quarta-feira, 25 de abril de 2018

Vida após a morte
Divagações
( Estas divagações valem o que valem, são pessoais)

Há uns anos já que aderi ao Movimento pela Morte Assistida, porque não acredito que haja outra vida depois e por isso terminar esta vida com dignidade e sem sofrimento é um imperativo de consciência. Dito isto, vamos a divagações, sobre ocorrências que podem induzir a ideia de que existe realmente outra vida.
Espírito, alma, consciência, são conceitos que motivam os seres humanos desde o alvor  da Hominização. Eles são sobretudo objecto das religiões, de todas as religiões, embora com diferentes tradições.
O facto de ao longo de milhares de anos de evolução, pelo menos que se conhecem a partir da pré-História, sempre ter existido a crença de que à vida e à morte se seguirá outra forma de vida, não é suficiente para provar  que, se  essa crença  existe é porque a tal vida após a morte existe mesmo.
O espiritismo, que se desenvolveu bastante no século XIX,  não conseguiu nunca a credibilidade total, múltiplas situações de fraude descobertas serão apenas a ponta do icebergue das fraudes não descobertas.
Uma coisa bem diferente são as situações de quase - morte, em que por doença ou acidente algumas pessoas estiveram quase a ser consideradas mortas biologicamente mas recuperaram , vindo depois com descrições de estados de vida  luminosa de que conseguem lembrar-se. Uma delas foi o escritor Cardoso Pires.
São, sem duvida, situações reais em que o trabalho cerebral não terá desaparecido mesmo com ocasiões de morte aparente de outros órgãos vitais, e em que reminiscências arquivadas no sub-consciente são trazidas à recordação do sujeito, ao recuperar a totalidade das suas funções vitais.
Há abundante bibliografia sobre estes casos de pessoas que "regressam " à vida depois de quase - morte ; e o facto de serem designados estados de quase - morte quer dizer isso mesmo, não foi a morte que ocorreu, foi quase a morte. Quem quiser deliciar-se com essas descrições tem à disposição  um apreciável número de literaturas, com grande realce para as obras do budismo e os seus homens santos.
Não existem evidências científicas dessa vida após a morte, apenas crenças de origem religiosa. A fé não é racional é um sentimento de acreditar totalmente mesmo sem que haja provas que demonstrem a veracidade da crença. E há vários graus de resposta à crença : os agnósticos dizem que não há nada que comprove a existência dos deuses, mas acreditam que existem ou podem existir; e os ateus, que não acreditam na possibilidade da existência de deuses,
 Criptomnésia, percepção extra -  sensorial, telequinésia, predição, são outras tantas "disciplinas" que tratam de problemas do funcionamento aparentemente inexplicável da mente humana.
Há explicações e diversas teorias científicas para ir ao encontro das situações  de quase  morte. O mau funcionamento do cérebro nas ocasiões próximas da morte -  turvação da consciência,  medo e a medicação aplicada a doentes em fases quase terminais podem estar na origem de situações dessas.
Há medicamentos que podem provocar sentimentos de estar "fora do corpo" ou sensações de estar a atravessar túneis escuros em direcção a uma luz brilhante ; são situações  que ocorrem  depois de traumas, de graves deficiências do sistema nervoso, de comas profundos e prolongados, etc.  A modificação dos estados de consciência podem explicar os fenómenos da quase morte, do êxtase, da luz brilhante, etc.
De tudo isto ficam algumas  certezas : as neuro ciências não param de progredir e de descobrir o que até há uns tempos atrás eram assuntos da crença e da "alma";  e há ainda muito a investigar e a conhecer sobre a capacidade do cérebro humano e sobre a forma de suscitar ou incentivar determinadas actividades cerebrais, certas categorias de energia e outros aspectos que sempre foram, até agora, considerados para-normais.

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