segunda-feira, 30 de dezembro de 2024
quinta-feira, 5 de dezembro de 2024
É cada vez mais escandaloso, a nível mundial, o que os israelitas continuam a fazer na Palestina : crimes horrendos contra um povo, e o desprezo que afinal Netanyahu tem pelos seus compatriotas reféns, típico dos ditadores sem escrúpulos.
Nunca ninguém fez tanto pelo anti-semitismo como este facínora que está à frente do Governo de Israel.
Neste final de 24, quase a entrarmos no primeiro quarto do século XXI, o Mundo conhece situações preocupantes quanto ao futuro da Humanidade. Não basta acreditar no sentido de sobrevivência que os homens terão quando está em risco a vida; uma explosão nuclear repetida e ripostada acabará com todas as vaidades humanas.
segunda-feira, 25 de novembro de 2024
25 de Novembro
Toda a gente fala do 25 de Novembro, cada um à sua maneira; eu também vivi esses dias antes e depois do "dia fatal". Para já acho um disparate de doidice haver uma sessão especial da AR sobre o 25 de Novembro- a pedido da direita. E porque não homenageiam o 16 de Março, o MDLP e outras datas intermédias do PREC?
Acho um desplante a direita querer comemorar o dia como se fosse dela, quando a direita viu desaparecer as suas esperanças; e também o PCP de hoje a não comemorar o dia quando o PCP da altura viu reforçado o seu lugar na democracia.
Eu estava em Lisboa, chefe de gabinete do GRT, e fomos os dois para a Calçada da Ajuda ver o que se passava, um disparate que nos podia ter saído caro, quando os Comandos do Jaime Neves obrigaram a Policia Militar a ficar sossegada e aí houve tiroteio. O Gonçalo pôs um boné, dizia ele para ficar mais disfarçado...
Dizer que Ramalho Eanes ou Melo Antunes eram da direita é um absurdo, e ainda hoje toda a gente fala do Eanes e ninguém, mesmo ninguém, refere o papel fundamental que teve o Ernesto M. Antunes. Escrevo um artigo no Publico sobre isso e chamei algumas vezes a atenção do General Eanes para o esquecimento que todos cometem quanto ao papel central que o M Antunes teve e só o General fala dele, até numa entrevista que deu à Fátima C. Ferreira. Finalmente! E falei disso há dias com ele.
Parece que ninguém quer recordar: o movimento militar que estava subjacente naquele mês de Novembro era da extrema esquerda, radical, não era do PCP; e a direita saiu derrotada quando Melo Antunes naquela noite apareceu na TV a informar que o PCP não seria inviabilizado - que era o que queria a direita - pois pertencia à democracia que todos maioritariamente queríamos em Portugal.
O PCP na época tinha à frente uma personalidade de excepção que era Alvaro Cunhal, com quem o Melo Antunes conversava e lhe fez perceber que não haveria lugar em Portugal para o comunismo institucionalizado, mesmo que fosse "à portuguesa". Sempre estou para ouvir se Ramalho Eanes falar hoje na Assembleia da Republica se diz alguma coisa...
O que eu, o Gonçalo e alguns outros estávamos convencidos é que nem o PCP nem a extrema esquerda teriam qualquer maioria quando houvesse eleições. E viu-se nas primeiras eleições para a Assembleia Constituinte que o PC andou pelos 12% e a extrema esquerda muito longe disso.
O PS não gosta do 25 de Novembro porque o verdadeiro travão ao comunismo e portanto á liderança da implantação da democracia foi Melo Antunes e os Grupo dos 9 naquele 25 de Novembro!! Mário Soares ficou sempre com essa atravessada, isto em nada retira importância ao papel que Mário Soares teve na instalação da democracia, mesmo para quem não gostava muito dele...como eu.
Havia era uma euforia em muitos sectores a favor da extrema esquerda folclórica, de uma democracia popular sem a ditadura do proletariado...
Até na nossa Secretaria de Estado do Ambiente, um grupo de meninas e alguns "adjacentes" que sempre tinham trabalhado ao lado do GRT - eram um grupo leal ao Gonçalo...- elaboraram uma lista negra para saneamentos, com os nomes todos escarrapachados : o Gonçalo, eu, o Luis Coimbra e até a pobre da Elvira, secretária, encabeçávamos a lista.
Fui um privilegiado por ter vivido o PREC, que a mim nunca assustou - sempre vivi aqueles meses como um parto difícil mas fabuloso do regime democrático.
A democracia hoje não é perfeita? os políticos são fracos e incompetentes? É que estávamos mal habituados, porque a primeira geração do regime foi de vultos notáveis em todos os quadrantes- basta lembrar Henrique de Barros ( que foi meu Professor no ISA), Vasco da Gama Fernandes, Alvaro Cunhal, Sá Carneiro ( o PPD queria entrar para a Internacional Socialista...), até os fundadores do CDS (apesar de terem votado contra a Constituição) souberam depois adaptar-se e serem políticos construtivos).
Temos de agarrar a nossa democracia com as mãos bem firmes, porque as autocracias estão a aumentar em todo o Mundo, é mais um ciclo de desvario que há-de passar e eu acredito que a Europa, apesar de cretinos como o Orban da Hungria e outros que tais na Polonia, e até na Suécia ou nos Países Baixos, mais uma vez fará triunfar a democracia, pois já vemos que nem os EUA conseguem aguentar a loucura dum Trump.
Ainda acrescento que acima não citei Costa Gomes, que foi uma pedra fundamental durante o PREC, e na vitória sensata dos democratas; e que o BE, teoricamente herdeiro dos extremistas radicais de esquerda foi capaz de melhorar a sua ideologia e o seu comportamento, e Álvaro Cunhal e tinha militantes ilustres como Carlos Brito, José Figueira, João Amaral...
terça-feira, 19 de novembro de 2024
O elogio da mentira
Porque os EUA deram autorização para a Ucrânia usar misseis de longo alcance contra a Rússia, o czar Putin vem ameaçar com as armas nucleares e dizer que está perto o início de uma terceira Guerra Mundial.
Está perto, não, já começou! E começou quando a poderosa Federação Russa pediu auxilio a um pais asiático que enviou para a Rússia, fala-se, 10000 soldados para combaterem - então isto não é já o começo da mundialização da guerra? Em que estado deve estar, verdadeiramente, o poderio russo, para se vexarem - embora com elogios à cooperação entre países amigos - ao pedirem auxílio? Agora são 2 países contra um, a Ucrânia - e ainda há rebuços ocidentais em ajudar quem foi invadido e está sujeito a uma guerra suja, repelente, cheia de crimes contra a Humanidade ?
Tem aparecido num canal de TV um general-major ou major-general tão pouco faccioso que, ao anunciar os 10 000 soldados asiáticos para a Rússia, acrescentou, para equilibrar e lançar a confusão, que também há militares ocidentais na Ucrânia. Haverá conselheiros militares nos gabinetes de guerra mas para o excelso general-major (ou minor...) a entrada dos coreanos era uma resposta ao auxílio ocidental. Tal está a moenga, hem? É o elogio da mentira !
Mas não pode deixar se levantar realmente a questão - em que estado está a Russia, sem as armas nucleares, claro, para pedir ajuda a um terceiro país, a Coreia do Norte, do qual um perclaro dirigente comunista de Loures disse um dia que "sim senhor, lá era uma democracia popular, pois então !"
Elogio da mentira!!
segunda-feira, 11 de novembro de 2024
Os tempos andam às avessas
Encontrei num dos meus blocos de notas estes versos que, penso, serão do António Aleixo:
Triste sina de quem vê/ o mundo andar às avessas/sem saber porquê
É que também agora acontece que as coisas andam às avessas, pois um pouco por todo o mundo surgem situações de regressão civilizacional. Dizem alguns que a História não se repete, mas com causas semelhantes ou não, surgem casos que já vimos acontecer, anos atrás .
Aflige-me assistir a que tanta gente, neste mundo, e mais incrivelmente neste Ocidente onde se foi capaz de construir uma democracia que dá valor aos direitos mais elementares que o ser humano pode reivindicar: a liberdade individual com responsabilidade, a exaltação do individual mas integrada no Estado Social, a liberdade de expressão e de reunião, o respeito pelos direitos de quem pensa diferente...
