sábado, 2 de junho de 2018

A espuma dos dias

-  A embrulhada da politica florestal -A política florestal , com os prazos das limpezas das matas e dos matos a expirarem, vai entrar agora na época da cobrança de multas, que dão sempre muito jeito. Numa volta que dei agora pelo norte do país tive ocasião de apreciar o esforço de particulares e autarquias para tentarem fazer em 3 meses o que devia ter sido feito ao longo do ano, ano após ano. Desde que deixou de haver Serviços Florestais e os guardas florestais abandonaram os seus postos, onde com a sua actividade vigiavam os proprietários e as matas do Estado e providenciavam a sua manutenção, que a área florestal portuguesa ficou ao abandono.
A dimensão catastrófica dos incêndios florestais ( e todos rezam aos deuses para que este ano não seja assim) é bem o testemunho da falência da política florestal em Portugal, mas apesar disso alguns dos responsáveis por essa "estratégia" continuam a dar cartas e a prometer a reforma da floresta, como senão tivessem tido nada a ver com o sucedido.
O negócio dos meios aéreos para combate aos incêndios vai de vento em popa; segundo noticia o Expresso o ajuste directo em vez de concurso ( por falta de tempo, como se desde o ano passado não tivesse havido tempo...)  para contracto de hélis vai custar mais 47 %, num total de 15,7 milhões de euros para dois anos. Ainda ninguém quis fazer as contas - mas valia a pena que fossem feitas - de quanto custará a reconstituição dos Serviços Florestais organizados em moldes consentâneos com a modernidade. Não interessa...

2 - A democracia  no Reino de Castela - Caiu o Governo de Madrid, finalmente alguns partidos resolveram unir-se para derrubar Rajoy  após tempo interminável de acusações de corrupção dentro do PP. No Reino de Castela formou-se uma coligação cujos parceiros pouco ou nada terão em comum, não comparável ao que sucedeu em Portugal onde, apesar das  diferenças, existem muitos pontos de contacto entre os partidos que apoiam António Costa. É provável que Sánchez  não se aguente muito tempo, mas para mim o que é de realçar , como democrata e acérrimo defensor  da democracia parlamentar que sou, é que não basta um partido ter ganho eleições para formar o Governo, o que só acontecerá sem dúvida em casos de maioria absoluta - o importante é  que nos Parlamentos se discutam e se formem os Governos e estes fiquem dependentes dos acordos permanentes que se façam em sede parlamentar. Para mim é esse o cerne da democracia.

3 - O futebol  -  Com o Sporting na berlinda, onde um Presidente  doentiamente agarrado ao poder (embora diga que não...) se  torna autista aos protestos que surgem de todos os quadrantes, o futebol português está em crise. Os tres "grandes" estão a ser investigados pelo Ministério Publico: recordo-me de aqui há uns anos a Drª Maria José Morgado ter dito que um dos domínios de maior corrupção em Portugal era o futebol, e os factos parece darem~lhe   razão.
Tinha graça os "tres grandes" serem forçados a descer de divisão, ou então haver maneira de reciclar os seus dirigentes , todos eles, sem excepção, dando lugar a nova geração de dirigentes com outro perfil e outra educação cívica - se é que isso existe...

4 - Santana Lopes julga que ainda "vai andar por aí"...  Santana Lopes cortou o acordo que tinha feito com Rui Rio para apaziguar o PSD, desligando-se do Conselho Nacional do Partido. Bom, ele deve pensar que ainda é o enfant terrible que se  distinguia na noite lisboeta e na politica do "aparelho", e não dá conta de que o seu tempo acabou. Não o disse desta vez, mas deve pensar que ainda vai continuar a andar por aí...  É duro enfrentar a realidade do ar de avozinho que agora revela.



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