domingo, 9 de abril de 2023

 Divagando...

Há filosofias saídas da mente de alguns privilegiados do pensamento que dizem verdades que acabamos por reconhecer como sendo também as nossas ideias....se pensarmos nisso.

Pensar na vida e na morte é inevitável, mas nem todos entendem que existe um único processo; a morte existe depois de um tempo de continuidade do processo vital, ela é o culminar desse processo. Nietzsche  foi um dos que expôs essa ideia e, estando em desacordo com ele em muitos aspectos, não posso deixar de aceitar que foi um génio e à frente do seu tempo - até do nosso tempo onde se continua,  em alguns sectores mais retrógrados e conservadores ( no mau sentido), a laborar nos mesmos equívocos.

Devemos viver a vida ao máximo, sempre foi o meu lema! 

Aceitar a vida tal como ela se nos apresenta e com que nos confronta - quem assim procede está em consonância com a Natureza, com a física e a química que presidem ao processo vital ao qual nós podemos dar um jeito dentro de certos limites mas não podemos alterar o percurso  em definitivo  - a não ser pela morte...

A  vida é a maior "obra de arte do universo, é nela que  conjugam todos os grandes valores que foram despoletados pelo Big Bang e nada espera de nós nem de nós necessita seja para o que for; se esta forma de vida desaparecer outra nascerá ( ou até já terá nascido...) em qualquer local do Cosmos.

A matéria existe antes que se tenha qualquer conhecimento dela; a matéria é anterior ao pensamento e às ideias que se foram construindo depois.

O pensamento não é nada de espiritualmente superior, ele resulta da própria evolução material do ser humano, foi-se ampliando  à medida que o cérebro e a concentração de energia foram acompanhado a evolução biológica dos seres animais superiores. A História do Pensamento revela essa mesma evolução no tempo. Desde  os seus primórdios que os homens pensam e meditam sobre a matéria que os rodeia.

Quando Demócrito concebe o átomo  havia quase um vazio à sua volta, ele mesmo não tinha qualquer conhecimento para defender ou descodificar essa teoria. Mas a "ideia" do átomo divisível em partículas cada vez mas pequenas estava na própria génese do pensamento.

O  homem deve a si mesmo e às suas evolução biológica e  evolução de consciência ( esta não como  propôs  Teillard de Chardin devida à dádiva dum Deus maior, mas como  resultado do seu próprio processo biológico) a sua posição de supremacia no mundo do planeta onde esta forma de vida se desenvolveu.

O antropocentrismo  levou a excessos de convicção de o homem finalmente ser um ente  que se sobrepôs à sua origem natural- isso  levou à degradação e erosão dos alicerces da própria Natureza e ainda hoje estamos a pagar  - sem dúvida a começar a pagar - as alterações  que as acções humanas produziram nos ciclos naturais.

Termos consciência desta nossa força é não só essencial  como é o motivo para um aperfeiçoamento da nossa vivência - e as imensas capacidades das tecnologias que se têm criado, e que podem jogar para lados antagónicos, terão forçosamente de evitar a continuação do suicídio colectivo que poderá  levar ao desaparecimento da forma devida que é a nossa.










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