domingo, 15 de outubro de 2023

 A guerra que tardava...

Ainda vai no início a guerra da Palestina, e é uma guerra que se esperava que viesse a ocorrer, ignorar isso ou desmentir é apenas cobardia de quem o faz.

Hoje acusar Israel é sempre olhado como estando a apoiar o Hamas, mas não é, porque os crimes e horrores que os terroristas cometeram - em escala muito acima do que é humanamente admissível -  estão agora do lado um Estado que, se usar - e está a usar - os mesmos métodos terroristas se transforma também num Estado terrorista.

Eu nunca fui nem sou anti judeu como não sou anti cristão ou anti islão, sou contra todos os imperialismos, e o sionismo é uma forma de  imperialismo. Há muitos judeus que não são sionistas.

Talvez muitos não saibam mas no Irão, a antiga Pérsia, vivem há séculos  e séculos muitos judeus  que foram chamados para o norte do país ainda no tempo de Cirus I, porque eram bons artífices de peles e couros.  E esses judeus, como muitos pelo mundo fora, não são sionistas, não aceitam o imperialismo dos ultra ortodoxos de trancinhas e chapéus ridículos - todas as religiões têm destes exemplares extremos. E seja em que religião  for, sobretudo nas monoteístas,  quando os padres e ortodoxos chegam ao Poder são a pior coisa que pode acontecer a um país e a um povo.

Outro aspecto: é bom não esquecer que a Palestina e a maior parte dos conflitos e tragédias que ocorrem no Próximo e Médio Oriente e na Ásia, se devem aos ingleses e ao seu Império Britânico, pois estabeleceram as fronteiras que lhes interessavam, dividiram países por fronteiras arbitrárias  e depois viraram costas e lavaram as mãos. Eu não sou especialista, mas conheço alguma coisa desse Oriente.

Fizeram isso ao separar a Birmânia da Tailândia onde dividiram um povo, os Karen, pela fronteira desenhada num mapa  e dai resulta uma luta que nunca mais acaba e em que ninguém  fala.

No Médio Oriente criaram arbitrariamente  o Iraque, incluindo nele  uma boa parte de xiitas que faziam parte da Pérsia e são 60% da população iraquiana, que foi sempre - até à queda de Sadam - governada pelos sunitas que representam apenas 20%,  os restantes 20% são cristãos. Viu-se em que deu esta invenção britânica. 

o grave como isto e de que ninguém fala, foi o que fizeram aos curdos  um povo de mais de 30 milhões, que nunca saíram da sua região, com história, língua e cultura próprias -  só que nunca tiveram alguém com influência na Sociedade das Nações e depois na ONU e tinham - e têm - recursos cobiçados pelos vizinhos. Pois este povo foi dividido e repartido  por fronteiras, por 4 ou 5 países-  daí resultando uma permanente luta, nomeadamente na Turquia pois sempre foram injustiçados. Alguém alguma  vez pensou em criar um Estado Curdo?

Israel nasceu pela má consciência dos europeus depois da chacina perpetrada pelos nazis, com o Holocausto, e também porque o dinheiro em Londres e Nova Iorque estava nas mãos de banqueiros e empresários judeus.

Se os judeus estavam espalhados por todo o mundo, como há cristãos, muçulmanos, budistas, etc.,  espalhados igualmente por todo o mundo, porquê impor um Estado só para os judeus e na Palestina ? Ah!, porque foi lá que nasceu o judaísmo, é lá que estão os templos e as memórias judaicas - também para os cristãos! E estes bem tentaram criar e manter lá um Estado cristão, tiveram jornadas militares poderosas, as Cruzadas, para defenderem esse Estado e acabaram por sair e os cristãos espalharam-se por todo o mundo. Tal como os judeus, só que estes foram sempre escorraçados, além da religião isolacionista e do confronto com os cristãos ( que têm as suas culpas, claro)a sua mentalidade fechada e aforradora atraiu sempre   contra eles a ira dos outros povos, quer cristãos quer muçulmanos. Merecem continuar  a ser castigados? Pelo menos que reconheçam as suas culpas.

Vamos admitir, pronto, que o mundo decidiu  criar um Estado  de Israel para os judeus, e fixou-lhes um território em volta de Jerusalém, o seu centro histórico. Os judeus em vez de ficarem agradecidos,  defenderem esse espaço e criarem ali a sua "casa", nunca mais respeitaram as decisões da ONU e violam sempre as decisões internacionais, com uma arrogância típica...dos judeus. Sofreram  ataques de palestinianos? Então  um povo a quem retiram as terras, as casas, os empregos,  um povo que é metido às centenas de milhar nuns campos de refugiados -  um povo  assim não se revolta?   Milhares de colonos judeus há anos e anos que são instalados arbitrariamente nos territórios  que foram outorgados desde o início para os habitantes locais, que nunca de lá saíram, e então escolhem os melhores solos, criam defesas militares e ano após anos vão aumentando esses colonatos. A ONU, os EUA, a Inglaterra,  a U. Europeia fizeram alguma coisa para além de comentários  pífios sem qualquer efeito ? 

Agora o Hamas- e queiram ou não queiram este grupo não fazia o que fez sozinho- fica em maus lençóis;  desde o primeiro momento que não tenho dúvidas de que o Irão ajudou e ajuda a preparar a guerra.  O melhor que podia acontecer ao mundo é que a ONU e todos os demais intervenientes acabassem por impor um Estado Palestiniano, se o fizeram para impor Israel  mais razão existe agora para impor o Estado aos que foram espoliados, roubados, agredidos, desde há 75 anos.

 Mas duvido que o bom senso venha ajudar a resolver esta questão -a Rússia já veio  apoiar o Hamas, pudera não!  Tudo o que seja violência é com Putin e os seus rapazes "democratas"... 

No meu primeiro comentário, há dias, sobre esta nova guerra, até lembrei se terá sido por acaso que a guerra do Hamas tenha rebentado  nesta altura. Que altura? Quando a Rússia está aflita na Ucrânia e um dos seu principais apoios e fornecedores é o Irão; o Ocidente apoia a Ucrânia num dos lados e apoia, no outro lado,  maioritariamente Israel -  excelente altura para dividir ou confundir o Ocidente.

Como cada cabeça sua sentença, esta pode ser aminha sentença, mesmo errada...

Ainda hei-de  de voltar ao assunto, é mais que certo !








Sem comentários:

Enviar um comentário