Desde a Rússia onde Putin continua a manter uma guerra de invasão dum país independente e com a lata de pedir ajuda de outro exército dum regime absolutamente anacrónico, ao fascista Netanyahu a fazer terra queimada na Palestina, matando dezenas de milhar de civis inocentes, em Gaza e o Líbano, ao fantoche do Orban que mantem a Hungria em estado de silencio absoluto da oposição e que é declaradamente um "cavalo de Troia" de Putin para minar a UE - e paro aqui só para pasmar com os EUA onde todos nós, creio, pensávamos que a democracia estava sólida e bem estruturada, e volta ao Poder o outro fantoche do Trump que arrasta milhões de cidadãos atrás da sua figura ridícula, do seu discurso vazio e hipócrita, com uma democracia "musculada" que talvez venha para ficar...
Quer dizer, anos passados sobre as ditaduras fascistas e nazis, quando desabaram a cruz suástica de Hitler, os esgares loucos de Mussolini, e se dissolveu a URSS - voltamos a ter o apogeu das autocracias. incapazes de verem para onde se vai encaminhando o planeta com o desvario do consumismo e da perda da biodiversidade da qual depende a nossa própria a vida .
E pessoas inteligentes, intelectualmente válidas, estão a aceitar por todo o lado - e eu vejo em quem conheço há anos... - estas tiradas populistas e demagógicas que prometem salvar o mundo quando apenas cobrem os seus negócios e os estilos de vida megalómanos em que vivem.
É nitidamente o mundo a andar às avessas
quinta-feira, 7 de novembro de 2024
Aconteceu mesmo...
Trump varreu as eleições nos EUA com uma limpeza inacreditável.
Kamala é simpática mas chegou tarde e não teve um discurso convincente, apesar da sua alegria e das intenções que deixou do que seria o seu mandato.
Com Trump num dos lados, Putin do outro, Orban a desorganizar a união que deveria haver na UE, o fascista de Israel a fazer o que lhe apetece, na Alemanha novas eleições com os neo-nazis em força - só nos resta vestir uma carapaça de tartaruga e esperar uns anitos que o temporal passe...
terça-feira, 5 de novembro de 2024
Uma terceira via
A realidade política que rege a Humanidade não se resume à dicotomia esquerda - direita, porque existe a realidade ecológica, aquela que nos revela as bases de sustentação da Vida tal como a conhecemos e que se lhes sobrepõe, e nos ensina os limites do crescimento que todas as sociedades humanas implementam no planeta.
Todos dependem da terra, do ar e do mar, nas mais diversas formas, e dependem para viver e se alimentar da luz do sol e da energia que dele emana; todas as grandes inovações tecnológicas que o ser humano foi inventando apenas são instrumentos cada vez mais aperfeiçoados para melhor e mais rapidamente consumir e transformar esses recursos .
Todos sabemos isto, porque nos ensinam nas escolas; mas ainda há sociedades humanas ( cada vez menos numerosas e com maiores riscos de extinção) que não aprendem senão directamente com a Natureza, dialogando com ela e conhecendo-a em todas as suas peculiaridades, no estádio em que estiveram todos os seres humanos no seu início, quando começou a sua caminhada da evolução; continuam sendo comunidades humanas integradas na Natureza como animais mais evoluídos, pois foi isso tal e qual que foram os primeiros milhares de anos da evolução do Homem.
Os avisos dos investigadores, cientistas do mundo inteiro, sobre o caminho para o abismo que estaremos a construir, caem em saco roto numa maioria da população desmotivada e sem capacidade de discernimento, como caem numa minoria activa de negacionistas e ditos produtivistas que encaram esses avisos como excessos de zelo que não têm de ser seguidos.
O drama que ameaça o mundo
Estamos na expectativa do que vai acontecer nos EUA, com estas eleições que decorrem hoje.
Já ouvi hoje na rádio um ou outro testemunho de portugueses a favorecerem Trump, que dá logo para entender de que quadrante politico são; porque também ouvi outros comentários de pessoas mais esclarecidas, dizendo-se da direita conservadora, mas com a lucidez de espírito suficiente para denunciarem a calamidade, para os EUA e para todo o mundo, duma vitória desse cabeça de cenoura.
segunda-feira, 4 de novembro de 2024
ao correr do tempo...
Amanhã, dia 5, é o grande dia que pode mudar muita coisa no mundo : as eleições nos EUA. Por muito que, quem detesta o imperialismo americano lhe custe a aceitar, uma coisa é verdade -nenhum outro país do mundo, no que nele se passar como política interna, afecta tanto esse mundo como as eleições americanas.
Nestas eleições há um aspecto que me tem vindo à cabeça, é que as sondagens sejam sempre tão pouco diferentes e dêem sempre o empate técnico entre o famigerado Trump e a esperançosa Kamala. Se adicionarmos a este facto outro que espantou toda a gente - o Washington Post pela primeira vez deixou de apoiar um dos candidatos, que por regra é sempre o candidato democrata- há uma tónica geral de comportamento nos EUA.
Por isso penso se este sentimento não será resultado de um certo clima de medo que grassa na sociedade americana, fruto das ameaças que Trump tem propalado constantemente. É que ele e muitos dos seus acirrados apoiantes constituem uma ameaça quase de guerra civil, pois se voltarem a perder nunca aceitarão a derrota e farão distúrbios perigosos.
É mais que certo que também Putin andará a tentar influenciar as eleições americanas, como fez sempre e como faz sempre que esteja em causa a sua possível influência no mundo.
A interferência russa nas eleições de países que Putin quer que continuem nas sua esfera de influência, verificou-se agora na Moldávia, onde foi bem clara a intervenção no processo eleitoral, mas aqui falhou - nas duas voltas do processo eleitoral acabou sempre por ganhar a actual Presidente que é pro UE, tendo perdido o candidato que veladamente umas vezes, abertamente outras, é pro-russo.
Já antes, coimo referi há dias, tinha havido o mesmo procedimento na Geórgia, onde eu estive em Setembro, e que ao dar a vitória ao candidato pró-russo, mostrou mais uma vez a corrupção de muitos votantes e a falsificação dos resultados, não tendo cedido ao pedido de mostrar publicamente as actas das mesa de voto onde a oposição terá ganho.
Putin foi um alto dirigente do KGB, ele e os colaboradores que o rodeiam têm toda a escola da subversão que foi sempre a salvaguarda da URSS e sabem como usar todas as formas dissimuladas de trabalhar na sombra.
domingo, 3 de novembro de 2024
Crónica da sociedade (3)
Vale a pena reparar na cimeira que se realizou na Rússia há pouco, juntando os BRICS e uma data de outros países designados como observadores. Foi fundamental para quebrar o isolamento de Putin, mas terá outras consequências.
São todos países de regimes autocráticos ou iliberais, mas representam uma boa fatia da população do Mundo, embora apresentando contradições que não são fáceis de explicar. Começa logo pela India e a China, adversários inconformados um com o outro, entre um regime mais ou menos democrático, herança dos ingleses, mas cada vez mais autoritário e outro dito marxista - mas onde está a luta do proletariado? e o nascimento, como cogumelos em terra húmida, de centenas de oligarcas podres de ricos, é comunismo?
Depois o Brasil, onde a democracia populista do Lula é a única forma de rejeitar o bolsonarismo da direita reaccionária- também vai alinhar com a criação de uma moeda opcional ao dólar? E então no que depende dos EUA, vai deixar de usar o dólar?
Mas chamados como observadores estão países que dependem sobretudo do Ocidente, como os Emiratos e a Arábia Saudita, monarquias obsoletas e que nada têm a ver com a democracia mas que dependem do Ocidente para os negócios do petróleo além de que têm nas suas mãos uma boa parte da dívida americana, de resto como a China.
Mais estranha ainda é a posição da Turquia, que tendo um regime cada vez mais conduzido pela religião e pela autocracia, no entanto pertence à ... NATO. Vai alinhar com os BRICS ? Claro que o poder primeiro bipolar entre os EUA e a URSS, depois quase unipolar dos americanos, não poderia durar muito ; a China aparece como o novo polo mundial e aí quer entrar a Rússia, nitidamente enfraquecida onde o czar Putin quer entrar na corrida e já que não pode assumir sozinho esse lugar. ao menos reparti-lo com os chineses...
Parece cada vez mais evidente que as tomadas de posição dos EUA na guerra suja que Israel está a cometer na Palestina e ainda pior no Líbano ( um país independente que nem arrisca retaliar para se defender porque seria despedaçado) afasta muitos países que sempre estiveram do lado do Ocidente. E ressalta também nesta situação a inacção da Europa que não faz nada porque, por um lado está pendurada nos americanos ( se Trump ganhar manda os europeus bugiar...) e por outro lado não existe uma estratégia comum a todos os membros da EU. Nem sequer politicamente vemos qualquer posição séria dos países europeus contra a guerra promovida pelos sionistas .
