A espuma dos dias ( muita espuma...)
1- Ainda a exploração do lítio - As populações das zonas que serão afectadas pela exploração do lítio continuam a revoltar-se contra a ameaça que as vai prejudicar seriamente, pois a poluição das águas e do ar resultantes dessa exploração serão muito graves. Em Portugal vamos sempre atrás nos processos de exploração dos recursos naturais; já foi assim com a exploração do petróleo em várias zonas do litoral, quando os combustíveis fósseis estão desde há anos no seu plano descendente, e agora com o lítio que segundo a informação internacional, está a perder valor e surgem alternativas ao seu uso. Lá vamos nós mais uma vez insistir atrasados num projecto ultrapassado. Curioso foi ouvir o iluminado Secretário de Estado da Energia afirmar que se o EIA der negativo para o processo este não prossegue - quem quer acreditar ? Será que já se esqueceram do EIA feito sobre o Aeroporto do Montijo que deu negativo ? Fez-se novo EIA e faziam-se os que fossem necessários até que um saísse favorável ao aeroporto. Esperamos para ver o que vai dar o EIA sobre o lítio, e que excelentes medidas de minimização dos impactes vão ser propostas às pessoas que vivem e trabalham naquelas paragens que serão afectadas.
2 - Há mais de 7 meses que não chove no Algarve - Mas para o Ministério do Ambiente, cujo titular é especialista no negócio de águas, está tudo controlado e até ao final do ano não faltará água nas torneiras. E depois do final do ano? Mais uma situação em que esperamos para ver, e parece que não querem acreditar que o cenário não sofrerá alterações no futuro senão para pior. Por mais que os investigadores e cientistas avisem, em todo mundo, e quando se sabe que o sul da Península Ibérica será uma das regiões mais afectadas, não se viu ainda ninguém equacionar o problema da dessalinização da água do mar, como forma de resolver atempadamente a falta de água, como já acontece nos países mediterrânicos. Temos uma ampla costa, temos sol e vento para fornecerem energia, portanto facilidade de instalar estações de tratamento da água salgada, antes que seja à pressa e com sacrifícios da população.
3 - A democracia dos Partidos Políticos - As instituições são por regra conservadoras, difíceis de mudar os seus padrões de comportamento. Mas que a Assembleia da República, que é a sede por excelência da nossa democracia, resista a aceitar que entraram deputados isolados de pequenos partidos e resista a dar-lhes tempo de intervenção, é inacreditável. E Partidos da esquerda, ainda por cima !! Claro que um só deputado não pode ter o mesmo tempo de intervenção que tem um Grupo Parlamentar, mas a resistência imediata e inicial desses Partidos foi uma reacção epidérmica e corporativa que acho devia envergonhar quem a assumiu.
4 - A Eutanásia - Perante a possibilidade de a eutanásia vir a ser discutida e com probabilidades de obter aprovação, dada a composição da Assembleia da Republica, a Igreja Católica, antes que seja tarde demais, veio logo avisar : legisladores e cidadãos devem ponderar muito bem naquilo em que se vão meter. E diz logo que há sinais convergentes na sociedade de oposição ao processo da eutanásia. Como foi, fizeram uma sondagem independente à população ? Ou contam que metendo medo os deputados se encolham ? Claro que a Igreja deve poder contar com o PCP, conservador e alérgico a mudanças...
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