sábado, 15 de abril de 2023

 

 A morte medicamente assistida.

Continua a saga da lei sobre a morte medicamente assistida, que se tem revelado como mais um caso de antagonismo clássico  entre conservadores reaccionários e progressistas, confronto que está para lá da dicotomia esquerda e direita.

Como escreveu neste jornal um especialista, as sucessivas mudanças - qual ping pong entre Belém e o Tribunal Constitucional - parecem afinal destinarem-se mais a sossegar a consciência das pessoas que decidem ( ultrapassando  a Assembleia da República!!) do que quererem a melhor opção  para quem sofre sem remédio.

O suicídio assistido será sempre uma possibilidade, mas para quem já assistiu a um doente terminal, consciente do seu estado a quem os propalados cuidados paliativos adormecem a dor física mas nunca o sofrimento psicológico,  não pode negar a não ser cinicamente e por hipocrisia, que, com todos os cuidados medicamente irrecusáveis, só a eutanásia pode ser a solução.

Quem como doente terminal pede para si a eutanásia não está a impor essa vontade a outras pessoas, ao contrário dos que querem impedir esse acto de misericórdia que pouco se importam com o sofrimento e a vontade do doente.

Carta ao director, enviada a 6 de Abril  ao PUBLICO e nunca publicada

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