segunda-feira, 20 de julho de 2020

Como vão os tempos
Escrever no blogue tem enfrentado uma série de entraves, quer por motivos de trabalho quer por ... preguiça. E assuntos não faltam e em catadupas.
 A (Des)União Europeia - tem sido um espectáculo confrangedor assistir a esta luta entre os países membros da UE sobre as ajudas aos mais necessitados como resultado das grandes quedas das economia provocadas pela pandemia do Covid19, a primeira peste do século XXI a aterrorizar o mundo. Quando chegam os momentos cruciais de grandes decisões eis  a solidariedade, eis  que vêm ao de cima as diferenças culturais e de mentalidade, servidas por políticas em que já não se distinguem as ideologias, dominadas como estão todas pela globalização neoliberal que asfixia o mundo.  E tem graça ver como a ex-Holanda. agora denominada Países Baixos ( curiosidade, como se chamam então os naturais desses países baixos ?) chefia o grupo dos países que acham que os do sul, os mais sacrificados pela epidemia, gastam mal o dinheiro e não querem ser eles a sustentá-los...  Só que países como essa ex-Holanda e o Luxemburgo são paraísos fiscais, absurdamente consentidos nesta UE, que vivem do que vendem aos outros e da localização, para lá, de empresas de toda a Europa só porque...pagam menos impostos O Pingo Doce que o diga.
A História diz-nos muito da maneira de ser dos povos; os holandeses foram durante séculos corsários e ocupantes oportunistas do comércio dos países como Portugal e a Espanha.  Um trabalho insuspeito de Jurgen Kocka, historiador alemão da Universidade Humbolt de Berlim, informa como a Companhia holandesa das Índias Orientais  obtinha maiores proveitos da actividade da pirataria sobre os navios da concorrência do que dos seus negócios comerciais; e num trabalho da respeitada Revista "Histoire" é indicado que a Companhia Holandesa da Índias Ocidentais  traficou mais de 500.000 escravos africanos - mas disso não se fala, só dos portugueses; perseguidores de livre pensadores como Espinosa só de há umas décadas para cá  é que armaram em  campeões quanto aos direitos do Homem - desde que não gastem dinheiro em copos e mulheres. Capitalistas e calvinistas por convicção, voltados para o lucro, para a família curta, para a  sofreguidão do negócio,  os holandeses não são mesmo o orgulho da Europa para virem exigir agora comportamento exemplares- sabem no fundo que se não conseguirem ter os demais países, mesmo os do Sul, na sua esfera de negócios,  lá se vai a riqueza que  revelam em arrotos de posta de pescada. E os luxemburgueses seguem no mesmo caminho. Conseguiram arregimentar também a Finlândia - só que esta esquece que nos anos 40 do século passado,  quando morriam de fome, receberam ajuda de toda a Europa e até de Lisboa saíram comboios com mantimentos para lhes matar a fome. Eu já um  dia disse isto a um finlandês com quem tive contactos de trabalho.
Esta situação sócio económica gravíssima resultante das paragens da economia e das dependências escabrosas do comércio de todo o mundo,  veio exacerbar estas diferenças de mentalidades e de políticas dos países europeus. onde partidos socialistas  se comportam como os mais fervorosos capitalistas  e propagandistas do mercado - não falem mais em cultura europeia e em união europeia,








Sem comentários:

Enviar um comentário