Assistimos mais uma vez no Mundo a uma época de reforço dos regimes autoritários e torna-se cada vez mais um privilégio viver em democracia, democracia sem outro adjectivo, pois já conhecemos pelo menos duas: a democracia "popular" dos países comunistas e a democracia "orgânica" do velho Estado Novo. A primeira só admitia o Partido único e foi o alfobre de oligarcas que se encheram de dinheiro do povo, e a segunda, que também só admitia o Partido único, foi a que encobria a corrupção de pessoas do regime e colocou o país, Portugal, na cauda dos países da Europa de onde tem sido difícil sair...
Custa a entender que haja tanta gente, até entre nós, e pessoas inteligentes mas, no fundo, assustadas com a concorrência dos outros, que prefere um regime em que anda tudo calado excepto nas loas aos próceres do poder, a um regime de liberdade em que todos podem defender as suas convicções dentro da responsabilidade que a verdadeira liberdade exige.
E não podemos fugir a esta expectativa: esta semana nos EUA, que tem sido um suporte indispensável, pelo seu poder, da democracia ocidental , se o histriónico Trump ganhar as eleições os países ocidentais ficam em apuros; a Europa que sempre foi a origem dos valores democráticos, embora demasiado confiante no poderio militar americano, vai entrar em convulsão com a a ascensão dos populistas pró Trump e quejandos que ganharão força nos tempos difíceis que aí virão.
Esta palavra "populismo" que foi recentemente inventada dá muito jeito...
...
A guerra lançada pelo czar russo contra a Ucrânia está agora a alargar-se com a chegada de milhares de soldados norte-coreanos que vêm colmatar as perdas de soldados russos, uma verdadeira calamidade para os russos - quer dizer que agora são 2 países contra um.
Pois ouvi há dias um desses generais de 3 estrelas, ( que são também majores...) que fala na televisão, a dizer, a propósito da chegada de norte-coreanos, que também há militares de países europeus na Ucrânia - quer dizer que ao douto general parece a mesma coisa haver alguns conselheiros militares europeus nos gabinetes de guerra da Ucrânia ou ter 10.000 soldados a combater.
É mais um "especialista" que costuma comentar com elogio os avanços militares dos russos e a desfazer quase sempre nas acções dos ucranianos, o que já não disfarça para que lado pende o dito douto especialista ...
quinta-feira, 31 de outubro de 2024
Olhando para a política internacional...
1- A situação na Geórgia só não se transforma, para já, noutra guerra de expansão do czar Putin porque os custos económicos e sociais da guerra na Ucrânia estão a deixar a Rússia pelos cabelos, quer em mortes e feridos nas suas forças armadas quer na sua eco0nomia.
Esta chamada de tropas da Coreia do Norte para combaterem na Ucrânia, é uma derrapagem para a frente na guerra e vai ter, é mais que certo, consequências muito gravosas para a segurança mundial.
Na Geórgia teme-se o pior da parte de Putin, mesmo que agora as acções não passem de provocações.
Eu estive na Geórgia há uns tempos atrás, e relacionei-me com um jovem de quem, pode dizer-se, fiquei amigo, mas por razões óbvias não identifico. Já nessa altura se temia que as eleições que iriam decorrer no fim de Outubro seriam problemáticas. O Partido que está no poder o Sonho Georgiano,(SG) ganhou as anteriores eleições porque se afirmava fervorosamente a favor da União Europeia (EU); já o partido da oposição dissera o mesmo, mas quando chegou ao Governo, por pressão de Putin, virou o bico ao prego, por isso nas eleições anteriores ganhou o SG. E a cena repete-se, por pressão da Rússia que já ocupa 20% do território georgiano, voltou-se para Putin.
O jovem de quem fiquei com boas relações, quando eu lhe pedi há dias que me dissesse o que se estava a passar, mandou este mail cheio de erros de inglês, mas dá para perceber:
Hello,
Mr. Fernando
I don't have enough energy to write u all this, because the situation is very
sad. They robbed us the election. We have proofs but now it is hard to find
against such a big money and influence. Everyone knows here that they robbed us
with the proaganda of fear of war, but mostly with money and corruption like in
Venezuela.
Sorry
for not writting u until but I really was very sad and without energy. Let's
see what hapends, there will be manifastations.
Thank you and good luck!
Creio que se nota aqui bem o drama dos georgianos, na perspectiva de não poderem entrar na UE - por muitos erros e contrariedades que a Europa da UE possa ser acusada, ainda é o derradeiro mundo da democracia em que queremos viver - e os georgianos também querem.
Veja-se como o húngaro Orban, verdadeiro "cavalo de tróia" de Putin dentro da UE, se apressou a ir àquele País garantir que a Geórgia, com fraude se fosse necessário, ficaria ligada à Rússia.
O depoimento que o jovem me mandou é o testemunho da pouca vergonha das eleições.
Eu mandei a seguinte carta para o PUBLICO mas até hoje não foi publicada :
“As
eleições na Geórgia”
Aqui há uns meses
durante uma viagem que fiz ao Cáucaso, estive uns dias na Geórgia e conheci lá um jovem, que já tinha feito um curso de aperfeiçoamento na Europa, e
ficámos amigos; ele, não sendo filiado em nenhum Partido, já estava muito
preocupado com o que seriam as eleições que acabaram de se realizar este mês.
Escrevi-lhe agora a
pedir que me dissesse alguma coisa sobre o que se passou e ele enviou-me esta
curta resposta, em muito mau inglês, mas dá para perceber o drama daquele povo
tão cioso da sua independência. Atrevo-me por isso a transmitir a sua resposta,
Hello,
Mr. Fernando
I don't have enough energy to write u all this, because the situation is very
sad. They robbed us the election. We have proofs but now it is hard to find
against such a big money and influence. Everyone knows here that they robbed us
with the proaganda of fear of war, but mostly with money and corruption like in
Venezuela.
Sorry
for not writting u until but I really was very sad and without energy. Let's
see what hapends, there will be manifastations.
Thank you and good luck!
Depois da
“visita-surpresa” de Orban à Geórgia, a dar o beneplácito ao resultado das
eleições, sabendo-se que ele não passa de um “cavalo de Tróia” de Putin dentro
da EU, o mínimo que a EU poderá fazer é
exigir a publicação das actas das mesas de voto e recolher a opinião e as
provas dos sectores que contestam o acto eleitoral.
Esta é a voz dum jovem culto, que não
identifico, e que aspira ver o seu país um regime democrático, como aspira a
maior parte da população, pelo menos das muitas pessoas com quem lá falei sobre
o assunto. “
Não vale a pena dizer mais nada.
2- O morticínio mantido pelos fascistas de Israel
É impressionante a barbárie que os sionistas comandados por Netanyahu continuam a perpetrar, já não só na Palestina mas invadindo o Líbano como se fosse terra de ninguém. Com a arrogância que foi sempre a causa de dispersão dos judeus, porque nenhum povo os tolerava, desrespeitam todas as leis internacionais, atacam a própria ONU de uma forma que parece vir do maior país do mundo ( é pequeno mas tem o nuclear..) e com a concordância de facto dos EUA; com esta atitude, daqui a uma semana Trump ganha as eleições, e o mundo vai entrar num caos ainda maior. Oxalá os americanos tivessem um vislumbre da desgraça que advirá daquele imbecil louro, que usa sempre as mesmas palavras, e não são mais de 50...
segunda-feira, 28 de outubro de 2024
Estando fora do escritório não tenho nem mails nem blogue. E logo nestes dias em que sucederam factos espantosos que, vá lá, colocaram Lisboa ao nível de outras capitais europeias onde tumultos raciais são frequentes, por isso eis-nos a caminho do progresso social !!
Uma coisa foi patente neste dias de tumultos : um homem que por ser negro foi abatido por um policia que só sabia atirar a matar, não sabia a atirar para as pernas ou os pés do individuo . Uma cronista ilustre escreveu que se esta cena se tivesse passado na Avenida de Roma e com um homem branco o desfecho teria sido diferente...
Crónica da sociedade (3)
Uma frase atribuída a Fredric Jameson, o filósofo americano que faleceu em Setembro passado aos 90 anos, diz-me muito porque em parte também penso assim, sem no entanto aceitar todas as suas propostas : O futuro não é mais do que a repetição monótona do que já existe.
