segunda-feira, 12 de junho de 2023

 Como as coisas correm...

A crise de aridez do sul de Portugal

Tem chovido alguma coisa sobretudo no Norte e Centro, mas abaixo do Tejo - cada vez mais fronteira natural que divide o País em dois -  a aridez prossegue, a seca é gravíssima e eu que já aqui moro, em pleno barrocal, há uns 35 anos, apanhei algumas séries de secas mas não creio ter vivido uma tão acentuada com o este ano.

A flora natural está em stresse hídrico, até aqui no meu terreno que sempre foi agricultado  e por isso é mais profundo e fértil que as encostas desta sub-região. Como exemplo, uma pereira brava (Pirus bourgaeana) que transplantei para aqui com cera de 1 m de altura, já tem uns 5 m e todos os anos produzia à volta de uma dúzia de pequenas peras; o ano passado deu apenas 5 e este ano não deu nada.


A crise das nossas democracias liberais

As nossas democracias,  já tenho reflectido bastantes vezes sobre isso, são liberais porque vêm do combate contra o absolutismo mas não são forçosamente liberalistas e  pelo menos têm conseguido sobreviver às arremetidas do neoliberalismo dos mercados desregulados. Apesar das constantes medidas que quer a UE quer os EUA têm imposto, cláusulas liberalistas que afectam a verdadeira escolha democrática das populações ocidentais.

A nossa democracia é exigente e difícil de funcionar porque os entraves surgem constantemente e são necessárias populações muito bem enraizadas no conhecimento dos seus direitos liberais  para saírem vencedoras. Há uma crise de populismos que invade cada vez mais sociedades mesmo na Europa onde se poderia esperar uma maior resistência - mas as pessoas cansam-se das falhas, da corrupção ( como se nos regimes  autocráticos a corrupção não fosse ou não seja ainda  maior). 

Eu sempre receei os resultados desta maioria absoluta do PS em Portugal e parecia que adivinhava; as poucas vergonhas têm sido tantas que até as políticas de alguns ministros mais eficazes e consensuais passam despercebidas;  a arrogância de A. Cosa está a ser altamente prejudicial para a imagem da democracia portuguesa pelo menos cá dentro,  e por isso os populistas de direita apanham o descontentamento dos mais desfavorecidos e aumentam a gravidade das falcatruas  que surgem todas as semanas.











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