terça-feira, 28 de agosto de 2018


Alternativa algarvia


A amenidade do clima, a afabilidade das pessoas e a beleza das paisagens , fazem de Portugal um país de grande vocação turística, ao que pensamos uma das suas maiores potencialidades económicas. Complementando isto, temos uma boa culinária sempre agradável a quem viaja.
Falado grosso modo no potencial atrativo, e  recem regressado  de uma curta visita estival ao Algarve, a esta região regresso depois de na década de 70 ter explanado alguns destes temas no Jornal do Algarve uma vez que não é muito possível  libertar-me do que é para mim, a obsessão do Ordenamento do Território(OT) como forma de retribuir  a  este belo país, o privilégio de nele viver.
É agora tempo de distinguir as 3 grandes regiões algarvias, dizendo que fazendo um “perfil” do litoral para o interior do Algarve, temos: o Litoral; o Barrocal ; e a Serra.
A economia ligada à água dá o mote para uma reflexão com cerca de 40 anos, mas que no meu entender merece ser retomada.
O complexo xisto-grauváquico do paleozoico serrano é impermeável, porem a certa altura ele encontra o calcário permeável do mesozoico por onde a água se escoa em profundidade. Acontece que toda a água será, cada vez, mais imprescindível à economia do Algarve, onde no meu entender, especialmente tendo em atenção o futuro deficit de água, deveria fazer-se desde já na serra, antes do contacto com o barrocal, uma sequência de pequenas barragens de pedra capazes de suplementar as necessidades a jusante.
 E então, refiro que em alguns vales imediatamente acima, podem-se criar ecótipos húmidos com a vegetação própria de tais locais.
Tais “conchas frescas” dariam pretexto para a criação de residenciais , que especialmente criassem para a “terceira idade” locais  aprazíveis  de permanência. Tais locais seriam pontos de partida para passeios ”traking”, ou percursos a cavalo ou burricadas; caso se conseguisse solo suficiente podia-se fazer ”relvados na concha “ acima da toalha-de-água, bem como estadias para alternar com percursos de passeio.
Para satisfazer tais ideias  teremos que utilizar terra arável do barrocal próximo.
Acho que um aproveitamento deste tipo podia  ser interessante às famílias pois que os elementos mais idosos,( ou quem o quisesse) podiam ter uma alternativa ao reboliço da costa, um turismo mais calmo.

J.Reis Gomes. arqtº paisagista

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