Tal como se diz que a História não se repete, eu entendo que ela se repete, não sempre com cenas idênticas, mas com episódios semelhantes e ciclicamente reaparecidos; porque as causas sociais e politicas criadas pelos homens, desde que pensam e filosofam sobre a vida e a morte, sobre o ser consciente e as relações entre população e elites de poder, desembocam em crises sociais,
As guerras que ocorreram pelo menos desde o século XIX aconteceram depois de desenvolvimentos político-sociais e económicos que, se formos olhar com pormenor, descobrimos as mesmas causas geradas pelos processos de depressão que o liberalismo económico- financeiro provoca também ciclicamente .
Fredric também afirmou : "é para nós , hoje, mais fácil a destruição da natureza e do planeta Terra do que o fim do capitalismo." Eu concordo com a preocupação que está encerada neste pensamento, mas penso que o capitalismo não desaparecerá de todo porque é inerente à mente humana - mas, isso sim, será fortemente controlado e por isso transformado num capitalismo social, expressão que parece equívoca e um conceito que a esquerda mais combativa dirá ser impossível acontecer .
Mas é o desenvolvimento do poder das massas populacionais que forçará, num futuro talvez não muito distante, a que se inverta a forma de repartição e distribuição da riqueza, sem que isso implique que a noção do que "è meu", do que "é nosso" possa desaparecer. Se não acredito na utopia do socialismo ecológico como o padrão do futuro, penso no entanto que a situação de rutura dos recursos e dos ecossistemas, a asfixia que forçará cada vez mais a cultura de massas suficientemente forte e dinâmica que levará por diante - pois o desespero é uma mola imparável nas reacção das massas - a transformação do capitalismo pornográfico dos dias de hoje. Os 5 homens mais ricos do planeta duplicaram as suas fortunas e mais de 5 mil milhões de outros seres humanos vivem abaixo do nível da pobreza com uma larga faixa en risco de morte por subnutrição, sede, e doenças do foro alimentar.
As propostas do marxismo, que durante décadas no século XX e ainda alguns resquícios que se estenderam para a actualidade, já demonstraram à saciedade que não trazem a felicidade das populações, mas geram oligarcas podres de ricos, na Rússia, na China e em todos os outros países desse ranking. Esse marxismo pertence à História da Humanidade. O risco está agora na subversão das democracias liberais causadas pelos erros que politicos mail preparados ou corruptos e que servem de motivo para se imporem sociedades iliberais que já pululam por aí. Mas o que eu penso sobre o futuro a encaminhar-se para um capitalismo social não será para já - a não ser que as circunstâncias do planeta e da condições da atmosfera que o rodeia venham a impor uma radicalização dessa transformação por meios mais violentos do que pela assunção e interiorização do futuro inevitável.
Tudo isto precisa de mais funda pesquiza mental e desenvolvimento de aspectos ainda pouco explícitos . Lá chegaremos.
quarta-feira, 16 de outubro de 2024
A vergonhosa guerra promovida por Israel
Enviei ao Publico a carta abaixo transcrita, publicada em15 de Outubro, As frases sublinhadas foram cortadas na publicação
Carta ao director do PUBLICO intitulada "Assombro"
" O que se está a passar no Próximo Oriente,
ultrapassa tudo quanto pode ser aceite pela Humanidade neste século XXI. A
guerra que Netanyahu está a extender ao Líbano já nada tem a ver com a
carnificina praticada pelos muçulmanos, a todos os títulos insuportável.
Mas ao contrário da opinião de um certo cronista que se atirou a
Guterres, tirando a máscara que certa direita ostenta, o Secretário Geral da
ONU pôs o dedo na ferida ao dizer que aquele terrorismo não nasceu do nada - há
mais de 70 anos que Israel e os EUA entravam a criação do Estado
Palestiniano, fazendo gato-sapato das directivas da ONU. Israel, guiado
pelas mãos dos sionistas mais ortodoxos, tem feito as maiores
tropelias em nome da sua defesa e está a aproveitar o pretexto para obter terra
queimada e inabitável de todo o território que aquele imperialismo considera
ser a "terra prometida" - que inclui o Líbano. A sorte dos mais de
100 reféns que continuam nas mãos dos terroristas deixou de interessar ao
primeiro ministro que é ele, de resto, um criminoso que, se deixar de
ocupar o lugar, será julgado por diversos crimes que lhe são atribuídos. Há
muitos crentes judeus que não são sionistas e ficam agora abrangidos por esta
onda internacional de anti semitismo. Mas o maior assombro ocorreu agora quando
ele ordena ao exército da ONU que está no Líbano para se retirar para ele
poder matar à vontade, bombardeando já até Beirute! É um escândalo e
uma vergonha para os EUA, a que se junta a hipocrisia dos países
muçulmanos que têm força e poder suficientes para exigirem um outro
exército internacional na faixa de Gaza e travar o imperialismo sionista.
Estamos à beira de uma catástrofe e ninguém faz nada para a deter. Dai o
assombro que nos choca a todos".
Fernando Santos Pessoa
quarta-feira, 9 de outubro de 2024
Crónica da sociedade (2)
O mundo em que vivemos atravessa uma das piores crises gerais de que há conhecimento. Sabemos que, ao longo da História, se criaram situações de graves conflitos que redundaram em tragédias, e o mais próximo de nós. o século XX, conheceu duas guerras mundiais, guerras de abuso de uns países sobre os outros como os EUA e as suas intervenções no Médio Oriente, no Vietname. no Afeganistão; a URSS e, depois da sua queda, a Rússia nos países europeus e asiáticos que ocuparam e tentaram reconquistar, a China abafando o Tibete; guerras mais pequenas em África onde a região do "corno de África" nunca deixou de estar em luta .
Mas neste século XXI seria de esperar que, assumida a consciência dos problemas de manutenção da Vida que já não podem ser desmentidos, se entrasse num tempo de paz e convivência mundiais. Mas não.
Em plena Europa, onde se desenrolaram os maiores conflitos do século XX que deveriam servir de claro aviso, estala a invasão de um país -a Ucrânia por outro, a Rússia - exactamente com as mesmas declarações expansionistas e demagógicas com que Hitler desencadeou a 2ª Grande Guerra: invadir regiões limítrofes para proteger as populações russófonas e aumentar a sua área de influência. Hitler invadiu os países à volta da Alemanha para proteger as populações germanófilas e aumentar o seu espaço viral. Qual a diferença?
O pavor da pata russa amedronta todos os países que se safaram da URSS e adquiriram a independência. Eu estive em Setembro uns dias na Geórgia onde a Rússia, já com este Putin, invadiu e ocupa 20% do território, ameaçando os poderes georgianos de nova intervenção se falarem em entrar para a União Europeia. Que dizer também da Moldávia, já que com a Roménia e os países bálticos o "czar" não terá a veleidade de atacar.
Sempre, nestes casos de guerras de conquista (Alemanha nazi e Russia de ontem e de hoje) se trata de países de onde desapareceu a democracia, assumindo regimes autoritários, policiais e absolutamente escravizantes da sociedade. E há quem goste disso, mesmo depois de terem conhecido a liberdade, porque há muita gente "fraca" de ânimo , que tem medo do confronto e prefere a "ordem" e a autoridade - e a possibilidade de, pertencendo a essa "ordem", poderem assumir funções e adquirirem riqueza que de outro modo lhes fogem das mãos.
E eis que no Próximo Oriente o histórico antagonismo de judeus e palestinianos muçulmanos voltou a rebentar de forma catastrófica. Claro que o pretexto foi dado pelos terroristas do Hamas, mas como disse corajosamente António Guterres, o acto de 7 de Outubro do ano passado não saiu do nada.
Há mais de 70 anos que Israel faz o que quer, invade, mata, ocupa, despreza as directivas da ONU, claro que com o beneplácito dos EUA. E quem se atrever a apontar o dedo às causas da tragedia de 7 de Outubro, sem que com isso esteja minimamente a desculpar a carnificina que os terroristas praticaram, é logo apelidado de anti semita. Anti semita uma ova!
A informação que nos chega diariamente é sobretudo proveniente da parte hegemónica da ordem actual mundial; Israel pratica crimes contra a humanidade tão graves quanto os praticados pelos grupos terroristas, só que nem toda a informação chega à opinião publica ocidental ( porque à opinião publica não ocidental se calhar ainda pior, de sentido inverso).
