Gonçalo Ribeiro Telles
No dia 25 de Maio Gonçalo Ribeiro Telles vai festejar 95 anos.
Não é uma pessoa qualquer nem uma data qualquer.
Professor de Arquitectura Paisagista,no Instituto Superior de Agronomia, juntamente com o regente do Curso, Prof. Francisco Caldeira Cabral e com os igualmente Mestres Edgar Fontes e Álvaro Dentinho, foi expulso do ensino por, mesmo sendo católico e monárquico, ser da oposição ao regime ; e fora expulso da Câmara Municipal de Lisboa por ser coerentemente respeitador da deontologia profissional e recusar alterar o projecto moderno que executou para a renovação da Avenida da Liberdade.
Profundo conhecedor do território, paladino do ordenamento da paisagem, logo no seu Relatório Final do Curso, em 1950, intitulou o trabalho como "Um caso concreto de ordenamento paisagístico - Estudo de tres Herdades no Concelho de Coruche".
Nas suas aulas falava-se não ainda no termo ecologia mas nas matérias e conceitos que viriam a dar forma a essa ciência do séc XX. A perenidade dos sistemas naturais e dos sistemas produtivos significa a sustentabilidade desses sistemas, e defendia com grande entusiasmo a sabedoria popular presente no montado alentejano, como sistema produtivo equilibrado e compatível com a defesa da Natureza.
Em 1967 apareceu na televisão, com grande espanto de quem o sabia afastado dois órgãos de comunicação social por motivos políticos, a denunciar as causas das terríveis cheias da região de Lisboa que haviam feito centenas de vítimas e prejuízos materiais incalculáveis. E toda a gente o ouviu então falar de assuntos que eram novidade : a falta de protecção das cabeceiras das linhas de água, a ocupação dos leitos de cheia por habitações de gente pobre que o regime atirava para aquelas situações de risco...
Pioneiro da Política de Ambiente em Portugal, logo a seguir ao 25 de Abril de 74, publicou ainda como Secretário de Estado os tres primeiros diplomas sobre Ambiente, criou os primeiros organismos enquadrados numa visão global do Ambiente, nomeadamente o primeiro Serviço dedicado à Conservação da Natureza e preparou o amadurecimento das suas reflexões para as medidas emblemáticas que viria a tomar nos anos 80 como Ministro de Estado e da Qualidade de Vida ; a Reserva Agrícola Nacional, a Reserva Ecológica Nacional, os PDM e os PROT.
Pedagogo, desenvolveu durante a sua vida uma enérgica e eficaz acção de formação de arquitectos paisagistas e bem assim de mentalização da opinião publica e dos técnicos de outras profissões que intervêm no território, No seu atelier particular e nos gabinetes públicos em que trabalhou, criou no nosso país as primeiras equipas interdisciplinares para encarar a organização quer do espaço urbano quer do espaço rural.
Desenvolver completamente a dimensão do que foi a vida de Gonçalo Ribeiro Telles não é compatível com a dimensão deste meio de comunicação.
O País que é Portugal tem para com ele uma enorme dívida de gratidão .
Profundo conhecedor do território, paladino do ordenamento da paisagem, logo no seu Relatório Final do Curso, em 1950, intitulou o trabalho como "Um caso concreto de ordenamento paisagístico - Estudo de tres Herdades no Concelho de Coruche".
Nas suas aulas falava-se não ainda no termo ecologia mas nas matérias e conceitos que viriam a dar forma a essa ciência do séc XX. A perenidade dos sistemas naturais e dos sistemas produtivos significa a sustentabilidade desses sistemas, e defendia com grande entusiasmo a sabedoria popular presente no montado alentejano, como sistema produtivo equilibrado e compatível com a defesa da Natureza.
Em 1967 apareceu na televisão, com grande espanto de quem o sabia afastado dois órgãos de comunicação social por motivos políticos, a denunciar as causas das terríveis cheias da região de Lisboa que haviam feito centenas de vítimas e prejuízos materiais incalculáveis. E toda a gente o ouviu então falar de assuntos que eram novidade : a falta de protecção das cabeceiras das linhas de água, a ocupação dos leitos de cheia por habitações de gente pobre que o regime atirava para aquelas situações de risco...
Pioneiro da Política de Ambiente em Portugal, logo a seguir ao 25 de Abril de 74, publicou ainda como Secretário de Estado os tres primeiros diplomas sobre Ambiente, criou os primeiros organismos enquadrados numa visão global do Ambiente, nomeadamente o primeiro Serviço dedicado à Conservação da Natureza e preparou o amadurecimento das suas reflexões para as medidas emblemáticas que viria a tomar nos anos 80 como Ministro de Estado e da Qualidade de Vida ; a Reserva Agrícola Nacional, a Reserva Ecológica Nacional, os PDM e os PROT.
Pedagogo, desenvolveu durante a sua vida uma enérgica e eficaz acção de formação de arquitectos paisagistas e bem assim de mentalização da opinião publica e dos técnicos de outras profissões que intervêm no território, No seu atelier particular e nos gabinetes públicos em que trabalhou, criou no nosso país as primeiras equipas interdisciplinares para encarar a organização quer do espaço urbano quer do espaço rural.
Desenvolver completamente a dimensão do que foi a vida de Gonçalo Ribeiro Telles não é compatível com a dimensão deste meio de comunicação.
O País que é Portugal tem para com ele uma enorme dívida de gratidão .
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