Alternativa algarvia
A amenidade
do clima, a afabilidade das pessoas e a beleza das paisagens , fazem de
Portugal um país de grande vocação turística, ao que pensamos uma das suas
maiores potencialidades económicas. Complementando isto, temos uma boa
culinária sempre agradável a quem viaja.
Falado
grosso modo no potencial atrativo, e recem
regressado de uma curta visita estival
ao Algarve, a esta região regresso depois de na década de 70 ter explanado
alguns destes temas no Jornal do Algarve uma vez que não é muito possível libertar-me do que é para mim, a obsessão do
Ordenamento do Território(OT) como forma de retribuir a este
belo país, o privilégio de nele viver.
É agora tempo
de distinguir as 3 grandes regiões algarvias, dizendo que fazendo um “perfil”
do litoral para o interior do Algarve, temos: o Litoral; o Barrocal ; e a Serra.
A economia
ligada à água dá o mote para uma reflexão com cerca de 40 anos, mas que no meu
entender merece ser retomada.
O complexo
xisto-grauváquico do paleozoico serrano é impermeável, porem a certa altura ele
encontra o calcário permeável do mesozoico por onde a água se escoa em
profundidade. Acontece que toda a água será, cada vez, mais imprescindível à
economia do Algarve, onde no meu entender, especialmente tendo em atenção o
futuro deficit de água, deveria fazer-se desde já na serra, antes do contacto
com o barrocal, uma sequência de pequenas barragens de pedra capazes de
suplementar as necessidades a jusante.
E então, refiro que em alguns vales imediatamente
acima, podem-se criar ecótipos húmidos com a vegetação própria de tais locais.
Tais “conchas
frescas” dariam pretexto para a criação de residenciais , que especialmente
criassem para a “terceira idade” locais aprazíveis
de permanência. Tais locais seriam pontos de partida para passeios
”traking”, ou percursos a cavalo ou burricadas; caso se conseguisse solo
suficiente podia-se fazer ”relvados na concha “ acima da toalha-de-água, bem
como estadias para alternar com percursos de passeio.
Para
satisfazer tais ideias teremos que
utilizar terra arável do barrocal próximo.
Acho que um
aproveitamento deste tipo podia ser
interessante às famílias pois que os elementos mais idosos,( ou quem o
quisesse) podiam ter uma alternativa ao reboliço da costa, um turismo mais calmo.
J.Reis Gomes.
arqtº paisagista
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