Só para vermos um exemplo: Israel bombardeou moradias em Teerão e matou lideres do Hamas - alguém acusou Israel de ter atacado um país independente que é o Irão? Mas toda a comunicação social fez eco de que o Irão retaliou e enviou mísseis para o país judaico - credo, é preciso que Israel reaja! Os americanos fazem de nós parvos, continuam a apoiar sem peias os crimes que Israel comete todos os dias. Existem mais de 100 reféns israelitas nas mãos do Hamas; pensar nos horrores que aqueles que estiverem vivos estarão a passar, causa calafrios. Então a sobrevivência e resgate dos prisioneiros deveria ser a prioridade de Netanayhu - mas não. Um ditador deste calibre, é o que ele é, apesar de ter sido eleito democraticamente ( Hitler também foi e Putin, etc), não se importa de sacrificar 100 conterrâneos para atingir nos seus fins, por isso em vez de fazer os possíveis e impossíveis para um cessar fogo, agora está a invadir outro país independente, o Líbano.
Eu visitei o Líbano há meia dúzia de anos e encontrei um país exemplar - se o deixarem viver sem o molestar; estive lá pela altura da Semana Santa cristã, havia imagens da Virgem Maria e bandeiras cristãs entre bandeiras do Hamas e do Hezbollah. Atravessava-se um período de acalmia. O grande vale de Becka são milhares de hectares do melhor solo agrícola e com água - aqui está uma das invejas quer os israelitas quer da Síria ( venha o diabo e escolha um destes) - os judeus mais ortodoxos dizem que o Líbano é parte da terra prometida, será uma questão de tempo até reivindicarem também ficar por lá...
E esta conversa não acaba aqui...
sábado, 28 de setembro de 2024
Ninguém os trava?
Israel continua, impávido, a fazer o que quer - e ninguém trava aqueles energúmenos?
Nada desculpa o terrorismo islâmico, quer seja dos sunitas ( Estado Islâmico) quer dos xiitas, mas os sionistas há décadas que exploram os palestinianos, invadem a zona que não lhes pertence ( há milhares de judeus a viverem em colonatos em terrenos dos palestinianos (os melhores e com água), fazem gato sapato das directivas da ONU - na verdade a ONU serve para muito pouco - e agora invadem países independentes, como o Líbano, matam chefes opositores com estratagemas de autêntico terrorismo - e fica todo o mundo quieto.
O Irão pede agora aos muçulmanos que se aliem na guerra contra Israel - está à espera de quê?- que a Arábia Saudita e os Emiratos e outros que tais se unam aos xiitas? Esta é uma das grandes hipocrisias deste mundo de hoje.
domingo, 22 de setembro de 2024
Crónica da sociedade
Sentimos qualquer coisa de indefinido, larvar, na atmosfera que se respira nacional e internacionalmente.
Duas guerras absolutamente sujas ofuscam a situação internacional, além de outras pequenas guerras de que quase ninguém fala porque ficam longe, lá para o centro de África ou pelo empobrecido território da Eritreia e Sudão, e na Birmânia contra minorias étnicas sempre perseguidas.
Na Europa estamos frente a frente com os ímpetos imperiais de um novo czar da Russia, rodeado pelos seus cúmplices oligarcas que saíram da URSS podres de ricos - de onde lhes veio tanto dinheiro? Como ousam apoiar um desígnio tão grave como a invasão de uma nação independente só pelo interesse espúrio de querer aumentar o seu poderio e reconstruir o antigo império soviético - mesmo que isso custe o sacrifício de povos que lutam há séculos pela sua independência?
Estive uns dias na Geórgia e senti o temor em que vive a maioria da população só porque nas eleições de Outubro próximo pode ganhar, por falcatrua eleitoral, o Partido russófilo "Sonho Georgiano"- eles que sofreram ao longo dos séculos sob a pata russa a esmagar a sua cultura, a sua civilização, a sua independência .
No Próximo Oriente vemos o Estado de Israel praticar uma guerra com actos de verdadeiro terrorismo. Se não podemos desculpar o terrorismo islâmico, que um pouco por todo o mundo causa as suas vítimas inocentes e compromete os regimes democráticos, muito menos poderemos aceitar e desculpar que um Estado aparentemente democrático se comporte como Estado terrorista.
Os judeus estão a tornar-se num dos povos mais odiados internacionalmente, desperdiçando o capital de simpatia que tinham conseguido obter desde que ocorreu o infame Holocausto praticado pelos nazis. Mas as suas características verdadeiras, que estiveram sempre na base da sua dispersão pelo mundo porque se tornavam insuportáveis entre as sociedades em que viviam, vêm acima nestes dias e de forma repugnante. Essa sua faceta imperialista traduzida no sionismo arrogante e dominador, está a vir ao de cima com os actuais governantes que representam o mais insuportável da extrema direita, ainda por cima com uma base religiosa fanática.
E muito grave é o que estas guerras estão a contribuir para um desagregar das democracias, cada vez mais vítimas da sua virtude que é a liberdade; os grupos agora apelidados de populistas (uma forma de não lhes chamar neofascistas que é o que eles são) aproveitam-se dela para alcançar o poder e depois servirem-se dele para impor a suas estratégias.
terça-feira, 17 de setembro de 2024
segunda-feira, 2 de setembro de 2024
Internacional fascista
Os neonazis começam a ganhar eleições na Alemanha ( foi assim que Hitler começou), na Hungria já está um que se aproxima dessa cor, na Russia outro (apesar de ter o apoio do nosso PCP...), em vários países da Europa a extrema direita ganha governos- só falta Trump vencer nos EUA e o mundo vira.
domingo, 1 de setembro de 2024
As misérias deste mundo
Confrange pensar nas misérias que grassam neste mundo, num século que já deveria ser o da mais elevada consciência de que toda a Humanidade tem os mesmos direitos e os mesmos anseios - mas não, continuam a praticar-se situações de violência gratuita e indiferença generalizada pelo sofrimento de alguns povos.
Há dias até tive dificuldade em continuar a ver um documentário sobre a situação de milhares de sudaneses, fugidos à violência que continua a dominar naquele triste país, e refugiados no Chade, um dos países mais pobres e desgraçados da África sub-sahariana. Dizia uma mulher em desespero, que para morrerem à fome ali mais valia voltarem ao seu país porque sempre morriam em casa. Não há ONU nem nenhuma organização ou conjunto de nações que olhe para esta vergonha e acuda; nunca a ONU terá meios para acudir a estas misérias.
Porque é que numa região de tão poucos recursos e onde as alterações climáticas se fazem sentir já com grande violência, porque é que num país assim continuam as guerras civis, a luta pelo poder- mas que poder?
Toda a gente acha que é um horror mas ninguém, entre os países ricos, se chega à frente. Ou então como faz a Rússia, envia os seus mercenários para ocuparem o lugar porque russos, esses mesmos, têm muito mais por onde andar, e assim os mercenários vão enchendo os bolsos e quando o "czar" tiver tempo, lá irá arrebanhar o que puder sob a capa da luta contra o imperialismo americano, uma espécie de grande chapéu que justifica tudo.
Israel faz uma guerra de genocídio na Palestina, e os EUA complacentes fingem que procuram a paz mas deixam que os desacatos terroristas israelitas prossigam. Outros terroristas mas islâmicos, que iniciaram a actual guerra mas já a haviam feito muitas vezes antes com outras dimensões, procedem, como terroristas que são, e Israel, um Estado é então um Estado terrorista. Os sionistas já deixaram claro que o que pretendem afinal é ficar a tutelar a Palestina. A teoria desses sionistas é que toda aquela terra e até o Líbano fazem parte da "terra prometida" pelo seu deus, Jeová - mas que deus é este que nunca os protegeu? Deixou que fossem espalhados pelo nundo, que fossem mortos e perseguidos pelos cristãos na Peninsula Ibérica, deixou que fosse mortos aos milhões pela Alemanha nazi... Outros crentes no mesmo deus, as Testemunhas de Jeová, dizem que os judeus foram escorraçados da sua terra por terem morto Cristo.
O certo é que estão a contribuir para novos e calamitosos crimes contra a Humanidade - e ninguém sabe como aquilo vai acabar, até porque os países muçulmanos até agora não têm feito nada - mas pode ser que mudem de atitude.
