sexta-feira, 20 de março de 2020

Incongruências
Numa período destes, em plena crise de uma peste que, apesar de todas as nossas tecnologias e da nossa sofisticação medicinal e farmacêutica, continua a assustar a Humanidade, é de esperar que sujam incongruências e acidentes de comportamento justificáveis até certo ponto, injustificáveis quando partem da má  fé consciente, da incapacidade de ver para além do circunstancial, discutir pormenores irrisórios .
1 - - Tem sido motivo de gozo uma cena da drª Graça Freitas, Directora Geral de Saúde, a abrir uma garrafa de água com nítida atrapalhação; quem faz os comentários jocosos se calhar chega ao fim do dia, depois de ter feito pouco ou nada pela vida dos outros,  e vai dormir- não se importa de recordar que a visada passou o dia, como todos os dias do último mês, a coordenar uma guerra quase sem meios, que deve andar estourada, a dormir pouco e mal, pressionada noite e dia - quando, só por isso, por erros e faltas que cometa, não só deve ser perdoada como se lhe deve agradecer todo o esforço que tem feito. A ela e a todo o pessoal de saúde, sem excepção, que quase não dorme para se manter activo e quase também sem uma reclamação - com uma excepção, sim a daquele médico do Sindicato Independente que já nos habituou a misturar a política em tudo quanto é SNS,  do que não perde oportunidade de mandar farpas nitidamente políticas ao SNS dizendo que o defende é que está certo, e tudo errado quanto às Autoridades só porque não são dum Partido de que ele goste. Isso, que já é recorrente sempre que ele fala, é  que é má fé numa ocasião destas em que  devia estar calado e falar no fim.
2 -- António Costa, Primeiro Ministro, que eu tanto critico por posições e medidas que tem tomado, ele directamente,  em diversos domínios, desde a agricultura, florestas, ambiente, aeroportos, etc, está nesta conjuntura  revelar capacidade de chefia que, de resto já se reconhecia. À esquerda e à direita tem sido quase unânime considerar o bom senso, a ponderação, a capacidade de resolver problemas, a noção da proporcionalidade, da política a seguir nesta crise do vírus. Quase unânime porque há franjas da direita que não conseguem ultrapassar a aversão pessoal e política que nutrem contra ele e são incapazes de distinguir as falhas que têm que existir numa engrenagem destas ( nenhuma em qualquer parte do mundo estava preparada para enfrentar esta guerra de um dia para o outro)  da forma serena e eficiente como afinal as coisas têm corrido. E para essas franjas da direita ( se calhar não são apenas as franjas) o que estão a perceber e os atormenta é que Costa, assim , vai ganhar de novo as eleições, vai, vai... Isso é que não perdoam!
3 - Falha dos CTT - Os CTT foram uma das inaceitáveis privatizações do Governo PSD/CDS, que não cumprem agora o serviço púbico que é a sua única função. Tem sido anunciado que as pessoas podem ir levantar vencimentos e pensões nos CTT -mas hoje a meio da manhã o atendimento na aldeia de Estoi , para mais sendo fim de semana  a seguir, estava fechado. E nas outras aldeias como terá sido ? Pessoas que se deslocam de longe, agora com as limitações de deslocação impostas pelo Estado de Emergência, chegam aqui e dão com  a loja fechada. NÃO PODEM OCORRER COISAS DESTAS.
4 - Comentários à esquerda e à direita
  .1 -Muitas pessoas e alguns cronistas não se enxergam ! Há dias um cronista minorca, J.M. Tavares,  que ocupa regularmente uma página do "Publico", escrevia contra o Presidente da Republica por este ter ficado de quarentena na sua casa e ordenando-lhe que voltasse para Belém, que era ali que ele devia estar. Não se percebe onde é que o PR encontrou qualidades neste escriba para o encarregar das comemorações do 25 de Abril passado... O PR preside esteja em Belém ou em casa, mas na Presidência trabalham dezenas de pessoas que têm que lá estar e se havia suspeita de infecção de Marcelo, mesmo que o teste desse negativo, foi avisado que ele ficasse uns dias isolado. Mas a mente brilhante do cronista não viu isso e como gosta mais de discutir pessoas do que ideias,  ficou ali demonstrado mais uma vez, o  seu calibre...
  
  - 2- Um deputado do Bloco de Esquerda, P.F. Soares, vem apregoar que ainda não foram tomadas medidas para tratar do emprego que vai faltar com o desenrolar da crise, Deve ser para marcar posição e poder dizer que se antecipou. Na verdade com a crise a desenvolver-se todos os dias, com mediadas a serem anunciadas ( pode-se suspeitar se significa serem aplicadas, mas isso é outra coisa) para atacar diversas facetas da situação, nomeadamente as que se destinam a suportar as empresas, com medidas para acudir socialmente aos mais atingidos e aos mais carenciados, não podia o BE esperar mais uns dias ? Se não houver empresas a trabalhar não há emprego. Mas numa lógica de proporcionalidade e oportunidade, vamos lá aguentar as empresas que garantem trabalho e depois, quando houver sérios problemas de desemprego  (que vai acontecer) então trate-se dos desempregados,  Mas nitidamente foi uma manobra de antecipação que podia  ter ficado para mais tarde...
4 - A recessão de 2008 e a crise que se lhe seguiu devem ser superadas em consequências negativas com esta crise provocada pelo vírus. Historicamente as peste mundiais tiveram repercussão decisiva no desenrolar dos tempos que se seguiram para a Humanidade. Há coisas ligadas à Natureza e à Vida que passam ao lado das nossas tecnologias; podemos hoje ter meios para melhor controlar os males provocados  e não reconhecer isso seria tolice, mas no computo geral para o Planeta e para a Humanidade muita coisa vai voltar a mudar - e não quer dizer que seja para pior Veremos. os que cá estiverem...
5 ~O vírus nos EUA - combate a tiro
Quem leu a Volta ao Mundo do  célebre romancista de ficção Júlio Verne , ou viu o filme,  lembra- se da tentativa de baixar o balão em que seguiam os dois aventureiros, num local do EUA mas, ao verem lá de cima todos aos  tiros e tanta confusão,  fizeram subir o balão outra vez e zarparam. 
Dizem as notícias que, desde que começou a expandir-se a epidemia do vírus, aumentou em crescendo o comércio das armas... Será que estão a pensar matar o vírus a tiro? Que calibre devem usar ? Mas entre a loucura de esgotar  papel higiénico e esta de comprar armas quando aumenta a epidemia viral,  não se pode dizer que haja grande diferença em termos de irracionalidade, só muda é o recurso utilizado...









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