Acaba a campanha eleitoral
Acaba hoje a campanha eleitoral e ouve-se dizer tudo e o seu contrário, para alem de podermos aceitar que em alguns casos se andou pelo ridículo, pelo excesso de linguagem, até pelos disparates inéditos.
Certo, sim senhor, mas quem é democrata e quer viver em democracia, aceita as condições dessa procura. Fartos da campanha ? Então queriam o quê, que não houvesse campanha ? Que o Partido único, fosse fascista ou comunista ( os extremos tocam-se, doa a quem doer) dissesse - tu vais ser Presidente da Câmara. tu vais ser Regedor da Freguesia ( lembram-se ainda dos Regedores de Freguesia?), tu ficas em vereador para controlares o resto ? Por muito chatas que as campanhas sejam, o que sobretudo me incomoda são as falsidades, a linguagem de cartilha, as promessa que se sabe de antemão que não passam disso mesmo, e os dislates e verborreia excessivos. Mesmo assim eu continuo a preferir estes incómodos ao sistema anterior.
Ora aborrece-me que António Costa abuse do papel de Primeiro Ministro - todos os anteriores fizeram o mesmo em circunstâncias semelhantes, a gente sabe - mas como democrata dum socialismo democrático ( a renascer na Alemanha e um pouco pela Europa fora) eu sou mais exigente e custa-me assistir aos autênticos tiros no pé que ele dá, sem necessidade. A arrogância raia o abuso de poder e isso é o pior que se pode dizer de um governo de esquerda democrática.
Mas não deixa de ser curioso ver as linguagens de cartilha. O patrão da IL diz que nunca se associaria à coligação de direita em Lisboa porque muitos dos que estão nesta coligação não partilham do mesmo ideal liberal ( eu diria libertino...) da IL Boa !!
O Carlos Moedas, que até tinha deixado presa a ele uma ideia de um técnico moderado e competente enquanto esteve na Europa, ao querer fazer de político caseiro mostrou um nível bem medíocre.
O Chega, tenho a impressão, vai ser um flop; a pobreza de muitos dos candidatos ( sem ser preciso descer ao ridículo do candidato em São Brás de Alportel) creio que não convenceu tanta gente como se temia - veremos. Em termos de futuro temo mais a IL e a sua arrogância classista urbana do que o populismo medíocre do Ventura e de alguns títeres que tem ao seu lado.
E as palavras de encerramento de Jerónimo de Sousa no comício do PCP têm uma nostalgia "démodée": vemos a CDU a crescer em todo o País, o povo trabalhador sabe que pode confiar na CDU, e acabar com um grito de alma : Viva Lisboa, Viva Portugal, Viva a CDU ! - a CDU sempre á frente de Lisboa e de Portugal...
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