O 14º Dalai Lama, Tenzin Gyatso, fez ontem dia 7 de Julho, 84 anos. Votado ao esquecimento pelos países do mundo sujeitos à cada vez mais hegemónica pressão da China, até eu me esqueci e só ao fim da noite fui recordado desse acontecimento, mas já não cheguei a casa a tempo de o assinalar ainda no próprio dia 7.
Lá vai o tempo em que países com noção da sua inteira liberdade, como os EUA e países europeus como a Alemanha, recebiam o líder espiritual tibetano com honras oficiais. Portugal foi com vergonha oficial que o recebeu por duas vezes, em 2001 e 2007. Em 2001 a Assembleia da Republica com Almeida Santos como Presidente, lá fez o gesto de o receber semi-oficialmente, com o protesto do embaixador da China e ...do PCP.
Eu tive a honra de assistir ao seu Doutoramento honoris causa na Universidade Lusíada do Porto, tendo sido padrinho o então Presidente da República Mário Soares. E ofereci ao Dalai Lama. no fim da cerimónia, uma fotografia dele que eu tirei quando fui ao Tibete, e que estava meio escondida num altar do mosteiro de Gyantse. Era um acto de atrevimento dos monges, pois a invocação do Dalai Lama é completamente proibida pelo governo chinês.
O Dalai Lama é uma das mentes mais brilhantes e cultas do século XX, e ficou famosa a sua sessão de discussão com cientistas nos EUA, entre eles o Prof. António Damásio que deu um livro que eu releio de vez em quando.
Em 2007 estive na sessão em Lisboa que esgotou o pavilhão Atlântico da antiga Expo, e a sua presença e as suas palavras encheram de júbilo os milhares de pessoas que o escutaram. Mesmo para aqueles para quem as religiões não têm o significado que têm para os seus crentes, uma personalidade como o Dalai Lama é impressionante e as suas palavras sábias e de profundos conhecimentos. até de Ciência, são escutadas e entendidas com entusiasmo.
É trágico que a cegueira política e ideológica do Comunismo Chinês continue a usar as armas das ameaças políticas e das sanções económicas junto dos países do mundo para silenciar este chefe tibetano, apesar de ele ter reafirmado vezes sem conta que não aspira nem fomenta a independência do Tibete, apenas que lhe seja reconhecida a sua espiritualidade e a sua identidade - mas isto são coisas exigentes em demasia para quem tem da Vida e do Poder a visão ditatorial que têm os Governos da China - e o Partido Comunista Português, tal como os seus partidos irmãos sobreviventes, quais dinossauros, duma época de ditaduras mundiais, ditas de esquerda ou de direita, sempre todas com a mesma prática contra as liberdades da pessoa humana.
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