quinta-feira, 26 de abril de 2018

26 de Abril de 19 86
O desastre de Chernobil

Passam hoje 32 anos sobre o desastre nuclear de Chernobil, o pior desastre nuclear que já aconteceu, depois dos bombardeamentos atómicos do Japão em 1945, que destruíram as cidades de Hiroshima e Nagazaki.
É preciso recordar esta data e erguê-la como estandarte da luta contra a energia nuclear.
Naquele dia , na Ucrânia que estava inserida na União Soviética, deu-se a explosão do reactor nº 4, numa acumulação de  defeitos do equipamento e erros humanos. Uma enorme nuvem de poeira radioactiva espalhou-se por milhões de hectares, e dado o carácter do regime político que então vigorava  desconfia-se que se não fosse a Suécia - que recebeu fortes doses dessa poluição-  apressar-se a noticiar o terrível acidente, talvez nunca se tivesse chegado a saber tanto sobre o que aconteceu  na verdade.
Cerca de 100.000 pessoas foram deslocadas da região, morreu muita gente logo com o acidente e ao longo dos anos foram morrendo e adoecendo gravemente muitas mais.
Ainda hoje muitas toneladas de resíduos radioactivos altamente perigosos estão fechados numa estrutura de aço que cobre o reactor. 
A certeza científica dos cientistas e dos  promotores  da energia nuclear fica desmascarada com a série de acidentes que se conhecem - porque deverão ocorrer muitas mais situações de perigo eminente que, por não terem tido consequências mais graves, nem são noticiados. Até aqui perto de nós, portugueses, em Almaraz.
Em 1957 houve os primeiros acidentes nucleares conhecidos, em Setembro no Japão em Mayak com a produção de plutónio para uso nas centrais  nucleares, e em Outubro na Grâ Bretanha, em Windscale.  Em 1979 deu-se o acidente de Three Mile Island, nos EUA, que apesar de muito grave esteve perto de se ter transformado numa catástrofe. Em Setembro de 1999 de novo no Japão, um grave acidente em Tokaimura. E em 2011 foi o infelizmente célebre acidente de Fukushima, de novo no Japão.
Acidentes nucleares podem ocorrer em qualquer momento e sem aviso prévio, sempre com argumentos desculpadores de quem é responsável. Nós temos aqui perto da fronteira a central de Almaraz, que já ultrapassou o seu tempo de vida  mas que agora os promotores e os políticos castelhanos querem prolongar por mais 20 anos.  É um absurdo, os Governos portugueses ajoelham diante do Governo  castelhano, a União Europeia não toma posição e o povo português continua na indiferença perante um risco evidente que existe, onde só as promessas do lado castelhano  são escutadas. Aquela  decisão de construir o famigerado armazém em Almaraz é a garantia de prolongamento da vida da central, mas parece que "está tudo controlado"!
Que os deuses nos protejam  porque dos políticos portugueses, castelhanos e europeus não virá protecção nenhuma. Mas como já disse no comunicado que emiti ontem, se tivermos a desgraça de ocorrer um acidente grave em Almaraz, veremos as torrentes de lágrimas de crocodilo que cairão dos olhos  desses bem aventurados políticos.

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