sábado, 4 de julho de 2020

Espuma dos dias, incongruências  dos tempos...
Estive bastantes dias sem  escrever estas notas que servem sobretudo para memória futura. Antigamente escrevia as notas nuns blocos de apontamento, já existem tres, agora entrei no mundo digital e escrevo-as no blogue... Trabalho, viagens, a redacção de uma "Carta Aberta ao Primeiro Ministro e às cidadãs e cidadãos" que foi subscrita por corajosos "velhos" combatentes pela ecologia e Ambiente, tudo ajudou a adiar este blogue.
1- Nada parece mudar  na gestão da política portuguesa e nos demais países - procuram os Governos, atarefados, iludir-se que nada mudará de substancial com a crise sanitária, económica e sobretudo social que está e estará em curso. Na verdade as pequenas tricas e as pequenas e desesperadas lutas por lugares de pompa e circunstância que também garantam um bom salário no fim do mês, persistem e os sinais de corrupção generalizada vão passando para as páginas dos jornais quase todos os dias, o que faz pensar quantos mais casos haverá que não saem cá para fora - CEO de empresas, polícias, autarcas, políticos diversos, responsáveis por organizações públicas e semi-públicas, gente do futebol - é um ver -se-te avias ...
Por toda a Europa e bem nítido nos EUA começa a levantar-se um movimento generalizado da população, em especial da juventude. contra estes absurdos que o liberalismo espúrio dos últimos 40 anos impôs. A crise veio revelar de forma crua a gravidade da situação planetária, a má distribuição da riqueza produzida, o autoritarismo a que conduzem a direita ou a esquerda demagógicas ( Hungria e Venezuela são 2 exemplos lapidares)... Nos EUA a movimentação de cada vez maiores vagas de jovens a exigir mudanças no contacto com a Natureza e na forma de gerir a economia estão a tirar ( ao menos nas sondagens) a maioria que Trump  julgava adquirida, em França os ecologistas venceram estrondosamente as recentes eleições, a mudança poderá estar aí a chegar. Cá por casa é que duvido que alguma coisa mude...
2 - Francisco Assis recuperado -  Francisco Assis, eterno cabeça de direitistas dentro do PS, que podia muito bem fundar a ala esquerda dentro do PSD, depois de ter saído  do Parlamento Europeu estava nitidamente desempregado e - que diabo !- parecia ressabiado, quezilento, falava contra as posições do Partido,  criticava a política do seu chefe e  Primeiro Ministro, encabeçou a proposta de levar a Dr.ª Ana Gomes a candidata à Presidência da República...
Mas há dias num programa muito oportuno com  Ricardo Araújo Pereira já teve um discurso diferente, apaziguador,  a geringonça afinal não foi tão má como ele previa, sempre houve liberdade de expressão dentro do PS, aquela lenga-lenga de tanga habitual dos políticos quando andam a tratar da vidinha...
Então não é que Assis é o candidato do PS para Presidente do Conselho de Concertação Social e já tem o apoio ( quem diria...)  do PSD ?!!
 - A TAP outra vez - Há aqueles que se esquecem de como a TAP foi privatizada, no Governo de Passos Coelho e Paulo Portas, já depois de aqueles Partidos terem perdido as eleições e nas vésperas de deixarem o Governo; atabalhoadamente e quase em segredo, fecharam o contracto que passou a Companhia para os privados embora o Estado ficasse amarrado a pagar certas compensações - eu nunca li o contrato, poucos devem ter lido, mas é o que foi denunciado sem ser negado.
António Costa fez finca pé e comprou depois uma boa parte do capital, mal entrou no Governo, para que o nacional porreirisno ficasse satisfeito por a TAP ser de novo "portuguesa" e com sede em Portugal. Agora face ao descalabro das contas da Empresa de aviação e face ao cenário que a pandemia veio criar de diminuição drástica do tráfego aéreo, pode perguntar- se se é mesmo inevitável construir o aeroporto no Montijo. Há vantagens em ter a TAP com a sua sede operacional em Lisboa  mas  pergunta-se se não seria possível - e dado o panorama geral de decadência das maiores companhias de aviação  - ter negociado a fusão com outra grande transportadora de forma a garantir a substancial operacionalidade de Lisboa. Ninguém tentou sequer esse cenário. Evitou-se eufemisticamente a nacionalização, que a esquerda mais radical queria, e agradou-se à direita que fica com erupções na pele quando se fala em nacionalizar- mas na prática aconteceu, pois  ficar com mais de 70% do capital da TAP  é ter a empresa praticamente publica e com gestão publica. Eu penso que o futuro da aviação comercial vai sofrer um grande revés, e a TP vai entrar em novo sorvedouro  de euros. vai despedir pessoal, vai diminuir de dimensão...Como dizíamos na Carta Aberta já há comboios a rolarem a 600 km/hora, sem poluição; viagens dentro dos continentes não precisam de aviões, só ficam as viagens transcontinentais - por enquanto.
4- A pandemia -  A pandemia do coronavirus, a Covid 19, vai de vento em popa pelo mundo fora. A falta de meios, o desinteresse de alguns Governos, a falta de consciência das populações, tem agravado semana a semana  a expansão desta primeira  peste do século XXI. O que mais espanta é comparamos por exemplo Timor, de que ninguém fala, e onde a pandemia não tem expressão e as medidas de segurança foram assumidas por todos,  por um lado com a Suécia onde a estratégia de "contaminação geral" funcionou mesmo e hoje estão por lá com imensa dificuldade em controlar a doença; e os EUA onde se perdeu o controle e cada vez é maior o número diário de infectados e de mortes, o país do mundo onde mais a pandemia progride, à frente do Brasil. Trump, o louco vendedor imobiliário que chegou a Presidente da maior potência do mundo, depois de estúpidas decisões e propostas e lá porque tem dinheiro as rodos ( à custa de quê?)  comprou a produção quase total do medicamento que parece melhorar certos estados dos infectados  pelo virus, num completo desprezo pelos resto do mundo. Espera-.se que os americanos parem para pensar e  não voltem a eleger uma segunda vez este cretino com a perigosidade que tem muito superior à do Covjd 19.
 5 -Política ambiental falaciosa do Governo -  Desde há muitos anos que deixámos de ter uma Política de Ambiente credível e autêntica, e com este actual Governo apenas se agravou a estratégia falaciosa que António Costa combinou com o seu preclaro Ministro, que se gabou de não ser ambientalista : fazer de conta que se faz muito e fazer pouco, nada ou o contrário do que deveria ser feito. O Ministro, de figura e voz irritantes e impopulares, está lá apenas para fazer currículo e ganhar poder dentro do PS do Norte para outras guerras futuras.
















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