segunda-feira, 17 de julho de 2023

 O mundo em que vivemos

Certamente em todas as gerações há queixumes sobre o estado a que chegou a vida em sociedade, uns aflitos, outros pedindo renovação ou vingança. O homem vive normalmente em insatisfação, e quando há uns que acham que atingiram o estado de  bem-estar e a vida exemplar. no mesmo lugar e na mesma altura andam outros a queixarem-se de que falta ou autoridade ou  colectivismo ou falta uma limpeza das vigarices ( como se quem o pede não as praticasse...).

Veja-se  o chamado Ocidente  ( porque fomos eurocentristas ao longo de seculos) onde vivemos e onde se desenvolveu uma democracia tranquila e um Estado Social de Direito que durante décadas ofereceu paz e bem estar aos europeus e um pouco aos países que foram capazes de institucionalizar o mesmo regime.

Já tenho falado nisto, porque me causa estranheza que algumas populações que conheceram a democracia plena,  que puderam decidir por si, conforme o voto, aquilo que queriam para aceder ao melhor governo, acabem por preferir ter um chefe autoritário, que lhes manda fazer o que ele e as suas elites  querem. 

Penso em países como a Polónia e a Hungria que tanto sofreram sob a pata da URSS, que conseguiram em dada altura  levantar-se contra essa ditadura dita do proletariado ( que era afinal a ditadura dos oligarcas que se encheram de riquezas publicas) e têm dado maiorias de governação a proto ditadores. E a Turquia, que chegou a ser um país amplamente laico e democrático com Ataturk, um modelo entre os muçulmanos, e acaba numa falsa democracia que invoca e explora a religiosidade dos mais fracos e pobres que serão  maioria e aceitam as ordens sem pestanejar - excepto as pequenas elites ocidentalizadas que sofrem com essa vida.

Mas que a extrema direita esteja implantada em países onde parecia que isso seria impossível como os países nórdicos (já que  a Itália  é  menos estranho...) ainda causa maior surpresa. Pode dizer-se que na prática eles governam como os outros, a social democracia está de tal forma enraizada na legislação, na mentalidade e nas instituições que nem a extrema direita lhes chega a tocar - fica apenas a fobia aos imigrantes, a guerra  aos valores democráticos de usos e costumes, e por enquanto não afecta, ainda a vida desses países.

O clima que nos afecta

Já quase ninguém duvida de que as alterações climáticas vieram para ficar,  embora ainda haja negacionistas, porque enquanto o homem for homem haverá sempre espíritos obtusos que negam o avanço científico, tecnológico, a mudança de usos e costumes. Tudo isso causa engulhos aos mesmos de sempre, os reaccionários.

Fenómenos extremos que se repetem cada vez com maior frequência, parece que já não deviam deixar ninguém  indiferente - enquanto o céu não nos cair em cima da cabeça vamos vivendo o dia-a-dia...






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