domingo, 30 de outubro de 2022

 Incompatibilidades e corrupção

Não passa uma semana sem que se anunciem casos de incompatibilidade de cargos do Governo com actividades privadas e casos de corrupção, no Estado e nas Autarquias.

As incompatibilidades têm que ser, no entanto, encaradas com  frieza e sem politiquice rasteira; quem é empresário, profissional liberal ou sócio de uma empresa e de repente é chamado para um cargo no Governo, não é de um dia  para o outro que larga tudo o que tem. Nem deve ter que deixar, Só funcionários públicos é que não terão essas ligações  -  então vamos ter governos só de funcionários públicos?!! A quem for chamado para um Governo  tem de ser imposto um regime de X anos em que a sua empresa ou da sua família não faz contractos ou qualquer trabalho para o Estado, e mesmo depois de deixar o governo deve continuar um prazo de X anos ( tres, pelo menos) em que esse regime se mantém.

Claro que estando o PS há uns vinte anos no Poder a teia de ligações é cerrada, e a tentação para o abuso é evidente; mas que venha o PSD qual vigem ofendida apontar o dedo ( ou a IL e o Chega pasme-se) é sobretudo escandaloso no tom em que o faz.

 E agora com maioria absoluta, bom, o PS tem que aproveitar bem todas as ocasiões para colocar peões nos lugares chave, e  garantir o futuro...

Este tempo de Verão

Continuo a usufruir deste tempo de Verão, com banhocas no mar que nem em plena época estival são melhores - um mar calmo, temperatura ( que não sei qual a anunciada pelos "mentirológicos") que permite lá ficar o tempo que se quiser, sem vento. E com a certeza de que vou  -vamos todos - pagar juros altos por estas delícias.

Mas há mais indícios claros do que está a acontecer : eu  moro aqui neste sítio do barrocal algarvio há 35 anos, todos os anos sempre apanhei azeitona, escolhida à mão, para curtir. Pois este é o primeiro ano em que não tenho, nas diversas oliveiras do terreno e terrenos vizinhos,  um só bago de azeitona. Portanto a 1ª vez que não faço a minha azeitona curtida que sai sempre tão boa!

Tenho uma "montanha" de desperdícios de vegetação,  das podas e das limpezas, vamos entrar em Novembro e não há autorização para queimar.

Ideias antigas - a eutanásia

Há ideias que muitos pensam ser de hoje mas afinal são bem antigas entre a Humanidade pensante.

O assunto da eutanásia é um assunto de compaixão por quem sofre  sem possibilidades de cura e embora as dores físicas  se superem muitas vezes nem que seja  colocando o  doente em letargia ( eu já assisti a casos desses), já o sofrimento psicológico, sobretudo de pessoas com algum a superioridade cultural e mental, é um sofrimento não tem remédio que o  alivie.

Mais uma vez no nosso país por causa da beatice do Presidente da Republica (que se sobrepõe à maioria dos portugueses pensantes) e dos pruridos de alguns médicos treinados para pensarem assim,  continua a adiar-se a institucionalização da eutanásia - já se sabe que se impõe com toda a parafernália e cuidados para evitar abusos.

Mas esta ideia da morte assistida para aliviar sofrimentos é já muito antiga. Ao reler agora a UTOPIA de Thomas More, séc.XV e XVI, para lá de muitos aspectos hoje inaceitáveis da tal civilização ideal que ele propõe como teoria, no pais chamado Utopia onde se levava uma vida de plena consciência - e nesses aspectos estão a religião, a escravatura como opção à pena de morte, o papel secundarizado da mulher, mesmo assim com grandes mudanças face ao que então se praticava na Europa e em Inglaterra, etc - há o atrevimento de propor o seguinte, e cito "No caso da doença não só ser  incurável mas originar também dores incessantes e atrozes, os sacerdotes e magistrados exortam o doente, fazendo-lhe ver que se encontra incapacitado para a vida, que sobrevive apenas à própria morte..."

"...E já que a sua vida é agora um tormento, que não se importe com a morte, antes a considere um alívio, e consinta em libertar-se dela como de uma prisão ou de uma tortura ou  então permita que os outros o libertem dela. "

E " Estando incapacitado para a vida, que sobrevive apenas à própria morte, tornando-se um empecilho e um encargo para os outros e fonte de sofrimento para si próprio e que deve decidir não mais alimentar o mal doloroso que o devora. ,,, E " ...nada perderá com a morte, antes porá termo a um suplício cruel"; ..."E se, finalmente, o doente se persuade a executar os seus conselhos, pode por termo à vida voluntariamente, quer pela fome, quer no meio do sono, sem nada  sentir. No entanto a ninguém obrigam a morrer contra a sua vontade e nem por isso o tratam com menos cuidados e carinhos, aceitando a morte como um fim honroso"

Esta possibilidade de quem pede a  eutanásia para si próprio e não a impõe aos outros está a ser negada aos portugueses: aqueles que não gostam da eutanásia para si  mesmos impõem  essa sua vontade a todos - falta de respeito pela personalidade e dignidade  de cada um. Não vale a pena voltar a falar do rigor que a lei deve ter, da salvaguarda de todos os desvios criminosos - tudo isso são "paliativos" de quem tem, por enquanto, a maioria ou o lugar privilegiado de Presidente da República,










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