sábado, 13 de fevereiro de 2021

 A espuma dos dias

A paranóia e a falta de escrúpulos

É raro o dia em que não ouvimos ou lemos disparates e autênticas barbaridades de linguagem que continuam a revelar aquilo que já referi antes, o tal "vírus" da paranóia que, fora este exagero, se traduz em problemas mentais de muitas pessoas derivados da pressão da pandemia, do prolongado confinamento, da falta de convívio, etc. Mas há  coisas que extravasam tanto a decência que virão a exigir medidas disciplinares e até do foro criminal. Têm sido escandalosos, a exemplo do que se passa nos sectores mais retrógrados de outros países do mundo, aqueles famigerados  "Advogados pela Verdade" que negam a pandemia e as medidas de defesa  que se tomam em todo o mundo, mas sobretudo os "Médicos pela Verdade", com a acrescida responsabilidade de serem os profissionais que mais deviam estar ao lado do combate à peste que nos aflige.  E não são apenas os actos públicos praticados por esses grupos, mas também a linguagem utilizada.

Mas por falar em linguagem a gente lê e quase nem acredita naquilo que escreveu nas redes sociais aquela desbocada e protofascista Bastonária dos Enfermeiros,  Ana Rita Cavaco. A reacção de muitos enfermeiros  não  basta : se aquela sujeitinha não for destituída e accionada a questão  em tribunal, fica de vez em cheque a credibilidade da Ordem e a profissão exemplar e sacrificada dos enfermeiros. Ler aquelas diatribes revela também, não só a promiscuidade e indecência das redes sociais,  como as pessoas escondem durante anos as anormalidades psíquicas de que enfermam. 

O PS e o Governo

Ninguém com a cabeça no seu lugar gostaria de estar no lugar de António Costa e do seu Governo sobretudo nestes dois anos de 2020 e 2021.

As críticas de vários quadrantes que  açoitam o Governo e visam em especial António Costa, são em parte injustas no que se refere ao combate à pandemia. Eu queria ver qualquer outro dos políticos de pacotilha que temos no rol, desde o Passos Coelho com a sua total falta de preparação política e apenas formação retórica aprendida à pressa na cartilha do liberalismo a Rui Rio com a sua incapacidade real de gerar consensos no seu próprio Partido, a enfrentarem o caos.  Houve erros, houve falhas e é muito fácil  acusar a falta de planeamento, mas sensatamente e sem  fins de promoção política, não se poderia fazer outra coisa senão governar â vista,  circunstância a circunstância, porque a ignorância mundial e europeia tem sido a nota dominante- a começar pelos inumeráveis especialistas que todos os dias se contradizem,  

Já mencionei anteriormente o  agravamento da pandemia em todo o país, a partir das facilidades  dadas no Natal  - devem-se não tanto a uma  falta de planeamento do Governo ( P. da  Republica e todos os Partidos políticos e associações empresariais concordaram com essas facilidades) mas ao comportamento dos portugueses. Não quero servir de exemplo, mas na minha alargada família que todos os anos festeja em grandes reuniões o Natal, este ano ninguém se reuniu senão os núcleos familiares quotidianos  - fez pena, mas  teve de ser.  De resto o  pessoal viajou por todo o País,  espalhou-se pelo interior a doença onde ela  estava quase desconhecida em muitas regiões,  houve ajuntamentos de policias e outros grupos  sem respeito pelas regras sanitárias. Foi este comportamento  que tornou o nosso País no pior de mundo em termos de gravidade da pandemia.

Eu até parece que defendo António Costa, mas é que  as minhas críticas são de outra natureza e dizem respeito ao desconsolo e à gravidade do que tem sido uma governação que, por se dizer   de esquerda democrática, deveria ser exemplar e  tem sido uma série de  escândalos, compadrios e irregularidades que,  quando não são mesmo ilegais pisam o risco da ética - não são ilegais mas moralmente desprezíveis.

Isto  vai dar pano para mangas, como seria de  esperar ... Só agora comecei



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