terça-feira, 5 de julho de 2022

A falta de água

Alto (!), já algumas autoridades começam a falar da falta de água...

Mas já se viu alguma campanha  nas televisões, onde o impacte é forçosamente maior?  Enquanto não faltar água nas torneiras ninguém vai dizer nada. Não  existe a prática democrática neste Pais de aconselhar a tempo as populações a tomarem precauções. Não senhor, quando faltar a água é muito mais fácil  e directo dizer "já não têm água senão 2 h por dia" .

Mas desde há pelo menos uns 3 anos a esta parte que essas campanhas e as medidas de redução do uso da água deviam  ter estado no dia a dia das pessoas; a população não se motiva de um  dia para o outro, são necessários dias e  dias de mentalização progressiva  para que se encontre uma responsabilização colectiva, è assim. Mas parece que as autoridades ( Governo e Autarquias) não o sabem.

Vamos ter sérios problemas no final deste Verão, a não ser que o S. Pedro dê força aos produtivistas e venha aí água com abundância para estragar...




A época dos fogos

Já começou o "aquecimento" para a época dos fogos, com a perspectiva de arderem poucas matas porque... há cada vez menos matas para arderem - abundam sim os matagais e encostas cobertas de ervagens semi-arbustivas. Temos é certo as "florestas sustentáveis" ( onde é tão rica a biodiversidade...) das celuloses...

Os bombeiros já estão a lavar as mãos de responsabilidades, dada a falta de condições de trabalho e a inexistência de um ordenamento florestal com o que isso implica de aceiros, arrifes, estradões etc. Lá serem as Autoridades - quer dizer o Governo e neste o Ministério do Ambiente ( e das florestas...) e o Ministério dos guardas e dos polícias- a reconhecerem que têm de mudar toda a estrutura de ordenamento e gestão florestais, bem podemos esperar, a vergonha por estarem errado  não o permite.


 A nossa triste realidade aeroportuária

A negociata feita com a Vinci para a construção dum aeroporto no Montijo é o último  exemplo da nossa triste realidade em termos  de governação; os argumentos jogados agora pelo Governo para  começar com obras de urgência naquela Base Aérea são uma desvergonha; técnicos insuspeitos e especialistas em matérias de aeronáutica e de construção de infraestruturas, como são  o Luís Coimbra ou o antigo bastonário da OE, Carlos Ramos, já desmontaram as razões do PS e agora, envergonhadamente, do PSD ( foi Passos Coelho que primeiro fez a escolha ...) para fazer de Montijo um aeroporto  internacional porque, para uma solução provisória, bastam pequenas obras. Seja no Montijo seja em Alcochete ( quem é que escolhe este e porquê?), são necessários novos acessos e vai tudo  na conta do aeroporto... E quanto a uma Análise Ambiental Estratégica ninguém quis fazer; António Costa está há 7 anos no Governo e já tinha tido tempo mais que suficiente para mandar fazer esse estudo que não demora 4 anos, como já foi adiantado a título de desculpa, pois um LNEC tem capacidade para o fazer num ano - já podia e devia estar feito há anos e a saber-se onde é que o aeroporto deveria ser construído. Mas o negócio com a Vinci obriga a toda esta parafernália  de argumentos e contra-argumentos.

E estou para ver o que diz a Convenção das Zonas Húmidas  (Ramsar), da UNESCO, com um aeroporto internacional em cima  duma área de valor internacional em vários instrumentos legais já assumidos por Portugal.

A maldição dos Curdos

Os curdos são um dos povos mais hostilizados em todo o mundo, vítimas de nunca terem tido líderes suficientemente importantes no contexto internacional ou também porque... não têm grandes recursos que atraiam povos exploradores e colonizadores. Vítimas das divisões que o Império  Britânico  fez, como  são responsáveis por muitas guerras e problemas graves em toda a Ásia.

Os curdos, originários da Mesopotâmia, rondarão os 30 milhões, tem história própria,  língua, costumes e uma tenacidade invencível; são muçulmanos altamente compreensivos, sem extremismos e combateram o Estado Islâmico tendo sido abandonados depois pelo Trump e pelos turcos - os turcos nunca foram  gente fiável...

As divisões arbitrárias feitas pelo Império Britânico são causa de muitos males actuais -  dividiram a Birmânia e a Tailândia partindo etnias ao meio, criaram uma Índia com muçulmanos que obrigaram estes a lutar pelo seu Paquistão,  inventaram um Iraque com um  primeiro rei em 1920 escolhido entre os seus protegidos, alargando as suas fronteiras e  roubando território  xiita ao Irão, e  dividiram os curdos por cinco países.


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