O preço de manter o património
As gravuras de Foz Coa são um testemunho maravilhoso da criatividade do ser humano desde os seus primórdios, e ao serem classificadas com Património Mundial pela UNESCO trouxeram para o nosso país, a par de uma honra, um encargo. Qualquer país minimamente integrado numa Europa do Conhecimento e da Cultura deve dedicar os seus melhores esforços à preservação e à defesa do Património.
A vandalização das gravuras que sucedeu há pouco tempo só foi possível pela retirada em 2015 dos guardas que vigiavam os percursos principais que os visitantes seguem; tal como com o desmembramento do Corpo de Guardas Florestais se perdeu a vigilância atempada de fogos florestais, também aqui com a retirada dos guardas culturais se deu lugar ao abandono das gravuras aos apetites selvagens de quem as quiser danificar. A Cultura não foi propriamente uma das prioridades do anterior Governo que esteve em funções até 2015, e os titulares dessa pasta não deixam saudades a ninguém nem sinais de competência que os credibilize
É preciso que este Governo, que já reverteu tantas medidas erradas do Governo anterior, olhe também para este património de Foz Coa e procure repor as condições da sua defesa.
O conjunto dos sítios das gravuras e do museu que ali foi construído são do melhor que temos em Portugal em termos de património cultural. Há poucos dias estive em Foz Coa, tanto a Conceição Moreira, minha mulher, como eu, não somos especialistas em museologia, mas quem nos conhece sabe que também não somos totalmente leigos nesse domínio.
Na minha opinião , e dela também, o Museu do Parque Arqueológico de Foz Coa é um dos melhores museus que temos em Portugal, quer na concepção arquitectónica quer na museografia que ele encerra.
É urgente providenciar medidas que garantam a salvaguarda da integridade das gravuras. As câmaras de vigilância não resolvem, só a presença de guardas em patrulha podem impedir que novos ataques seja perpetrados.
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