O drama das crianças numa gruta
da Tailândia
e um Requiem
Não deixa de ser impressionante o movimento de solidariedade que se gerou em todo o Mundo à volta dos 12 rapazinhos e do seu professor presos numa gruta da Tailândia e de onde a muito custo estão agora a ser salvos.
A resiliência das crianças vem uma vez mais ao de cima e a sua capacidade de sorrir mesmo no maior infortúnio. Os mergulhadores que estão a operar naquelas condições são outro exemplo, agora da solidariedade de voluntários que arriscam as próprias vidas - um já faleceu - para salvar as crianças. O ser humano no seu melhor.
Uma nota porém merece ser realçada : é uma situação em que se não mistura a política, é a Humanidade a tratar de si mesma e só pelos seus sentimentos inatos.
Aqui bem mais perto de nós - e só para falar neste caso - na Síria, milhares de crianças sofrem atrozmente há anos, morrem como se fossem objectos sem sentido, são queimadas, gaseadas, estropiadas - e nada se faz para as salvar. Já quase nem são notícia. Porquê ? Porque são vítimas da política dos interesses, da política das estratégias territoriais de domínio.
"Importantes" negociadores há anos e anos, dias a fio, que se sentam à volta de mesas de conversações, e nem se lembram que a garrafita de água que têm à frente seria uma bênção para milhares de crianças que não têm água para beber. E voltam na vez seguinte, e na vez seguinte, e depois e depois, mas problemas transcendentais de estratégia, numa terra que até nem tem petróleo mas tem o azar de ficar naquela latitude e longitude, problemas POLÍTICOS, justificam que continue a carnificina,
E só retoricamente nos referimos àquelas crianças.
Oxalá as crianças presas na gruta da Tailândia saiam sãs e salvas e os seus salvadores sejam louvados mundialmente, Mas que no fim haja pelo menos uma prece - pelos budistas, cristãos,muçulmanos, judeus e outras crenças que tais - pelas crianças que não são salvas na Síria, no Afeganistão, no Iraque, no Iémen e por aí fora, já que além de uma prece não vão receber mais nada , de certeza.
Talvez alguém venha a compor um Requiem pela Humanidade ...
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