Activismo climático - Começam a generalizar-se um pouco por todos os países democráticos, os únicos onde apesar de alguma repressão são possíveis de mobilizar, os movimentos de jovens pelo clima, contra a passividade das autoridades envolvidas e engatadas aos interesses económicos e financeiros que as estrangulam.
As próprias ONGs ambientais estão "adaptadas"ao imobilismo estatal, dependentes de subsídios e de projectos financiados para poderem sobreviver. Vão fazendo o que podem mas em activismo eficaz e contestatário não vão longe, têm o seu papel mas não chega para os desafios do nosso século.
É precisa uma acção de rua, que rompa com o imobilismo, que arraste as camadas jovens para a luta pela defesa do clima e do Planeta, pela adopção de medidas mundiais que retardem o avanço inevitável das alterações climáticas.
Já ouvimos os Governos, incluindo o nosso, de vez em quando a falarem em alterações climáticas mas o que fazem é pouco ou nada para corresponder a essa evidência.
A desobediência civil é hoje a melhor arma - mas tal não pode significar violência gratuita. O risco das acções de rua é o seu aproveitamento sistemático por uns quantos desordeiros profissionais a quem nada interessa senão a desordem publica. Mas tendo esta realidade em atenção parece ser compreensível que as novas gerações de hoje tenham as suas reivindicações e defendam causas que a minha geração e outras que se lhe seguiram não tiveram em conta muito menos com tanta convicção. O recente episódio de uns rapazes que apareceram com aviões de papel numa sessão política do PS na presença de António Costa é um bom exemplo de como um acto não violento, pacífico, pode ser altamente eficaz. Enquanto houver chefes de Estado com grandes responsabilidades nas alterações climáticas como Trump nos EUA e Bolsonaro no Brasil a dizerem baboseiras e a negarem a Ciência para satisfazer apenas os seus interesses e dos grandes grupos económicos especulativos que os apoiam, o Planeta continuará fatalmente ameaçado.
Que a juventude de hoje assuma esse combate, que alerte as consciências e obrigue a medidas que permitam ás futuras gerações de que estes que agora se mostram como activistas climáticos serão os pais e os avós, ter o Planeta Azul que nós ainda conhecemos. O óxido nitroso, o metano, o anidrido carbónico, que emanam dos oceanos e do permafrost não são fantasias; as secas prolongadas, os furacões caóticos, as cheias catastróficas cada vez mais frequentes já não são meros avisos, são a realidade da alteração do clima da Terra a revelar o que poderá via a acontecer de forma irreversível.
Século XXI- o tempo dos fundamentalismos
A tragédia de Ceilão é apenas mais um caso de fundamentalismo religioso que se iniciou no tempo contemporâneo, no século XX e que vai marcar o século XXI - disso não devemos ter dúvidas.
Os ataques às igrejas cristãs num dos dias mais sagrados para o Cristianismo chegaram a ser falados como tendo sido cometidos por budistas extremistas; isso deixou-me perplexo, porque se há religião eminentemente pacífica é o budismo Já vimos revoltas de budistas em situações extremas de violência aplicada à sociedade como aconteceu esporadicamente no Tibete e sobretudo na Birmânia, situações onde a violência é entendida como a defesa da paz e da misericórdia que Buda pregou e os seus fieis praticam, Afinal quem perpetrou aqueles infames ataques terroristas foram mais uma vez os muçulmanos. Também sabemos que há muitos muçulmanos pacíficos e que abominam a violência e alguns dignitários já o têm expresso.
O Cristianismo que durante séculos foi uma religião que suscitou violências, que provocou guerras de opressão, que instituiu a "boa violência" da Inquisição, passa agora a religião perseguida e de agressora passa a vítima.
As chamadas religiões do Livro, monoteístas, servidoras do Poder e agarrando-se tradicionalmente ao Poder para poderem dominar os povos, são todas, em dadas alturas das suas vigências, a origem de fundamentalismos. Até o judaísmo aparentemente menos agressivo e que foi perseguido durante séculos, agora transformou - se em doutrina que suporta o apartheid e a violência sobre a população palestiniana.
Os fundamentalismos são uma virose, não há antibióticos que os contenham; e este século vai ser tempo de confrontações violentas, que vão ser agravadas pelas condições de vida por exemplo de populações árabes vítimas de secas e fome onde é fácil instilar o foco da revolta e do sacrifício, pois haverá sempre dignitários com dinheiro e insolência bastantes para os suportar. Uma acção como esta levada a cabo em Ceilão exigiu uma boa organização que não se constitui de um dia para o outro, e muito dinheiro.
Enquanto as sociedades civis dos países deste século XXI não tiverem formação e consciência cívica e social generalizadas, serão sempre um campo fértil para as mobilizações de terroristas profissionais, tanto mais difícil de prever quanto neste caso do Islão os agressores acham por bem serem eles próprios sacrificados com a morte, É de loucos !!
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