo de desperdícios".

Repare-se como estes as se estão na verdade a verificar.

Não posso deixar de citar um curioso facto que se encaixa neste tipo de reflexões: na segunda vez que fui ao Butan, o icónico pequeno país dos Himalaias, o Rei determinou que no seu país não figurava o PIB mas sim o PFB - Produto da Felicidade Bruta do povo.

Em 1948 já a UICN, no âmbito da UNESCO, propunha a distinção entre preservação da Natureza e conservação das Natureza; preservar é uma função estática, museográfica, enquanto  conservar é gerir. Percebeu-se  que os ecossistemas e a biodiversidade não podem, simplesmente ser preservados, antes têm que ser-climácico.

Nos anos 60 do século XX James Lovelock  concebeu a teoria  de Gaia,  a Terra Mãe, como um ser vivo que se auto-regula se nós não interferirmos demasiado nos seus ciclos energéticos e climáticos: o clima auto-regula-se  e só a sociedade industrial o perturba- teoria polémica mas que generalizou os conceitos de conservação dos ecossistemas que hoje são aceites  como indiscutíveis. Indiscutíveis por quem não é serio intelectualmente  ou agente de negócios a qualquer preço.

Como divertimento pode lembrar-se a história do Astérix e do Obélix e do chefe da aldeia Abraracorcix, que tinha  muito medo que o céu lhe caísse em cabeça, mas dizia sempre : "hoje ainda não é a véspera desse dia", portanto vamos lá tratar da vidinha...


Vamos continuando nestas reflexões...





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