O mundo em que vivemos
Certamente em todas as gerações há queixumes sobre o estado a que chegou a vida em sociedade, uns aflitos, outros pedindo renovação ou vingança. O homem vive normalmente em insatisfação, e quando há uns que acham que atingiram o estado de bem-estar e a vida exemplar. no mesmo lugar e na mesma altura andam outros a queixarem-se de que falta ou autoridade ou colectivismo ou falta uma limpeza das vigarices ( como se quem o pede não as praticasse...).
Veja-se o chamado Ocidente ( porque fomos eurocentristas ao longo de seculos) onde vivemos e onde se desenvolveu uma democracia tranquila e um Estado Social de Direito que durante décadas ofereceu paz e bem estar aos europeus e um pouco aos países que foram capazes de institucionalizar o mesmo regime.
Já tenho falado nisto, porque me causa estranheza que algumas populações que conheceram a democracia plena, que puderam decidir por si, conforme o voto, aquilo que queriam para aceder ao melhor governo, acabem por preferir ter um chefe autoritário, que lhes manda fazer o que ele e as suas elites querem.
Penso em países como a Polónia e a Hungria que tanto sofreram sob a pata da URSS, que conseguiram em dada altura levantar-se contra essa ditadura dita do proletariado ( que era afinal a ditadura dos oligarcas que se encheram de riquezas publicas) e têm dado maiorias de governação a proto ditadores. E a Turquia, que chegou a ser um país amplamente laico e democrático com Ataturk, um modelo entre os muçulmanos, e acaba numa falsa democracia que invoca e explora a religiosidade dos mais fracos e pobres que serão maioria e aceitam as ordens sem pestanejar - excepto as pequenas elites ocidentalizadas que sofrem com essa vida.
Mas que a extrema direita esteja implantada em países onde parecia que isso seria impossível como os países nórdicos (já que a Itália é menos estranho...) ainda causa maior surpresa. Pode dizer-se que na prática eles governam como os outros, a social democracia está de tal forma enraizada na legislação, na mentalidade e nas instituições que nem a extrema direita lhes chega a tocar - fica apenas a fobia aos imigrantes, a guerra aos valores democráticos de usos e costumes, e por enquanto não afecta, ainda a vida desses países.
O clima que nos afecta
Já quase ninguém duvida de que as alterações climáticas vieram para ficar, embora ainda haja negacionistas, porque enquanto o homem for homem haverá sempre espíritos obtusos que negam o avanço científico, tecnológico, a mudança de usos e costumes. Tudo isso causa engulhos aos mesmos de sempre, os reaccionários.
Fenómenos extremos que se repetem cada vez com maior frequência, parece que já não deviam deixar ninguém indiferente - enquanto o céu não nos cair em cima da cabeça vamos vivendo o dia-a-dia...
Sem comentários:
Enviar um comentário