Em pleno seculo XXI um títere armado em novo "czar das Rússias" invade um país independente e mantém uma suja guerra contra a Ucrânia, que tem o direito de escolher o seu caminho e de pedir a ajuda a quem lha pode dar. Comparemos, a Espanha que leva séculos a querer invadir e anexar Portugal (ainda nos anos 40, aquando da guerra civil espanhola, Franco tinha a promessa de Hitler de ficar com Portugal) - se agora nos invadisse, por exemplo por Barrancos, nós não tínhamos o direito de pedir ajuda a quem quer que fosse para combater a invasão?
Passei a vida a manifestar-me contra os desacatos americanos em todo o mundo, desde o Vietname, a guerra do Golfo, o derrube do ditador iraquiano por falsas acusações, a guerra no Afeganistão para depois saírem de lá daquela forma apressada e deixarem os taliban a manterem o regime mais absurdo que se possa imaginar.
Mas nunca fui, nem eu nem os da minha geração, chamados a protestar contra os mesmos tipos de intervenções violentas que a URSS e já depois disso a Rússia, praticaram ao longo do século XX e já neste século.
Acho que muitos de nós ficámos perplexos com esta lista, e nem inclui a ocupação de países depois da 2ª Grande Guerra; os países ocidentais deram a independência das zonas ocupadas, incluindo da Alemanha, donde os russos só saíram com revoluções - a última foi Berlim oriental.
Actos de guerra da URSS e Rússia
-
Guerra de independência da Letónia 1918-1920
-
Guerra polaco-russa, 1919-1921
-Anexação
da Íngria finlandesa -1919 1920
-Invasão
e ocupação do Azerbaijão, 1920
-Invasão
e ocupação da Arménia, 1920
-Invasão
e ocupação da Geórgia. 1921
-Repressão
da Karélia, 1921 – 1922
-Criação
e manutenção do gulag, 1923 -1961
-Colectivização
forçada da economia, 1927-1940
-Deportação
dos ingrios finlandeses, 1929-1944
-Holodomor
(Ucrânia), 1932-1933
-Período
do grande terror na URSS, 1936-1938
-Invasão
e ocupação da Polónia, 1939-1941
-Guerra
do Inverno (tentativa de invadir a Finlândia), 1939-1940
-Ocupação
da Bessarábia e Bucóvina do Norte (Ucrânia) 1940-1941
-Ocupação
dos países bálticos, 1940-1941
-Repressão
da insurgência da Tchetchénia, 1940-1944
-
Deportações forçadas na Bessarábia e Bucóvina do Norte, 1940-1951
-2ª guerra
soviético -finlandesa, 1941-1944
-Massacre
dos prisioneiros de guerra pela URSS, 1941
-Deportação
dos gregos Pônticos (da URSS), 1942-1949
-Deportação
para a Sibéria dos Calmucos (budistas), 1943
-Operação
Lentil (limpeza étnica na Tchetchénia e Inguchétia) , 1944
-Deportação
dos tártaros da Crineia (da URSS), 1944
-Deportação
dos Turcos Mesquécios da Geórgia(URSS),
1944
-Deportação
dos Bálcaros,(da URSS) 1944
-Massacres
de civis durante o cerco de Budapeste, 1944-1945
Ocupação
da Roménia, 1944-1958
Perseguição
a mulheres, Polonia e Alemanha, 1945
-Perseguição
da população de Augustow, Polónia, 1945
-Bloqueio
de Berlim (Alemanha ocupada) 1948-49
-Organização
da Greve Geral contra o governo da Áustria, 1950
-Massacre
de 9 de Abril,, na Geórgia
-Repressão
dos protestos de Poznan, Polonia- 1976
-Repressão
das manifestações na Geórgia, 1978
-Invasão
e ocupação do Afeganistão, 1979-1989
--Tragédia
de 9 Abril, Geórgia, 1989
-Tentativa
de supressão da Revolução romena, 1989
-Janeiro
negro, Azerbaijão, 1990
-Primeira
guerra da Tchetchénia, 1994-96
-Segunda
repressão da Tchetchénia, 1999-2000
Guerra
do Daguestão, 1999
-Guerra
civil da Inguchétia, 2007-2015
-Invasão
da Geórgia e ocupação da Ossétia do Sul e Abecásia, 2008
-Anexão
da Crimeia, 2014
-
Invasão e ocupação de mais terras da Ucrânia- 2014 e continua
Depois admirem-se que os países bálticos. a Finlândia, a Roménia, a Geórgia, etc. queiram a toda a força entrar para a NATO -pudera. não!?
E que todos os deuses do mundo, anjos e arcanjos e todas as forças celestiais. façam com que Trump seja derrotado!!
Wall Street Journal ontem Harris 49%, Trump 45%
Há 5 horas N York Times Harris 48%. Trump 41,1%
quinta-feira, 29 de agosto de 2024
Colónias e colonialismo
Tem sido assunto da comunicação social e têm-se ouvido e lido grandes arengas sobre a escravatura e o colonialismo português - e continuam alguns a insistir nas reparações às antigas colónias, mesmo depois de não ter vindo qualquer apoio a essa ideia da parte das autoridades africanas. Até de Angola foi dito pelo Presidente que essa não é questão que se lhes coloque.
A independência dos territórios africanos deu-se a seguir à nossa própria "independência" conquistada com o 25 de Abril de 74, pondo fim a uma estúpida guerra colonial que o reaccionarismo salazarista produziu. Milhares de jovens portugueses morreram nessa luta inglória contra a evolução da vida e da História - tal como tantos milhares de africanos que foram igualmente sacrificados, mas estes lutavam pela grande causa da honra e da dignidade das suas pátrias.
Nós não fomos mais colonialistas que os ingleses, os holandeses, os espanhóis ou os franceses, e não me recordo de nestes países haver uma grande contestação e a argumentação distorcida que por cá vai havendo.
Portugal deu independência ao Brasil ainda no século XIX, em regime monárquico, e durante a 1ª Republica ninguém se preocupou com as colónias - também os países colonialistas europeus ainda não falavam disso; até que depois da 2ª Grande Guerra tudo mudou e a consciência das populações das colónias começou a impor-se - mesmo assim com guerras prolongadas. Então a França foi vergonhosa com a guerra contra os argelinos.
Nesse tempo da descolonização generalizada, de que é que o asceta de Santa Comba Dão se havia de lembrar? De que nós não tínhamos colónias, eram apenas extensões africanas do território português e, como por cá tínhamos as nossas províncias, lá fora tínhamos províncias ultramarinas - e com esse golpe de mágica que ele deve ter considerado que era própria dum génio, manteve uma estúpida guerra, como eu digo, contra a Vida e contra a História.
Já tínhamos ficado ingloriamente sem as colónias na Índia, porque Salazar se recusou a dar independência ao Estado de Goa o qual, se tivesse sido criado, teria o apoio internacional da ONU e teríamos na verdade a continuação de uma cultura portuguesa naquelas paragens. Mas era um precedente que a casmurrice do velho ditador não podia compreender -não queria compreender.
Portugal, ao longo daqueles séculos em que manteve colónias, fez o que a consciência da Humanidade tinha como válido, séculos e séculos desde que há registos - a conquista de colónias e a manutenção da escravatura faziam parte da "moral"; a Grécia criou colónias que também eram uma extensão da sua civilização - e graças a esse "colonialismo" grego o Ocidente (primeiro o Sul da Europa, mais tarde os "bárbaros" da Europa central e nortenha) adquiriu valores civilizacionais e culturais que nos guindaram a um lugar ímpar na História da Humanidade. As colónias gregas, sobretudo as do sul da Itália e as da Sicília - a famosa Magna Grécia - formaram a base da civilização europeia !!
E os mesmos africanos que foram colonizados por europeus, também tiveram entre si as mesmas práticas - faziam guerras para capturarem escravos pela simples razão que essa era uma forma de afirmar Poder e por isso se praticava em todas as raças e religiões.
Se isto que digo for interpretado por alguém como estando a fazer a apologia ou a desculpar as nossas culpas do colonialismo e da escravatura é apenas má fé, porque para mim - que sei que tenho uma grande irreverência e intolerância interior contra os excessos de poder - gosto e quero apenas clarificar conceitos e atitudes.
Já não vou repetir a cena que vivi na ilha de Goreia, ao largo de Dakar, onde há o Museu da Escravatura, mas o certo é que os próprios chefes dos Estados africanos de hoje nunca pediram desculpa por os seus antepassados terem feito o que fizeram.
Fizemos atrocidades? Claro que sim, mas, repito, só considero colonialismo criminoso, porque era contra a História, o que foi perpetrado pelo Estado Novo, quando a consciência da Humanidade já condenava unanimemente essas práticas. É um erro grave julgar a História com os conceitos e a visão que temos nos dias de hoje.
