Este tempo em que vivemos
A vida do mundo habitado pelos seres humanos realiza-se por ciclos do seu comportamento colectivo, mais ou menos longos consoante a civilização aumenta em conhecimentos, em tecnologias e em desenvolvimento de ideias ; houve tempo, no início, em que os homens acompanhavam os ciclos que a Natureza lhes impunha porque ainda eram parte integrante e integrada dessa Natureza.
Mas à medida que se foi consolidando o domínio do ser humano sobre os ecossistemas que o rodeavam, as iniciativas e actividades das diferentes culturas foram-se distanciando da base natural. Depois a perspectiva de cada cultura sobre o meio também se foi diversificando - e as religiões iniciais traduzem essa diversidade, nitidamente entre as ideias dos homens do que chamamos Ocidente e daqueles a que colocamos no Oriente ( visão que vale para nós que somos ocidentais).
No Génesis, da Bíblia judaico-cristã, está lá bem explicitado que "enchei a Terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves do céu e sobre os animais que se arrastam na terra". Depois o homem cometeu o pecado original que foi ter comido o fruto proibido do conhecimento e daí em diante rompeu as suas ligações ecossistémicas até ter aprendido à sua custa que deve servir-se da tecnologia de que dispõe em cada tempo histórico para reconstruir ecossistemas de substituição.
No Oriente Buda ensinava que todos os seres vivos estejam em segurança e paz, os seres fortes e os seres fracos, grandes ou pequenos visíveis ou invisíveis, próximos ou distantes, já nascidos ou ainda por nascer.
Daí que também aqui o homem tenha aprendido, mas mais cedo, a usar a Natureza sem a hostilizar.
São duas mentalidades opostas que traduziam a diferença básica do comportamento entre os seres humanos e o meio - no entanto, e apesar dessas diferenças de mentalidade, um facto ressalta: o comportamento dos seres humanos entre si, as suas relações, repetem-se ao longo dos milénios.
continua
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