segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Medidas  concentracionistas ( no mínimo...)

A apetência de António Costa (PM) pelo controle completo  do aparelho do Estado começa a ser preocupante - e como já tenho dito noutras alturas, que os deuses nos salvem de maioria absoluta.

Um dos  aspectos preocupantes, para mim, é o constante reforço de competências do Ministério da Administração Interna, que o actual líder do PS e do Governo tem prosseguido; isso ajuda a perceber, juntamente com a arrogância e auto-suficiência do PM porque é que Cabrita se mantem no seu cargo apesar das intoleráveis asneiras que foi cometendo - não é só o facto de ser amigo do peito, é porque é nele que o PM confia inteiramente. E o poder do MAI não pára de aumentar, agora até se fala na transferência do Instituto Hidrográfico que funciona na Marinha, e muito bem. É  que nas Forças Armadas haverá sempre um certo pudor para controlar - mas até aqui o Governo está a tentar meter a sua força controleira, basta ver o sarrabulho que reina nesse sector.

Não é por acaso que os oficiais de alta patente, com Ramalho Eanes à frente, não se tem poupado a críticas severas, mas o excesso dos militares neste fim de semana, que foi além do que a  ética  permite é sinal do adiantado mau estado da disciplina das tropas.

O reforço do MAI é sinal de concentracionismo próprio da democracias musculadas e está a passar ao lado da maioria da população.

A tal crise anunciada

Os dois partidos de esquerda, PCP e BE afinal vão votar contra o OE o que quer dizer que será dissolvida a Assembleia da República e convocadas novas eleições.  Em democracia é assim, tudo bem nessa perspectiva. Mas pergunta-se o que e que a esquerda ganha com isto é o que estamos cá para ver; pois mesmo que o Governo de A. Costa tenha imensas culpas na presente situação seria bom que se pesassem os prós e contras da decisão daqueles dois Partidos. São ambos contra a Europa, esse o mais importante argumento que me afasta deles, mas é cegueira política fazer disso um motivo para, tendo na  mão a chave do problema. o deixarem cair. Recordo que quando a esquerda se aliou à direita para chumbar  Pack 4, por muito insuportável que fosse o Sócrates, pergunta-se se a austeridade daquele documento  (que era apoiado pelo Sarcozy e pela Merkel) era superior àquela outra austeridade que a Europa nos impôs com a vinda da troika. Vamos repetir a mesma cena ?

O mais provável é que com eleições volte a repetir-se o quadro actual, uma maioria das esquerdas mas com os mesmos entraves. Seria bom que a esquerda se lembrasse - e António Costa também -  que se na crise com a Troika ainda se organizou uma maioria confortável do PSD e CDS, por direita que fossem  os dois (e com Passos Coelho o neoliberalismo entrou no PSD em força) vinham do inicio da democracia e sempre a respeitaram á sua maneira; mas desta vez os mesmos dois ´é fortemente duvidoso que tenham maioria para se entenderem sozinhos - agora quem vai crescer é o "basta"  ou "chega" e é fatal como o destino que se quiserem fazer governo terão de recorrer aos amantes do Estrado Novo. 

E creio bem que o PCP em vez de ganhar eleitorado vai perder e o BE a mesma coisa e deviam perder para aprenderem a pesar bem as decisões em termos de futuro a breve prazo e não na base do que julgam serem os seus interesses partidários .








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