quinta-feira, 30 de março de 2017

Este Ministério do Ambiente

Quando um Governo quer implementar uma política de Ambiente consistente e convicta começa por nomear como  Ministro uma pessoa com fortes convicções ambientalistas que tenha dado provas dessa sua capacidade. Quando o Governo quer realizar uma política de Ambiente de "faz de conta",  que não tenha capacidade de se opor aos desmandos da tecnocracia e dos lobbies do betão armado e das indústrias poluentes, nomeia um tecnocrata.
Foi o que fez este Governo, a exemplo de alguns Governos anteriores.
O Ministro do Ambiente foi muito elogiado e talvez com razão, pela forma eficiente como lidou  com o problemas da Uber e dos taxistas, e na abordagem do tráfico urbano, o que talvez faça dele um bom Ministro dos Transportes.
De resto tem sido desolador o papel do Ministério do Ambiente em assuntos de grande importância. O mais inexplicável é a cedência à Espanha no caso da central nuclear de Almaraz ; percebe-se que o Governo, no equilíbrio frágil que mantém quer interna quer externamente, quisesse evitar um conflito com os nuestros hermanos, mas num assunto como os risco para Portugal dos problemas que ocorram em Almaraz,  devia ter havido outra clareza no assumir de uma posição firme. E um Ministro verdadeiramente convicto da sua função face ao Ambiente, mesmo que o Governo quisesse transigir, ele não aceitaria. 
Depois tem sido uma série de problemas, desde a possibilidade de entregar a gestão das Áreas Protegidas às Autarquias ( coisa diferente é fazê-las  participar nessa gestão) , a aceitação da forma de implementar a REN, reduzida à sua expressão mais simples (salvaguarde-se a actuação da Secretária de Estado do OTCN) e abrindo caminho à especulação fundiária sobre áreas sensiveis; agora o problema das Águas do Algarve, numa forma encapotada de privatizar esse recurso natural, e ao qual se opõem todas as Autarquias da Região, independentemente dos Partidos a que pertencem. 
É certamente no Governo  o Ministério mais fraco ; nem sequer se opôs às decisões da Reforma da Floresta proclamada pelo seu colega da Agricultura, onde avultam medidas  lamentáveis que já fora abordadas noutra ocasião neste blog.
Ficamos por aqui...

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