Nas colónias, já no século XX, os colonos portugueses cometiam atrocidades? Claro que sim e até eu, em plena guerra de Angola, assisti a dalgumas práticas detestáveis exercidas por alguns colonos. E vou contar um pouco do que vi.
Numa roça, a "Beira Baixa", a seguir ao Onzo, parámos a nossa coluna e assisti ao capataz a chicotear um grupo de bailundos (povo do sul usado como trabalhador, quase escravo, nas roças do norte); fotografei a cena, com intuito de mais tarde tomar posição, mas ingenuamente enviei o rolo para revelar, como fazia com todos os rolos, e claro veio com as fotos queimadas...
Mais tarde, já nos últimos meses que sabia ia estar em Angola, fui com o Jorge Serra, alferes médico, passar umas férias no sul e estávamos em Moçâmedes numa esplanada, quando assistimos a um acto repelente; entrou um casal de africanos, com um miúdo pequeno, todos muito limpos, o catraio vestido de marujo com um impecável fato branco, e sentaram-se a uma mesa. Veio o empregado, também negro, dizer-lhes que não podiam ser servidos ali, tinham que sair.
Nós os dois demos um salto nas cadeiras! E chamámos o casal para se vir sentar na nossa mesa. Dirigi-me ao patrão, lá dentro do café, e em voz alta para que toda a gente ouvisse, disse-lhe que "andam os portugueses a morrer no norte e vocês aqui no Sul a cometerem estes atentados à dignidade das pessoas". Que mandasse servir os africanos e que iria dali apresentar queixa no quartel da cidade.
Assim aconteceu, os africanos beberam o que pediram, pagaram do seu bolso e saíram com muitos agradecimentos. Fomos dali ao quartel. em plena hora de serviço (só estava o "sargento de dia", nem um oficial!) e eu, como capitão, apresentei queixa por escrito.
Um mês depois, já no meu quartel, recebi uma chamada do quartel de Moçâmedes, a perguntarem-me se eu queria manter a queixa !!... disse que sim, voltei a vociferar mas de certeza que não ligaram nada.
Portanto estes actos vergonhosos comprovam que os nossos colonos, sobretudo os que viviam em zonas rurais, nas roças, praticavam actos condenáveis em pleno seculo XX. Mas era o Estado Novo que os impelia nesse sentido.
Por agora chega de narrativa.
quarta-feira, 21 de agosto de 2024
Tempo dos incêndios
Cá estamos em plena época alta dos fogos rurais ou florestais, e por sinal tem sido uma época calma, comparando com outros anos trágicos.
O incêndio que lavra há uma semana nas serras da Madeira é que se torna difícil de aceitar; como é que a ilha que conta apenas com um helicóptero, não foi auxiliada até agora por meios aéreos da Governo da Republica? O pais não é o mesmo? Olhem se em Lisboa estivesse um Governo do PS a gritaria que já iria por aí fora!!...
No local onde começou, de noite, não deixa margem para dúvidas de que foi fogo posto.
Eu vivi na Madeira mais de sete anos e em metade desse tempo fui Administrador Florestal do Funchal e Porto Santo; em todos esses anos nunca houve nada que se parecesse com estes incêndios. Durante o tempo em que chefiei aquele Serviço devo ter tido uns 3 ou 4 inícios de fogo nas serras, incluindo um no Pico Ruivo, de muito mau acesso. Este foi posto por criadores de gado; havia pessoal que queria manter gado à solta nas serras, o que ia contra a missão dos florestais que era arborizar o mais possível - tinham-se criado 4 grandes rebanhos mantidos por pastores (eles e as famílias tinham ido da Serra da Estrela para lá) e a que os proprietários do gado pagavam uma bagatela simbólica. Mas havia alguns poucos do lado de Santana que continuavam a não aceitar e então pegaram fogo lá no alto.
Eu fiz-me acompanhar de 2 guardas-florestais, munidos de "mausers", subimos mais de 1 hora pela vereda e lá defrontámos os homens, cinco ou seis, que estavam ao lado do fogo que tinham iniciado e que, se continuasse, pegava a um povoamento magnifico de urze arbórea, espécie endémica; parecia uma cena de guerrilha (e eu ainda não tinha ido para a guerra de África...), dei ordem por 2 vezes para eles começarem a apagar o fogo, e como não obedeciam disse-lhes que ia haver sangue e mandei os guardas e eu mesmo, meter a bala na câmara com aquele ruído característico de quando se usavam as "mauser"...
Ai eles começaram a apagar o fogo com ramagens, disse aos guardas que ajudassem e disse-lhes que quando o fogo estivesse apagado esperava por eles no café da povoação para conversarmos. Acabámos por chegar a acordo, eles recuperavam os ovinos e caprinos e eram incluídos num rebanho daquela região
Como havia casas de guardas-florestais bem localizadas, sempre que houvesse uma pequena coluna de fumo havia sempre quem a detectava e eram debelados à partida.
Agora é o que se vê...
domingo, 18 de agosto de 2024
Dia a dia
Falando do tempo - As altas temperaturas estão a prolongar-se por muito tempo e nem as características nortadas de Agosto que já se fazem sentir ( quem está na praia que o diga...) causam alívio; aqui pelo interior do Algarve as noites são quentes e abafadas e em regra o céu fica nublado. Por esta razão, eu que me apressei a anunciar a muita gente as famosas chuvas de estrelas cadentes, acabo por não as ver - o céu nublado não permite.
Quero ver, com o alto consumo de água que este turismo massificado está a praticar, como vão ficar as reservas de água para o resto do ano.
Mas não é só o turismo, continuam em marcha projectos de agricultura intensiva. Na estrada para Olhão fizeram uma enormíssima terraplanagem que está mesmo a ver-se que será para um pomar; ouvi falar em abacates, mas quero ter a certeza do seu fim para para poder protestar pubicamente. Não há emenda!
Desigualdade económica - Continua a aprofundar-se o fosso entre as economias mais desenvolvidas e as de países pobres e subdesenvolvidos, por mais que a ONU e observadores independentes o denunciem. Eu não acredito no fim do capitalismo como alguns sociólogos e economistas de vanguarda o digam, até porque o regresso ao capitalismo de Estado, que afinal é o que se passava ( e passa...) nos regimes comunistas, não é nada de aceitável pelas sociedades que conhecem e vivem a democracia "tour court", democracia liberal onde as liberdades são dominantes no comportamento dos órgãos de soberania e no comportamento dos povos.
Agora que este capitalismo neoliberal vai ter que ser derrubado disso não tenho dúvida, os mercados desregulados continuam a ser a chaga do século XXI, aumentando o fosso entre os ricos da minoria e os pobres e remediados da maioria -e à medida que mais países e as suas sociedades ganhem consciência desta realidade maior será também a força da mudança
Democracia em risco - As democracias estão em risco, em todo o mundo forças de direita como na Hungria e Argentina ou da esquerda radical como na Venezuela ( e sem mais exemplos para não estender o "relatório"...) aproveitam-se da fragilidade da democracia e das suas liberdades, para galvanizarem populações indefesas, gabirus à espera da sua oportunidade e interesses económicos também na perspectiva de protecção com base em corrupção que a sustente.
Eu pasmo quando sei que certas pessoas que conheci toda a vida, aparentemente aceitando a democracia e as sus falhas, de repente acreditam naquela cambada dos "chegas" como sendo os políticos redentores que vão colocar tudo no seu lugar. E isso é patente até na forma como tentam esconder a sua opção, para não darem muito nas vistas... Tenho para mim, creio com fundadas razões, que os chegas não vão crescer muito mais, bem como pela Europa fora a extrema direita já dá sinais de fraqueza - tudo depende de Trump perder as eleições nos EUA. Porque se o palhaço americano voltar a ganhar então teremos um mundo em franca convulsão e regressão democrática.
Ameaça nuclear - Continua erguida sobre as nossas cabeças a ameaça nuclear, há dois países em guerra que a possuem, a Rússia e Israel, e talvez o Irão também já a tenha. Todos países governados por ditaduras (pois Israel deixou de ser uma democracia autêntica desde que tem a extrema direita no Poder e não a tiram de lá) são um risco terrível, pois a insanidade dos ditadores não conhece limites.
Os crimes praticados em Gaza - O que se está a passar em Gaza é uma das maiores tragédias que a Humanidade já conheceu nas últimas décadas. Terríveis crimes contra a Humanidade, onde os EUA se estão a comprometer da forma mais indigna, pois o apoio a Israel - que já se justificou em tempos idos - não devia ser dado a este Poder lá instalado que de democrata já nada tem. E a apatia ou indiferença do mundo muçulmano é uma autêntica vergonha.
Mais um do "nosso" tempo que desaparece- Morreu Alain Delon, aos 88 anos. Vamos ver desaparecendo as figuras que fizeram parte das nossas vidas, directamente ou indirectamente. É o que nos espera...
.....
Estão 37º às 3 h da tarde, nunca antes visto, tanto quanto eu sei nestes quase 40 anos em que aqui moro
terça-feira, 13 de agosto de 2024
Como é possível?!!
1- Há o risco evidente de ter que falar dos mesmos assuntos todos os dias. Mas como é possível que ninguém impeça Israel de continuar com a chacina que está a fazer na Palestina? Cada semana que passa é mais um chorrilho de atrocidades cometidas sobre a população local, sempre com o pretexto de esmagar mais um combatente do Hamas. Um terrorista quanto vale, uma dúzia de civis ?
2- A invasão da Ucrânia continua, agora com pesadas baixas também para os russos; a população russa, anestesiada pelo regime "democrático" de Putin, vai vendo chegar os caixões dos seus rapazes mortos numa guerra sem justificação, e não reage - como é possível?
3.Esta Ministra da Saúde entrou cheia de raiva e preconceitos e só faz asneiras. O SNS estava a dar corpo ao plano a longo prazo de Fernando Araújo, e como a sujeita queria mostrar serviço fez com que ele se demitisse -nem creio que ele fosse membro do PS., foi nomeado pelo Ministro esse sim do PS - e agora está com esta desgraça de falta de planeamento para o Verão- como é possível que o Montenegro aceite uma coisa destas? Depois a sujeita pegou-se com o INEM, o Presidente demitiu-se e afinal o Tribunal de Contas veio dar-lhe razão - mais uma sujeira da sujeita. E estamos nesta situação dramática com a saúde, nitidamente por razões pessoais da senhora ministra.
sábado, 10 de agosto de 2024
Novo holocausto
Continua a barbárie dos judeus israelitas sobre os palestinianos, um autêntico holocausto. Tudo já teria sido diferente se os EUA, apesar de se dizerem envergonhados, deixassem de apoiar Israel pelo que são coniventes com o morticínio que acontece todos os dias.
Israel não vai parar enquanto Gaza não ficar toda reduzida a um montão de ruínas, onde ninguém conseguirá viver.
E continua a ser paradigmática a apatia dos países muçulmanos, não mexem um dedo - aliás os Emiratos pelo menos tinham já estabelecido acordos com Israel por isso estão quietos, que nem ratos no buraco,
quarta-feira, 31 de julho de 2024
Blogue abandonado...
Muitas desculpas podem ser avançadas para o abandono a que este meu blogue tem estado votado, umas mais credíveis que outras - chatices de saúde, diversos compromissos, viagens para cima e para baixo e ...preguiça- mas como escrevo sobretudo para mim mesmo, aceito essas desculpas...
E a História do Mundo tem muito que dar a pensar neste início do Verão.
Foi para mim um acto de coragem política a decisão de Macron de convocar eleições legislativas para saber do apoio ou falta de apoio à direita e extrema direita - os franceses passaram a ter nas suas mãos, de novo, a responsabilidade de apoiarem ou rejeitarem a Le Pen e os seus associados. E valeu a pena - os resultados mostraram a extrema direita bem atrás da esquerda e dos moderados (digamos assim).
A interrupção devida aos Jogos Olímpicos vai dar tempo a que os franceses pensem no que estão metidos. E os Jogos Olímpicos estão a ser um sucesso, com uma inauguração exemplar e fora dos modelos habituais, todo o rio Sena e a Baixa de Paris envolvidos numa grande festa, que nem a chuva impiedosa conseguiu travar. Assim, sim!
Dos EUA veio outro acontecimento extraordinário - Biden acabou por desistir e ascende Kamala Harris a candidata a Presidente. para enfrentar o incrível Trump, uma verdadeira trampa. Como é que um Partido como o Republicano, que embora fosse sempre mais à direita era democrático, se deixou resvalar para aquele grupo de imbecis que apoiam um filho da mãe sem qualquer mínimo de credibilidade?
Custa a entender como nos EUA há tantos milhões de imbecis que gostam daquele palhaço. sem cultura nem a minima respeitabilidade!!
É que se os EUA voltam a cair nas mãos do Trump,a extrema direita, pelo mundo fora, ganha um impulso perigoso; cada vez temos mais democracias iliberais e se a América - que sempre foi a grande influência ocidental - entra nesse caminho, vamos ter uns anos muito difíceis para viver em paz.
E agora tivemos a catástrofe da Venezuela, onde aqueles métodos de controlar as eleições ( que nós conhecemos tão bem durante quase 50 anos...) deram nova vitória ao Maduro, que já não está maduro, está é podre.
Parei um dia e vou continuar
A fantochada da vitória do Maduro faz lembrar as eleições que tivemos cá pela nossa terrinha durante quase 50 anos, já conhecemos os truques, sempre que os ditadores não querem ser tachados desse epíteto, fazem estes simulacros de eleições para dizer que são democracias, vá lá, musculadas..., mas são democracias, carago! - o povo vota e ganha quem tem mais votos. Não se conhecem em regra as actas das eleições (como nas eleições e que entrou Humberto Delgado)mas isso é um "detalhe"...
E este êxito do democrata Maduro como não podia deixar de ter os parabéns do PCP ? - aí está o nosso grande PC, que se não existisse teria de ser inventado, congratulando-se pela derrota do imperialismo americano e outros coisas deste teor. Que grande posição quando até o próprio PC da Venezuela está contra o Maduro por se ter desviado da democracia... Vale a pena ler o artigo do Pedro Tadeu, que é comunista mas é sério e por isso denuncia a falcatrua venezuelana.
Quando se diz que em politica os extremos se tocam, fica aqui bem evidenciado: O PCP adorava viver aquele tipo de democracia, com um lidere como este de hoje o PCP nunca se teria integrado na democracia portuguesa, como na verdade aconteceu (é que Álvaro Cunhal tinha outra dimensão) e agora com o apoio dado ao ignóbil do Putin que é da extrema direita mostra que, desde que seja contra o imperialismo americano, tudo vale a pena. Que grande sujeira do PCP. a estrebuchar para não desaparecer, realmente é uma triste figura.
Mas como o mundo está a entrar no desvario total, ninguém trava os sionistas de Israel que continuam a fazer o que lhes apetece e em vez de terem tento nas suas acções, estão ao mesmo tempo, nos mesmos dias. a matar no sul do Líbano e a matar o lidere do Hamas em território iraniano, o que é pavoroso. Então não há uns misseis lançados de noite que arrasem Telavive, os Ministérios e os quartéis, tudo num golpe só, que os faça estremecer?? É lamentável escrever isto, mas esta corja dos sionistas envergonham os judeus que não o são -alguém tem que travar este facínora que governa Israel.
Então e o tiroteio na cidade inglesa em que um rapaz entrou numa escola infantil e esfaqueou umas 8 pessoas, matando 3 crianças pequenas, assim sem mais nem menos- a loucura anda á solta !!
Estamos num mundo execrável. Morrem milhares de palestinianos sob as bombas e as balas assassinas dos sionistas, morrem milhares pessoas à fome e à sede no Sudão, Eritreia e naquele "corno de África", na Nigéria e outros países centrais africanos centenas de raparigas são raptadas por grupos terroristas de muçulmanos extremistas, que depois as violam, deixam-nas com filhos e as recambiam para casa, tudo impunemente; os incêndios florestais ardem em vários pontos do globo. quando o mundo mais precisa de florestas para diminuir o descalabro das alterações climáticas !!
Continua a guerra suja que o imperialismo russo iniciou só porque o novo czar Putin quer recompor pela força aquilo que se desagregou naturalmente pelo descalabro da URSS.E mais uma vez o nosso PCP está a justificar a perda da independência da Ucrânia "porque sempre foi russa..." - o sacrifício dos ucranianos basta pata indicar como é grande o seu amor pelos russos (eu tenho um amigo comunista, mas grande burguês no seu dia a dia, que é ferrenho a desculpar o Putin...).
Temos o mundo a perder valores essenciais da Humanidade
ae